Enquanto estou no meu quarto, esperando que o plano que sugeri ao meu pai traga boas notícias e que eles estejam bem, minha mãe entra silenciosamente e fecha a porta atrás dela. A preocupação em seu olhar é evidente.
— Está tudo bem, meu amor? — ela me pergunta e eu assinto. — Faina, precisamos conversar — ela diz, sua voz baixa, mas urgente. Ela se senta ao meu lado na cama e segura minha mão com firmeza.
Ela passa os dedos pelos meus cabelos suavemente.— Não quero ver você sofrer, mas será melhor assim. Seu pai nem precisa saber que você se envolveu com eles; isso pode ficar enterrado, e tudo ficará bem.— Não irá ficar tudo bem, mãe… — sussurro, a angústia escapando da minha voz. &mdas
Perdemos alguns dos nossos homens de confiança, incluindo Jake e Kane, e a perda se afunda como uma pedra em meu estômago. Um amigo nosso, infiltrado na polícia, me enviou os dados sobre os corpos encontrados no carro no portão do colégio dela, e a frieza daquelas informações me atingiu com a força de um soco. É um lembrete brutal de que o perigo nos cerca, sempre à espreita, esperando a oportunidade de nos devorar.Luther reluta em aceitar que Feyra pode ter nos traído. Não é fácil para
As luzes da cidade brilham, enquanto eu e meus irmãos avançamos pelas ruas silenciosas. É a hora de expor os segredos de Arthur e Borisov e colocar fim nos planos deles.— Encontrei um informante que está sempre por perto e que ninguém nota — sussurro para meus irmãos, Zed e Noah, enquanto andamos, concentrando meu foco na missão que nos espera.Noah olha para mim,
Após o casamento que eu nunca quis, agora estou aqui, deitada ao lado de Andrey, mas não consigo desligar minha mente. Faz três dias que “nos casamos” e estamos na Suécia, em nossa lua de mel. O quarto é iluminado por um fraco brilho dourado que se infiltra pelas cortinas, fazendo com que a madeira escura dos móveis brinque com as sombras. A cama é imponente e decorada com lençóis de seda, mas sinto como se estivesse presa em uma rede emaranhada.Nestes três dias, tenho encontrado formas de afastá
MOSCOU ULITSA ARBAT (ARBAT STREET)Fico parada no portão da escola por mais de duas horas, tentando ligar para Mackenzie — minha mãe — que não atende a droga do telefone e deixa todas as minhas chamadas irem para a caixa de mensagens, já são vinte e três até agora!As sombras começam a se alongar, e a luz dourada do crepúsculo parece escorregar entre os edifícios enferrujados, arrastando consigo os últimos vestígios da esperança. Um vento gelado sussurra pelas árvores ao longo da calçada, as folhas dançando suavemente antes de se renderem ao chão, como sussurros de um passado esquecido. Cansada de esperar, opto por ir para casa a pé, sabendo que o caminho será longo e cansativo. É melhor do que permanecer aqui, aprisionada ao sabor cruel da incerteza, à espera de minha mãe. E, se ela se esqueceu de mim mais uma vez?Meus pés começam a latejar, o tecido dos meus tênis fazendo fricção nas costas dos meus calcanhares, e, ao longo do caminho, a cidade se transforma. As vozes distantes e o
A noite parece se fechar ao meu redor, como se as sombras conspirassem para me engolir. O riso dos homens ao meu lado ecoa como um som distante, quase irreal, mas o cheiro de sangue e pólvora me traz de volta à realidade crua. Cada respiração que dou parece carregar o peso da morte, como se o ar estivesse impregnado de culpa e desespero.Meus olhos se fixam nas poças de sangue que se espalham pela calçada, cada uma delas um testemunho mudo de vidas que foram ceifadas sem piedade. A luz dos postes oscila, criando sombras dançantes que parecem sussurrar segredos sombrios. Sinto um frio que não vem do vento, mas de dentro, como se minha própria essência estivesse se desintegrando.O Capo ergue sua garrafa em um brinde macabro, sua voz rouca cortando o silêncio da noite.Eu me pergunto como cheguei a este ponto. Como minha vida se tornou isso: um pesadelo do qual não consigo escapar. Lembro-me de tempos mais simples, de dias em que o sol parecia brilhar mais forte e o futuro era uma prome
A tensão no escritório é quase insuportável, como se o ar estivesse carregado de uma eletricidade silenciosa, pronta para explodir a qualquer momento. Luther continua a andar de um lado para o outro, seus passos pesados ecoando no chão de madeira escura. Seus olhos estão distantes, mas há algo neles que me preocupa — uma centelha de obsessão, de desespero. Ele está lutando contra algo que eu não consigo ver, algo que só ele conhece. E Feyra, essa garota que trouxemos para cá, parece o catalisador de tudo isso.Zedekiah permanece imóvel, seu rosto impassível, como sempre. Ele é como uma estátua, frio e calculista, mas hoje até ele parece sentir o peso da situação. Suas palavras são precisas, como sempre, mas há uma hesitação sutil em sua voz quando menciona Feyra. Ele sabe que isso é diferente. Ele sabe que isso pode ser perigoso.— Feyra Yelena Smirnov — ele repete, como se o nome tivesse um significado maior do que qualquer um de nós poderia entender. — Filha de Mackenzie Ekaterina S
Desperto mais uma vez com o som da água pingando, um ritmo monótono que ecoa nas paredes frias e úmidas do porão. O cheiro de mofo invade minhas narinas e a escuridão me envolve como um manto pesado, quase palpável. Meus olhos, acostumados à luz, têm dificuldade em focar, mas logo percebo as sombras que se contorcem ao meu redor, revelando o espaço claustrofóbico em que estou presa.Minhas mãos continuam amarradas a um cano velho e enferrujado, a corda apertando meu pulso e fazendo minha pele arder. A sensação de impotência me gela por dentro. O chão, coberto por um material que prefiro não identificar, adere aos meus pés descalços e expostos. É um poço de desespero, uma sepultura à meia-luz, e não faço ideia de como cheguei aqui.Cada palavra que chega até mim me machuca mais profundamente. Como se pudessem sentir meu medo, uma risada alta fura o ar pesado. O que eles querem? O que farão comigo? Minha mente corre, buscando uma saída, um motivo para acreditar que posso escapar daquela