- Capítulo 5 -

Descemos do carro e corri até Otávio, o abraço apertado aquece meu peito de tantas saudades que estava sentindo deles; Sandra traz algumas bebidas e nos sentamos, conto a ele sobre o casamento.

— Diga-me que você aceitou!

— Sol me convenceu a aceitar! — Sorrio revirando os olhos.

— Ela merece, ué, não conheço ninguém que tenha passado por tantas coisas como você e mesmo assim acolheu a todas nós!

— Se não fosse por você, eu não estaria com o armando!

— Quero todos vocês comigo!

A tarde me despeço deles, Sandra me entrega uma carta e olho confusa, meu peito se aperta por imaginar que fosse dela; no caminho até em casa abro o envelope, minhas mãos ficam trêmulas ao ver as fotos de quando ainda éramos uma família feliz.

Meus olhos lacrimejam ao ler as linhas escritas no papel, amasso com força jogando pela janela e respiro fundo limpando o rosto. Assim que entro em casa, clara e Helena correm até mim, me abaixo dando um abraço apertado nas duas.

— Sentimos sua falta!

— Também senti falta de vocês, me contem como foi o passeio?

— Foi muito legal, a gente andou no bondinho, papai ficou vermelho porque tem medo de altura! — Helena sorriu animada.

— E vocês seguraram a mão dele? Meu pai sempre segurava minha mão quando eu ficava com medo!

— E onde está seu papai? — Clara me olha curiosa.

— Meninas, acho melhor vocês irem tomar um banho! — Marco responde ríspido.

— Tudo bem, papai!

— Obrigada por mudar o foco da conversa! — Sorrio sem jeito.

— Elas perguntam demais às vezes, você pensou?

— Sim, e eu aceito sua proposta!

Sem eu esperar ele me abraça forte, sorrio envergonhada e subo para o meu quarto; a noite vou até o quarto das gêmeas as chamando para jantarmos, nunca imaginei que duas menininhas acabariam se tornando tão especiais para mim.

Nunca me imaginei sendo mãe, até mesmo pela criação que tive e a falta que durante anos senti de ter uma mãe por perto; estávamos descendo as escadas quando a campainha toca, vou até a porta e assim que abro vejo a tal Viviana acompanhada de Frederico.

— Oi Alissa! — Ele sorri me cumprimentando.

— Oi, seu irmão está no escritório!

— Com licença!

— Você ainda está aqui? — Ela revira os olhos me entregando a bolsa de marca barata.

— Sim, e não sou sua empregada! — Entrego a bolsa caminhando até a cozinha.

Me sento ao lado das meninas, logo Frederico aparece acompanhado de Marco, ela se senta ao lado dele praticamente se jogando em seu colo; fred me olha revirando os olhos e contenho a vontade de sorrir.

Marco se levanta pegando uma garrafa de vinho, após nós servimos ele me chama, seguro sua mão enquanto Viviana olhava raivosa.

— Não estava nos meus planos me casar agora, mas Alissa mudou todos eles!

— Você vai casar com essa qualquer?

— Viviana, sugiro que você segure essa sua língua!

— Não esperava isso vindo de você Marco, mas estou feliz que decidiu se casar! — Fred sorri abraçando o irmão.

— Então você vai casar com a Tia Alissa, papai?

— Sim princesa!

— Ainda bem, gosto muito da tia Alissa! — Helena sorri animada.

— Também gosto muito de vocês duas, meu amor!

— E quando será esse casamento? — Ela me olha com desdém.

— Dentro de dois dias, será algo simples! Sabe que não gosto de alvoroços.

Confesso que ouvir a data me pegou de surpresa, não imaginava o motivo da rapidez que ele queria casar, mas simplesmente permaneci sorrindo ao ver ela levantar e ir embora; após colocar as meninas na cama, me sento do lado delas contando uma história.

Helena logo fecha os olhinhos e clara segura minha mão enquanto acariciava seus cabelos, ao ver que elas estavam dormindo me levanto apagando o abajur; me assusto com a presença de Marco atrás de mim, ele me olhava sem dizer uma palavra e sorrio sem jeito.

— Obrigada por cuidar tão bem delas, desde que liz morreu, as duas nunca mais se acostumaram com outra presença feminina que não fosse Vivian!

— Eu entendo bem a dor delas, suas filhas são incríveis Marco, deveria passar mais tempo com elas!

— Elas te falaram algo?

— Somente que você não brincava mais com elas, que se fechou e só vive trancado no escritório!

— Com tudo que aconteceu, acabei me afastando de quem mais precisava de mim!

— Você é tudo que elas têm, não sabe o que eu daria para ter meu pai de volta! — Limpo os olhos.

— Você é uma mulher incrível, Alissa!

Suas mãos acariciam meu rosto, fecho os olhos ao sentir seu toque calmo em minha pele, ele aproxima nossos rosto e sinto seus lábios tocarem os meus, minha mão puxa levemente os cabelos de sua nuca fazendo ele gemer entre o beijo.

Ele me segura firme e travo minhas pernas em volta de sua cintura, enquanto caminha comigo até seu quarto. Sinto suas mãos apertarem meus seios com força; suspiro fundo quando ele me deita na cama, Marco desce a alça da minha blusa trilhando beijos em meu pescoço até chegar no vale entre meus seios, quando sinto sua mão passar em minha cicatriz me levanto vestindo a blusa.

— Aconteceu algo?

— Não! Acho melhor voltar para o meu quarto.

— Alissa, espera!

— Boa noite.

Saio rapidamente do quarto, assim que entro me deito na cama sentindo meu peito se apertar, olho para a cicatriz lembrando daquele maldito dia; tento respirar o mais fundo que conseguisse, fecho os olhos com força tentando espantar os pensamentos.

Na manhã seguinte acordo com os pulos de Helena e clara em minha cama, me levanto sorrindo das duas com os cabelos assanhados; elas me puxam rápido descendo as escadas, assim que saímos no jardim vejo Marco com uma roupa mais esportiva, ele me olha sorridente e pego minha bolsa.

— Papai vai levar a gente no parque!

— Vamos fazer um piquenique! — Helena sorri animada.

— Que legal meu amor! — Rodopio as duas ouvindo suas risadas. — Achei que você ia trabalhar até tarde hoje!

— Digamos que um passarinho me deu um conselho! — Ele sorriu debochando, sinto sua mão apertar o interior da minha coxa e olho assustada. — A propósito, você está linda!

— Ainda vou cortar fora essa sua mão! — Sorrio irônica.

Durante o caminho até o parque, Helena começa a cantar uma música baixinho e clara tirava milhares de fotos, apesar da semelhança física, as duas eram extremamente diferentes em seus jeitos.

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