Guerra de Mentes III - A Batalha
Guerra de Mentes III - A Batalha
Por: Micael Pinto
Traição

Qual seria o significado do amor? Porque os poetas tentam, demasiadamente, por mais e mais vezes, descrever tal sentimento, seria a emoção mais sublime do humano, e quando o amor é acompanhado de uma sensação de morte, fazer sexo com a esposa de um matador, um jovem de dezenove anos teria suporte para tanto.

De boa risada, benevolente da seara cristã, gostava sempre de ajudar os demais, ele sentia que os amigos gostavam dele, mas um momento em sua vida, creu que não existiam amizades, nas conversas acadêmicas, muito se falava do interesse de outrem ao se aproximar, parecia ou era o centro das atenções, uma mensagem um tanto misteriosa apareceu em seu computador de uso pessoal, uma alerta sobre uma conspiração de uma emissora que pretendia dominar o mundo, todos estavam atrelados a um segredo, que consumia as energias emanadas de cada indivíduo, a solidão sempre foi seu melhor amigo, ficava horas trancado em um quarto na escuridão, apreciava a cor preta, tinha um estilo de metaleiro, apesar de não ter um coração das trevas, mas suas poesias eram obscuras, com temas satânicos, influência do Iron Maiden, que gritava estridentemente “Six, Six, Six / The number of the beast”, em uma caminhada com seu pai na cidade baixa, comentou a respeito de uma música Autoestrada para o Inferno, foi repreendido, alegando que as palavras possuem poder, conhecia o assunto por alto, mas ser adepto do rock and roll, transformaria em um discípulo de satanás?

Suas roupas pretas, jaqueta, coturno, em plena uma hora da tarde, em um lugar de clima tropical, alguns alegavam de só o ver com essas vestimentas arrepiava, ou o motivo dessa sensação seria uma força soturna que o acompanhava, mesmo pela manhã?

Não quis saber de muita coisa, puxava conversa com as garotas, percebeu desenvolver melhor suas ideias e por motivo de papo, as mais experientes, mulheres de quarenta e trinta anos, que fazia seu feitio, sem pensarmos na força natural da vida, ele era um simples esbornio e boêmio, só queria saber de um porre, mencionar sobre o criticismo de Kant, mas a sociedade plausivelmente estigmatizada pelos televisores, realmente estamos em um plano de dominação mundial, onde se anestesiam o pensamento humano, notícias supérfluas sem sentido, todos os dias, de forma cíclica parecendo um inferno ao qual acordamos todos os dias, fazemos as mesmas coisas, para no dia posterior, fazer as mesmas coisas do dia anterior, mas sem ter um elo nas lembranças, a sociedade não era esquecida, apenas os governadores não via necessidade de investir em cultura, enquanto aos produtores culturais, esses nos esfregavam em nossa cara, as maiores trevas da magia negra, claro, para um apreciador de Black Metal, não entrou na viagem, só gostava do som rápido e de acordes pesados, e o vocalista gritando, existia um leque imenso a sua frente, Immanuel Kant, talvez seja somente aos acadêmicos de direito.

Parou em um bar, tomou duas doses de conhaque, pediu um cigarro, acendeu, não fumara até o fim, que vida sofrida, lembrara novamente da loira, linda, de beleza irradiante, a mulher do pistoleiro, estava carente, o casamento desmoronado, a conversa já em altas intimidades, ela insiste em uma gravidez, de forma intuitiva ele alega ser psicológica, e aconselha fazer o teste de farmácia, mas na verdade ele queria finalizar essa bela mulher com um orgasmo, nessa época, sua juventude, não fazia pensar na satisfação feminina, só queria gozar, antes mesmo de penetrar, era aficionado pelos torpores da consciência, de narcóticos, prazeres sexuais, o vício sempre tentava falar mais alto, manteve-se vivo, décadas depois, concluíra que o melhor torpor és o espiritual, ah! Mas essa bela mulher não escaparás, a atual namorada de Renato Gomes, estava de partida, uma figura excêntrica, rock roll na veia, não agradava a família de Luana Carla, eles namoram um semestre, até hoje se falam, no verdadeiro amor, aquele dos poetas, mas quando ele bate a nossa porta e não sabemos reconhecer, poeta por natureza, tentava também descobrir, só que em sua residência, nunca vira seus pais, trocando afeto, só farpas, claro as vezes imaginava eles namorando no escuro a noite, enquanto os filhos dormiam, já grande, quis cuidar de seus pais, que tanto intercederam pela sua vida, seria a gratidão divina e aos genitores, por ter o tirado do inferno, que tantas vezes o puxava, e a culpa era do Rock?

De papo em papo, imaginou e relatou para senhorita, a loira, esposa do pistoleiro.

- Pela tonalidade da sua pele, acredito que a cor dos seus lábios vaginais seja rosa.

Comunicavam, pelo computador, ela parou por um tempo, retornando com a inquisição.

- Sim, são rosinhas.

Eles tinham uma enorme intimidade, ela já era grata por ele, o ter livrado de um filho ao qual não queria, um filho que não foi fecundado, um filho só habitava na mente dela, possuía realmente um filho com o dito cujo, mas amava de uma maneira indescritível, a questão é que as coisas terminam, e seu relacionamento terminou, ela possuía o medo de romper definitivamente, ou pior trair, perdendo a vida ou coisas piores, mencionara que havia sido iludida que depois do casamento conseguiriam uma casa, foram para casa dos pais deles, neste ponto ela já iniciou o receio, depois fora um tormento um relacionamento abusivo, com torturas psicológicas, ela mencionara tais palavras, e Renato Gomes, só a ouvia, triturava de forma crua, a realidade que estava, justamente pela motivação do pensar ativo.

