Marcamos uma videochamada e agora, sentado à minha mesa me preparando para ligar para ela, sentia como se fosse vomitar o pouco de comida que Maria tinha conseguido me fazer engolir a qualquer momento.
Gina atendeu no primeiro toque e, quando seu rosto familiar preencheu a tela do meu laptop, meu coração deu uma violenta guinada ao notar sua forte semelhança com Carlos.
Por sua vez, ela também me estudava, e algo em minha expressão devia ter denunciado a mensagem que eu tinha para transmitir, porque depois de um momento, suas feições desmoronaram e ela pareceu murchar na cadeira onde estava sentada.
— Ele se foi, não é? — Gina disse, seus olhos marejando enquanto seu queixo assumia uma postura determinada antes de continuar. — Me conte tudo.
Até o jeito dela falar, sua cadência, me lembrava Carlos; e demorou um momento até que o significado de suas palavras registrasse em meu cérebro.
Seus olhos continham um pedido silencioso enquanto esperava que eu dissesse algo, e mesmo não querendo