Dorotéia
João chega devagar, passo a passo, como um felino prestes a abater sua presa. Eu continuo firme, tentando achar uma brecha e sair daqui. Dou um passo para o lado e ele me acompanha.
Estala a língua, passa a pontinha levemente pelos lábios.
— Você não vai fugir de mim, Do.ro.té.i.a. — soletra meu nome ao mesmo tempo que me prende entre a parede e o muro de músculos que é seu peito.
Tento afastá-lo, mas ele apenas sorri com minha tentativa ridícula.
— Deixe-me passar, João — imploro olhando para os lados com medo de sermos pegos por algum curioso, afinal, não quero ser acusada de Ato Obsceno em Público. — Podemos conversar em outra hora.
— Parece que você gosta de ser prensada contra a parede, minha diaba! — articula baixinho, bem próximo a