Era tesão, que estava acontecendo com os dois, ele estava em uma oficina de motos, utilizando o computador, quando de repente aparece Luana, aterrado fica esperto para ver se ela não visualizou a conversa e fecha a janela do aplicativo, Luana só queria encontrar Renato, deu a data de partida, e um beijo que até hoje atravessou no tempo, mas eles não romperam deixaram em aberto por conta do Destino, do Universo e de Deus, ele possuía um vínculo com a Cristã cuja família repudiou o intelectual.

Renato Gomes, ainda desejava falar de amor, sentia o universo falando contigo de forma direta e indiretamente, notou algo bizarro nesses seis meses de namoro, a forma dele amar era estranha, não possessiva, nem dominadora, vamos tarjar com desleixada, demonstrou afeto poucas vezes por palavras, fora falho diversas vezes nos atos, mas marcaram um encontro na Praça, ele com o cabelo próximo a bunda, no estilo metaleiro, promete para a crente que hoje se tornara daimista, seu cabelo, aquilo que ele mais amava, direcionou ao salão de sua cunhada, pediu para cortar o cabelo e guardar em uma toalha, um cabelo cacheado repleto de THC, assim foi feito, quando se encontraram, pela penúltima ou antepenúltima vez, entregou seus cabelos cortados, para Luana Carla, como uma forma de falar: “- Eu te amo”, mas sua mente estava em um plano mirabolante, reza a lenda que todo homem se envolve com uma mulher casada, ele estava vidrado naquela loira, trocam de música, de palavras, de orações, de pensamentos, os dois estavam em um plano perfeito,

encontrou na rodoviária e despediu-se com um beijo caloroso e cheio de amor, mesmo ambíguo em Luana, essa com certeza até agora fora a penúltima vez que se viram, dez anos depois ela retornou e tiveram um papo amistoso.

Eis que surge o plano perfeito, como ele fazia reparos operacionais em computadores, ela teve a ideia no dia propicio quando o marido viajar e no intervalo de tempo que sua mãe não estiver, ele se direcionar até lá, perto de mais, na rua de cima. Tentaram de formas diferente, uma, duas, não conseguiram, mas finalmente Renato entrou na casa de Marisa Cordeiro, o sogro dela estava lá, iria levar seu neto, pediu para esperar um tempo, ele ficou brincando em frente ao computador até a hora dos finalmentes, o sogro dela saiu, ela apareceu na figura de um demônio de calcinha azulada, Renato prendeu ela contra a parede dando o melhor beijo nela, que tanto guardava, Marisa fica trêmula, era o ápice de prazer, vão até a cama, ele senta em uma cadeira ela fica de frente para ele, de saia jeans, observando o que tinha por de baixo da saia, era o prazer que tanto desejava desfrutar, mas a realidade, para quem ama, consumaram a traição de ambos, só não avançaram ao sexo por esporte, pois ele não trouxera preservativo.

Ficaram de encontrar-se em outro momento, o momento ideal, conversaram, ela afirmou que teve que trocar a calcinha depois do beijo de tão molhada que ficara, ele sabia que podia ser carência, ou alguma espécie de orgasmo desconhecido, prazer imenso, nunca presenciara uma mulher se tremer ao beijar, combinaram de ir a um hotel na cidade baixa.

Nesse ponto que mora o perigo, se encontraram, beijaram ardentemente, em uma rua estreita que dá em uma saída para padaria ao lado do hotel, eles foram ao hotel, ele entrou primeiro, pedindo para ela esperar na escada, infelizmente ou felizmente, ele não possuía dinheiro suficiente para noite, não havia quartos vagos e vociferou uma praga ao recepcionista, saíram do hotel, sem ter feito nada, voltaram para rua estreita e escura e se beijavam, iriam trepar ali, quando a mãe dela liga desesperadamente para ela ir para casa, saindo em disparada na frente, ele retorna ao seu lar.

N’outro dia, pegou o ônibus para faculdade que era em uma cidade vizinha, ele estava quieto, indiferente, sua boca era de túmulo, talvez alguns companheiros ou cujos vulgos amigos tenham estranhado, entretanto na hora de retornar ao lar, senta um conhecido dele, fazendo ele fazer vários cálculos até fechar na rua de cima.

Desgraça: “- Descobriram”.

Renato entra em um estado paranoico, afunda-se uma paranoia digital, existia um comercial na televisão logo no romper do sinal digital, dos batimentos cardíacos, ele deitado no chão, com ideias desconexas, sente que aqueles batimentos vindo da televisão era o dele, levando a um estado de horror indescritível na mente, ele havia mergulhado no inferno, mas ainda racional, logo quando chegou da faculdade, entrou em sua casa e ligou para Marisa, avisando que tinham descoberto que eles “teve” algo, ela usou uma frase pronta, que ninguém tem bola de cristal, Renato mencionara que flagraram saindo do hotel.

E o medo da morte o consumia, de ser morto por se aventurar em anormalidades da monogamia.

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