Afastou-se sem nada dizer, sabia qual era o pedido, por dois anos sempre foi o mesmo, não teria o porquê mudar agora. Voltou em seguida com duas taças de flocos com cobertura de caramelo. Não consegui tomar o sorvete, fiquei parado olhando para minha filha, admirando cada traço de seu rosto e descobri que mesmo após tanto tempo, não sabia pentear os cabelos dela, ainda vivia descabelada.
— Precisamos cortar seu cabelo. — Acabei pensando em voz alta.
— Não gosto — respondeu, passando a mão lambuzada no rosto.
— Mas está muito descabelada. – Foquei em seu cabelo rebelde para tirar meus pensamentos do peso que aquele momento me trazia.
— Faz trança. – Deu d