─ O Sísifo está trancado no quarto ainda? ─ Questionou o pai de Sísifo.
─ Sim está, desde ontem não sai. ─ Respondeu a mãe e o advertiu em seguida: ─ Deixe o em paz. Algo aconteceu, ele está muito deprimido.
─ Se a gente não procurar saber o que aconteceu, nunca saberemos, ora bolas. ─ Bradou o pai levantando os braços.
─ Tudo tem seu tempo, há tempos para chorar e outros para rir. Vai surgir o momento certo e vou dialogar com ele.
─ Você estragou nosso filho, mulher! ─ E saiu para rua.
No quarto, cheio de dúvidas, eu olhava as telhas. Imóvel, somente respirando e existindo. Indignado, triste, olhares vazios, a esperança de mudança havia desaparecido em cada suspiro. As dúvidas haviam voltado, com um sentimento de revolta e raiva do ser humano. Sentia-me traído por meus próprios pensamentos e vontades. Em certos momentos apertava o lençol e os travesseiros com raiva absoluta. Não sabia se sentia ódio de mim mesmo ou das pessoas. Minha me