_ Ana foi ao encontro de Josephine, a ideia era que ela assistisse e assessorasse no que pudesse dar errado no encontro, mas, Josephine descartou o primeiro pretendente e disse que não eram compatíveis.
- Senhorita Josephine, me explica algo que não entendi.
_ Ela olha para Ana, espera a pergunta para poder responder, seu rosto com uma expressão de tédio misturada com deboche, ela olha bem fundo nos olhos de Ana, não se mente estando tão próxima. Ela diz que Ana pode perguntar o que quiser.
- Bom, como pode o pretendente não ter sido compatível se os dados mostraram o contrário? Pareciam ter tudo a ver!
_ Josephine responde que o papo dele era estranho e que para um vampiro da alta sociedade, não tinha nenhum valor literário, poético, educativo e também era autoritário!
- Certo, mas, você disse que o encontro estava marcado para as oito horas.
_ Ana olha no relógio e vê que são apenas oito e vinte, ela veio mais cedo mais tarde porque o carro chegou às oito em ponto para buscá-la.
- São exatamente oito e vinte, não pode ter havido tanto tempo para conhecer alguém em quinze minutos!
_ Josephine está cansando do interrogatório e pergunta a ela do que ela gosta, o que ela bebe, o que come, que horas dorme, sua cor favorita... Ana não entende porque dessas perguntas e olha para ela insatisfeita.
- Senhorita Josephine, eu...
_ Josephine a corta no meio da frase, um pouco altaneira e grosseira.
- Não me chame de senhorita, me chame Josephine, me cansei do seu interrogatório e fiz algumas perguntas que não me respondeu, não posso saber quem é a minha relacionista pública?
_ Ana toma como um insulto e diz a ela que isso não é nada cortês, pois ela veio como Josephine pediu, vestiu a roupa que ela mandou e ainda tem de ficar respondendo perguntas que ela não tem como responder. Ana não acha saída e diz que vai embora se ela não contar a verdade do que passou ali antes que ela chegara.
- Muito bem, você quer a verdade, vou te contar! Mas, antes, vamos para uma mesa, quero pedir algo para você comer.
_ Ana se nega, Josephine pergunta porque ela não quer e Ana explica que neste restaurante há muitas pessoas que conhecem o seu patrão e a ela também, que prefere ficar no bar ou sair dali, pois pode parecer um encontro e ela não quer perder o emprego.
- Ficamos aqui mesmo e vou pedir algo para você, pode ser assim?
_ Ana concorda, quer saber o que ela tem para dizer, já que dessa vez está sendo mais cordial. Josephine pede ao barman que traga uma bandeja de frios e o melhor vinho doce para Ana, ele aceita o pedido deixando-as a sós. Ana olha para ela esperando que fale o porquê de querê-la ali, já que não podem ter uma relação mais que de cliente e relacionista.
- Ana, serei sincera, mandei o rapaz do encontro embora porque queria ficar só com você! Ele não era meu tipo e creio que nenhum será!
_ Ana olha para ela intrigada e pergunta se ela não gosta de homens ou monstros do sexo masculino, ela diz que gosta, sim, mas, que neste momento seu interesse é em Ana.
- Como assim, interesse em mim? Eu não gosto de mulheres, só da minha mãe, eu não saio com monstros, a única vez que namorei um, foi quando ele me encantou! Descobri tudo e terminei com ele.
_ Josephine não se ofende com o comentário de Ana, acha até atraente, já que gosta jogo da conquista, ela sabe do sereio e deixa bem claro para Ana que não é como ele e se ela um dia chegar a gostar dela um pouco, verá que para uma vampira ela é uma verdadeira Lady.
- Não duvido que seja, mas, não faz o meu tipo e estou fora para relacionamentos.
_ Josephine sorri de canto, um sorriso leve e quase imperceptível, mas, Ana percebe.
- Do que ri senhorita Josephine?
_ Ela rápido fica séria, pois Ana lhe chamou de senhorita novamente.
- Já te disse, me chame pelo nome. E quem disse que falava propriamente de relacionamento? Podemos apenas sair e nos conhecer mais, ninguém precisa saber!
_ Ana está em choque, agora, sim, ela parece um homem falando, e passou dos limites!
- Como assim? Sair e depois ver o que acontece? Acha que sou um brinquedo? Acha que saio por aí sem compromisso e que espero para ver o que rola, ainda mais escondido?
_ Josephine não entende o que passa ali, ela pede para conhecer melhor e Ana não quer, diz que não quer relacionamento, então ela propõe algo que daria bem para as duas, mesmo assim ela não quer? Vai entender a cabeça dessa mulher e Josephine agora está incrédula.
- Você não sabe o que quer não é mesmo?
_ Ana olha para ela confusa e levanta do banco, sai andando e Josephine a chama, ela não olha para trás e a vampira vai atrás dela, com educação é claro para não chamar atenção! Ana fica pensando quem ela é para propor algo assim, e sai bufando e batendo o salto novo no chão com força!
- O que ela pensa que é para me tratar como qualquer uma? Jamais um homem falou assim comigo, quem dirá uma mulher o fará!
_ Josephine alcança Ana na saída do restaurante, ela segura no seu braço e com a força que faz, Ana vira com tudo em cima dela, seus rostos tão próximos que Josephine pode sentir o hálito dela, Ana sente o perfume de Josephine e fecha os olhos para exalar o cheiro, quase cai e Josephine a segura.
- Está vendo por que temos que nos ver novamente? Você me deseja tanto quanto eu e sentiu desde a entrevista na minha casa.
_ Sim, Ana sentiu, ela sentiu mais que isso, é como se o destino a quisesse ali naquele momento para que se conhecessem, mas, ela não retrocederá numa decisão, não quer um relacionamento e não gosta de mulheres, ponto, é isso.
