A Festa

     O lugar estava cheio, isso por si só já foi o bastante para não gostar, tudo

cheirava a álcool, cigarro e provavelmente sexo, combinações que não me

despertavam nenhum sentimento no momento, a minha querida prima tinha indo

junto, para aumentar meu animo, de acordo com o idiota do meu irmão, embora as

tentativas de animação dela fosse se esfregar no Fernando, realmente não sabia o que

tinha vindo fazer aqui. O idiota a quem chamava de irmão segurava meu braço, o

que me deixou ainda mas irritada, me sentia como algo que ele arrastava para onde queria, e pronto, queria apenas ir embora de uma vez, puxei meu braço com força e acabei tropeçando e caindo em alguém, era só o que faltava.

    Ao olhar para cima vi o homem em quem bati, é claro que seria a única a ir ao chão, e por ser baixinha, todos pareciam ser maiores do que eu, o vi estender a mão para me ajudar, recusei sem nem pensar, logo o Fernando me ajudou a ficar de pé, encarei meu irmão, como ele podia me dar esse lugar como presente de aniversário? Ele tinha merda na cabeça, ou eu nao significava nada para ele.

   _ ei, desculpa – o cara em quem esbarrei começou a falar.

   _ esquece – falei me virando para o Fernando.

   _ que isso Livia, o cara te pediu desculpas, já sei leva ela para tomar uma bebida,

depois te encontro maninha – ele me deu um beijo no rosto e saiu agarrado na cintura da

nossa prima.

   Era só o que me faltava, ser dada de bandeja a um estranho pelo meu próprio

irmão, piada, só podia ser isso, olhei em volta procurando a saída, depois de dar alguns

passos senti meu braço ser puxado, sem brutalidade, ainda assim me deixou com

mais raiva ainda.

    _ não precisa me pagar nada, ok, me deixa em paz – rosnei.

    _mas e se eu quiser? – minha paciência devia está sendo testada hoje.

    _não vou transar com você, então não precisa fazer isso – falei me afastando

    _só quero te pagar uma bebida, não vou te levar para um quarto, e nem te pedi em

casamento – bufei.

   Não gostava de multidões, meu irmão sabía disso, ele mas do que ninguém devia me conhecer, no lugar disso ele me trás, para um lugar assim? Finalmente encarei o cara, não sabia o que esperar de uma pessoa que vem a esse tipo de (festinha) que poderia ser confundido com um puteiro, a diferença é que abriam as pernas de graça, mas mesmo não gostando desse tipo de lugar dei de ombros e me deixei ser guiada, subimos as escadas onde dava acesso ao bar, essa parte estava quase vazia, para o meu alivio, não tinham luzes piscando, e conseguia ver melhor o rapaz, ele não parecia ser muito mais velho que eu, tinha cabelo curto, castanho, a pele parecia bronzeada demais, coisa de quem fica muito tempo na praia, o corpo era de quem vai a academia com frequência, me parecia o típico filhinho de papai, pelas roupas de marca, e o rélogio caro, devia ser esse o caso.

    Depois de pedi uma marguerita, e ele um wisque, fomos sentar em uma das mesas,

seus olhos não saíram de mim, e embora a maioria das mulheres gostassem desse tipo de  atenção, esse não era o meu caso, dei um gole na bebida e o encarrei de volta.

   _você sempre vem a esse tipo de festa? – ele pareceu avaliar minha pergunta,

acredito de tentando adivinhar que tipo de resposta eu gostaria de ouvir.

  _as vezes, na maioria venho acompanhando meu irmão mais novo, ele é ótimo em

consegui o que quer, as vezes com algum amigo, e você? – acabei dando um meio

sorriso, não era a única a ter irmão que conseguiam o que queriam.

    _é a primeira e última vez, se depender de mim.

    _acho que cair, e ser quase obrigada a beber com um estranho, não seja uma boa

primeira impressão, aliais, meu nome é Sebastian, e você? – perguntou me estendendo a

mão.

    _Lívia.

    _então Lívia, já que não gosta desse tipo de lugar, por que deixou o seu irmão te

arrastar? – perguntou segurando o sorriso.

    _é tão obvio assim que fui arrastada? – acabei rindo.

    _é, se não gosta de lugares assim, deveria dizer não – parei de rir e o encarei, ele

estava certo, mas hoje esse era o presente que merecia do meu irmão.

    _tem razão, mas apenas hoje, não podia recusar - precisava ver o ttipo de coisas que eu merecia ganhar aos olhos do meu irmão.

    Terminei minha bebida e continuei conversando com ele, não foi tão ruim como

achei que seria, acebei pedindo outra bebida e rimos bastante ao falar dos nossos

irmãos, acho que existiam mais idiotas no mundo além do Fernando. Olhei a hora, eram

mais de três da manhã, não aguentaria ficar acordada por mas tempo, mandei uma

mensagem para meu amado irmão que nem ao menos me ligou para saber se estava

viva, dizendo que queria ir embora, o infeliz ainda me disse para lhe dar mas meia hora,

até podia imaginar o que estava fazendo, mesmo tendo encontrado alguém para me

fazer companhia, não acredito que ele me deixou de lado, só para ficar se agarrando com alguém, as vezes parecia que não tinha importância nenhuma para ele, talvez fosse

essa a verdade e eu apenas fingia não ver.

   _eu vou indo – digo me levantando.

   _foi bom te conhecer, é, será que tem chances dá gente continuar a conversar? – o

encarrei e dei um sorriso.

    A música alta continuava, o cheiro não havia melhorado, podia ver se olha-se em volta, um casal transando em um cando, em outro alguns rapazes usavam algo, que não parecia ser legal, todos, ou a maioria estavam na faculdade, alguns como  meu irmão, já tinham a vida feita, outros eram menor de idade, de tudo que poderia dar errado, não a considerava um total fracasso. Me mantive sobria, conversei por algumas horas com um homem que não falou em como sou gostosa, ou qualquer adjetivo relacionado, até que para a minha primeira festa de verdade, me saí melhor do que imaginava. 

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