CAPÍTULO 05.

Como ele é insuportável, idiota insuportável. Ele fala como se fosse o dono da calma. Após a provocação dele eu decidi ir embora, é mais suportável estar com os meus pais do que com um homem que acha que vai conseguir algo comigo. Quem ele pensa que é?

Eu deveria ter notado antes que essa história de ir para casa dos Marshall não seria boa coisa. Eu devia ter sido mais esperta e ter fingido algum tipo de doença. Aí se arrependimento matasse.

Ele ainda teve a ousadia de entrar na minha casa e cumprimentar minha mãe que não estava com a cara nada boa. Provavelmente irá falar acerca da minha atitude, não esperei que ela me dirigisse a palavra corri para o meu quarto e tranquei a porta. Joguei meu celular na cama enquanto dei play na pasta de música.

- ÁRIA ABRE ESSA PORTA.

- VÁ EMBORA EU NÃO TENHO NADA PRA FALAR COM VOCÊ, VOCÊ NÃO ME CONSULTOU ME USOU COMO MOEDA DE TROCA, NÃO ME PREPAROU PARA ESTE MOMENTO. VOCÊ, NÃO SE IMPORTA COM OS MEUS SENTIMENTOS. É SEMPRE ASSIM

- ABRE ESSA PORTA

- VÁ EMBORA. - joguei a almofada contra porta, ele existiu e existiu. Coloquei os fones nos ouvidos e me deixei sentar no chão. Não sei quanto tempo fiquei naquela estado até que a alguém voltou a bater na porta, só que dessa vez não tinha a mesma agressividade da minha mãe.

-  baby, abre a porta por favor.

Não pensei suas vezes antes de me levantar e correr para a porta a destranquei e saltei em seus braços.

- vai ficar tudo bem, estou aqui. - ele me abraçou. Tenho a certeza que foi ela quem chamou meu primo mais eu não me importo

- eles não deram valor a minha opinião - sem desfazer o braço ele fechou a porta entrando no quarto. Rui é alto, cabelo raspado pele achocolatada como a minha e olhos prateados.

- eu sei - ele deu um beijo no topo da minha cabeça - eu também não acreditei quando ouvi. Mais fiquei mais chateado por saber que você fugiu e dormiu sei lá onde.

- eu precisava de ar - desfiz o abraço me sentando na cama

- onde foi buscar esse ar?

- por aí! - ele estreitou os olhos - eu me perdi sei lá... Mais depois Killua apareceu então eu acabei dormindo na casa dele?

- Killua? Quem é esse ?- havia me esquecido que a indentidade dos membros das facções são mantidas em sigilo.

- o desgraçado que será o meu noivo! - ele fechou a cara e se deitou na cama de costas

- nossa vida é uma merda sabia?- ele me puxou pra cama me deixando abraçada nele chegando ao ponto deu sentir seu cheiro. Já me acostumei com esse jeito de Rui ele sempre foi afetuoso comigo desde que éramos crianças.

- tanto sei que detesto ter nascido aqui. - ele segura o meu rosto me fazendo o encarar, nos encaramos por minutos, no caso ele ficou me encarando já que eu acabei me sentindo constrangida. Ele aproximou meus rostos me deixando inquieta quando eu vi que ia acontecer mesmo dei um pulo da cama

- Quer jogar? Porque não chamamos os outros e saímos pra beber? Eu quero encher a cara. Liga pra os outros eu vou me trocar.

Corri para o banheiro abri o chuveiro e entrei nele sem tirar a roupa, minha respiração está ofegante. Isso quase aconteceu, outra vez. Me lembro que quando eu tinha 15 anos um dia ele me abordou e disse que queria me ensinar uma coisa, mandou eu fechar os olhos e esperar. E me beijou. Depois daquela vez nunca mais aceitei fechar os olhos, é errado. Somos primos. Quando sai do quarto já com outra roupa ele continuava no quarto olhando para o teto.

- eles disseram que vão nos encontrar lá

- Okay, podemos ir certo. - disse saindo na frente

(...)

Eu geralmente tenho a sensação que minha mãe não me ama, é só sensação mesmo. Ela teve a coragem de me perguntar como ficaria as coisas do casamento. Eu fiquei sem palavras, como ela pode ser tão fria assim? Dei-lhe as costas pegando minha pasta para ir ao trabalho

- Ária estou falando com você. Quantas vezes vou ter que ti dizer para não me dar as costas quando estiver falando comigo.

- eu não quero falar com você

- não se trata de você querer, se trata de cumprir com os seus deveres como herdeira dos Sherruam. Se não tem respeito por mim que sou sua mãe, que fiquei nove meses com você em meu ventre e ti pari. Respeite a facção!

- você está exagerado, está sendo dramática. Em que momento eu ti desrespeitei?

Ela cruzou os braços me encarando.

- quer saber. Pensa o que você quiser, não é assim que você é. Tá legal! Que seja. Eu não dou a mínima para a organização do casamento, por mim vocês todos que se - ela lançou um olhar ameaçador. Apertei minha pasta contra meu corpo e sai. Para o único local onde me sinto livre, quando estou desenhando.

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