- O que a senhorita e o meu chefe acertaram?
_ Josephine olha para ela, sabe que deve a ela essa resposta, então lhe dá o que ela pede.
- Ele e eu nos comprometemos que, serei sócia da empresa e também uma cliente de publicidade, claro que não tenho que sair com ninguém, isso fica ao meu critério, mas, exigi que você participasse para avaliar os encontros!
_ Ana olha para ela, disso já sabia que quer saber quanto tempo isso irá durar, ela quer saber quando se verá livre disso tudo e poderá trabalhar em paz!
- O que acertaram quanto ao meu tempo com esse "acompanhamento ridículo" dos seus encontros?
_ Josephine sabe que serão pouco, então como ela realmente não quer aceitar a proposta, fala o óbvio, que ela não precisa saber, pois amanhã mesmo cancela o contrato! Ana agradece que ela tenha compaixão pelo seu serviço e lhe deseja boa noite.
- Agradeço por me liberar desse suplício, espero que vá tudo bem nos seus encontros e, que a parceria dure muitos anos mais.
_ Josephine solta o braço de Ana para que ela vá embora, ela não a impede e por mais que seja vampira tem sentimentos, ela desiste desses encontros e decide cancelar o contrato com a empresa, afinal, trato é trato e Ana não cumpriu a sua parte! Ela vê Ana ir embora, acompanha os seus passos e vai caminhando para a sua casa, ela manda seu motorista levar Ana, afinal, não precisa de proteção, ela é a caçadora!
_ Ana vai andando e pensando no que acabara de fazer, ela destratou Josephine sem motivos aparentes, a deixou no chão, tanto que a vampira não vai mais querer os seus serviços.
- O que há de errado com ela? Não vê que está errado? Falei para ela que não posso sair com clientes, que é política da empresa e não gosto de mulher, não gosto!
_ Ela lembra da mansão, de como foi na entrevista quando a viu, o que sentiu e quando suas mão se tocaram, de quando Josephine se empenhou em querer que ela a acompanhasse nos encontros e se pergunta se ela topou participar do aplicativo apenas para estar ao lado dela, ela sente que foi injusta, mas, Josephine também a destratou propondo encontro em segredo!
- Ela foi grosseira e impertinente e eu não gosto dela como ela pensa!
_ Logo para a limusine de Josephine ao seu lado, o brilho em seus olhos, da surpresa de que mesmo com o que ela falou, a vampira ainda veio atrás dela, mas, o seu brilho some quando ela vê apenas Marlos ali, mandando ela entrar que ele a levará em casa. Ela entra, mas, não pergunta pela vampira, mesmo assim Marlos fala com ela.
- Senhorita Ana, a minha senhora pediu que a trouxesse em casa, estava preocupada de que lhe passara algo.
_ Ana ouve e seu brilho volta, mas, não da mesma maneira, pois o fato dela se importar, mesmo não tendo ido junto a pegou de jeito, ela pensava que tinha sido iniciativa dele, mas, era Josephine, sempre ela, mas, por quê, para quê? Ele para o carro em frente ao seu prédio, ela abre a porta e quando vai descer, Marlos fala para ela algo que jamais esperou ouvir de alguém.
- Senhorita, não faça a minha senhora sofrer, se não a quer, não lhe faça promessas, ela já viveu muito e teve seu coração quebrado várias vezes, por homens e mulheres que fingiram gostar dela, vampiros também, mas, ela tem apreço pela vida humana e a senhora a trouxe de volta a vida!
_ Ana ouve e lhe diz que sua intenção nunca foi machucar Josephine, mas, que ela foi altaneira com ela a todo o momento, e o que ela quer, Ana não pode lhe dar! Ana se despede dele e entra em seu apartamento, ela sobe sem olha para trás, pensando nas palavras de Marlos, ela abre a porta e dá de cara com Suzi, que vem gritando ansiosa para saber como foi lá e porque ela voltou tão cedo.
- Não houve encontro, ela cancelou com o pretendente e... não sei se posso te contar!
_ Suzi reclama, diz que é sua melhor amiga há anos e nunca contou nada para ninguém, não entende o que pode ser que ela não possa saber.
- Ok, Suzi, vou te contar, mas, se alguém souber, te entrego para os lobos do norte!
_ Suzi confirma que não contará, ela jura por sua mãe que não contará para ninguém! Então Ana começa a contar o que aconteceu antes de chegar ao restaurante, fala do presente e tudo mais, Suzi fica de queixo caído com tamanha corte.
- É Suzi, isso mesmo que você pensa, ela quer a mim, e ninguém mais!
_ Josephine chega em casa, tarde, solitária, e vai para uma lagoa que tem atrás da mansão, ela senta lá e fica olhando os patos que cria, pensa o que foi de tão errado que fez para Ana tratá-la daquela maneira. Mas, chega a uma conclusão, ela não fez nada e Ana foi maldosa como as outras pessoas que ela amou um dia e partiram o seu coração. Uma voz lhe fala, bem, atrás dela.
- O que passa Josephine? Mais uma conquista falha? Te falei que não iria dar certo! Humanos não ficam com vampiros! Ou nos manipulam, ou querem nos matar!
_ Ela olha para trás e sua filha René está parada atrás dela, falando o que ela já sabe também.
- Sei que fui uma tola, mas, senti nela o que não senti em mais ninguém em todos esses anos, me iludi mais uma vez e saí perdendo. O que importa não é? Sou muito tola!
_ René olha para ela e diz que não, que ela é o ser mais humano que existe, apesar de não ter mais vida em seu corpo e diz que ela deve ir embora, passar um tempo longe para esquecer.
- Eu sei filha, mas, não consigo, ela me lembra muito a sua mãe!