Cristian
Eu observava Betina na frente do fogão terminando o café. Nenhum de nós almoçou. Depois que fizemos amor quase não conversamos; eu fui para o banho depois dela e agora estávamos pouco à vontade um com o outro.
Sempre que eu via Betina, me sentia alegre, sabia que teríamos conversas animadas e a sua companhia sempre foi bem-vinda, mas agora era diferente. Não era apenas alegria o que eu sentia ao vê-la. Meu coração parecia não caber no peito se ela sorrisse para mim e tudo que eu queria era levá-la para minha casa e a proteger de tudo.
Talvez eu a amasse...
Era constrangedor pensar em amar Betina quando eu não sabia os reais sentimentos dela por mim. Não queria fazer papel de idiota e por isso guardei aquela informação a sete chaves.
— Café, torradas e um pouco de geleia de amora que ganhei ontem da Dona Rebeca.
— Parece bom. — Eu me servi do café. A xícara era uma das poucas coisas bonitas naquela minúscula casa. — Fico imaginando como foi esses últimos meses aqui, sozi