53. DELATOR (Tabita)
Que cheiro forte é esse, meu Deus, a minha cabeça está muito pior!
— Mãe?! O que houve?
Acordei no chão da cozinha, com minha mãe e Rafael em cima de mim passando algo forte no meu rosto com algodão.
— Você ficou branca que nem farinha e caiu igual a uma jaca podre.
— E o que é esse cheiro forte?
— Álcool com arnica, minha filha, cura qualquer coisa. Menos gravidez, porque isso é falta de vergonha na cara, daí não tem jeito…
— Ah mãe, pelo amor de Deus. Me ajuda a levantar e me poupe desses seus sermões, quem disse que eu estou grávida?
— Da outra vez foi a mesma coisa e olhe aí a benção olhando pra você.
— Mamãe, você está bem?
— Sim, Rafinha, meu amor.
— Você vai ter nenê?
— Não, isso é coisa da sua avó.
— Sei, Tabita, você se cuide, o que esse marginal queria aqui na nossa porta?
— Ele veio encher minha paciência. Foi isso, mamãe, culpa sua também, que fica dando moral pro Lino.
— Claro, porque você muito bem que ele tem que pagar a pensão do filho dele.
— Mãe, falan