— INOCÊNCIA —
O sol já estava alto quando acordei e me lembrei que havia um bêbado desmaiado no sofá da minha sala.
Suspirei, esfregando o rosto antes de sair da cama.
Peguei uma roupa confortável e fui até a cozinha. O silêncio na casa indicava que Allan ainda estava dormindo. Preparei um café forte e coloquei duas fatias de pão na torradeira.
Alguns minutos depois, ouvi um resmungo vindo da sala.
— Droga... minha cabeça...
Revirei os olhos e fui até lá.
Allan estava sentado no sofá, com as mãos na cabeça e o olhar perdido. Seu cabelo estava bagunçado, e ele parecia péssimo.
— Bom dia pra você também — falei, cruzando os braços.
Ele piscou algumas vezes antes de finalmente olhar para mim.
— O que... como eu vim parar aqui?
— Você caiu no meio da rua, quase foi atropelado. Decidi te trazer para cá.
Ele franziu a testa e olhou ao redor, como se tentasse se situar.
— Você podia ter me deixado lá.
— Poder, eu podia. Mas, por algum motivo, não fiz isso.
Ele soltou uma risada sem humor e p