Desviei o olhar quando a luz do sol amanhã encontrou meu rosto, interrompendo meu bocejo. A sensação de medo estava lá, provavelmente ela sempre estaria, porém seu gosto gélido em minha garganta começava a se tornar tão habitual que, sem perceber, talvez eu tenha me acostumado.
Partir. Deixa a segurança. Colocar a vida em risco novamente.
Mais um dia comum.
Eu conseguia reconhecer essas mesmas sensações no rosto dos meus colegas: sempre havia o medo e o nervosismo, claro. Mas logo também começavam a lutar por um espaço em nossos corações. Coragem, seria o nome correto? Instinto de sobrevivência?
Todos pareciam determinados a fazer tudo o mais rápido e precisaremos possível hoje. Havia a possibilidade de atravessarmos o mar nesse mesmo dia, agora com uma ideia muito melhor do que a que tínhamos.
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