GUTEMBERG
A moto está caída no meio da rua, o motor ainda quente, soltando fumaça. As luzes dos postes oscilam, lançando sombras inquietas sobre o asfalto. Meu peito sobe e desce, o sangue correndo quente, mas nada disso se compara à raiva pulsando dentro de mim. Meus olhos fixam na figura de Timmy, punhos cerrados, parado a poucos metros.
Eu jogo o capacete no chão com força, o som ecoa na rua vazia, e avanço como um animal faminto quando encontra um pedaço de carne.
— Tá ficando louco, porra!? — grito, empurrando-o com toda minha força. — Jogar o carro contra a minha moto? Quer me matar?
Ele não recua, nem um milímetro. O sorriso debochado dele só alimenta o fogo dentro de mim.
— E você quer acabar com a Davina, não é, Fantasma? — O apelido sai de sua boca como uma provocação. — Contou para ela sobre a Pryia? Jogou essa bomba no colo dela? Quem você pensa que é?
— Ela merecia saber! — disparo, a voz rasgando minha garganta.
— MENTIRA! — Timmy grita, o som da raiva dele atravessando