Em todos os portais de notícias, a prisão de Gabriela na loja Renova era o maior comentário, até os funcionários falavam. Cristina passou a noite com Fernando, pois o mesmo estava arrasado por descobrir o passado da sua irmã. A ajuda do delegado Magalhães fez total diferença para não restarem dúvidas da verdade que seria revelada. Ao chegar em seu escritório, antes mesmo de sentar em sua cadeira, o celular tocou.
— Alô?! Ah, sim, pai, estou no escritório. Ok, na hora do almoço nos encontramos então.
Pelo tom que o seu pai usou, estava chocado com tudo que descobriu envolvendo Rafael. Cristina ainda tinha receios de não acreditar em tudo que o envolvia, Omar tinha criado uma grande admiração em volta de Rafael. Como combinado, na hor
O delegado Magalhães, ao finalizar a ligação sobre a denúncia do paradeiro de Rafael, sentiu o peso do tempo escorrendo por entre os dedos. A urgência o consumia, a certeza de que precisava ser mais rápido que a sombra da justiça para impedir que aquele criminoso escapasse impune. Mas, ironicamente, antes que pudesse cruzar a porta da delegacia, a voz do recepcionista o deteve, anunciando a chegada de alguém com informações cruciais sobre o passado sombrio de Rafael.Sem hesitar, Magalhães a conduziu à sua sala. Aquela inesperada visitante poderia ser a peça que faltava para consolidar a condenação de Rafael, somando-se às inúmeras denúncias de seus antigos golpes. A porta se abriu, revelando uma mulher de porte elegante, seus traços na casa dos cinquenta anos. Óculos e
Rafael chegou à loja de conveniência na pacata cidade de Paranapanema com os nervos à flor da pele. Seus dedos trançavam os cabelos em um gesto frenético de ansiedade. Do interior de seu carro, digitou um e-mail para Cristina, instruindo-a a encontrá-lo nos fundos do estabelecimento. Não queria testemunhas caso a situação exigisse medidas extremas de sua parte.A confirmação da chegada de Cristina o fez espiar cautelosamente através da vitrine da loja, certificando-se de que seu rosto não despertaria olhares indesejados. Cada passo em direção ao ponto de encontro era carregado de apreensão, a sombra da emboscada pairava sobre seus pensamentos. No entanto, a urgência de sua necessidade era um grito silencioso que abafava o medo. Gotículas de suor frio escorriam por sua testa, o corpo e
Cristina, uma mulher de 34 anos de idade, moradora da grande metrópole de São Paulo. Vive somente com seus dois filhos em um pequeno e confortável apartamento deixado pelo que um dia foi o seu marido. Ela, cada dia que acorda e se olha no espelho de seu banheiro, percebendo as marcas do tempo em sua aparência lhe atinge dia após dia, era até frustrante ter que se olhar no espelho enquanto escova seus dentes.Cristina ficava se perguntando porque tudo na vida amorosa dela deu errado? E o porquê suas escolhas de vida as transformaram tanto? Ficava recordando todos os dias do seu jeito doce com a vida, seu otimismo, e hoje, parece viver em amarguras e saudades do que um dia foi no passado não tão distante.E sem controlar seus pensamentos, começou a recordar tudo que viveu antes de transformar-se nessa mulher de hoje, fria e um pouco amargurada. Cristina era muito romântica, parecia até estranha que um dia chegasse a ser como é hoje,fechada para o amor . Nunca foi de muitos namorado
Todos que contaram a novidade, comemoraram e felicitaram o casal. Os pais dos dois, aconselharam que o casamento acontecesse antes que a barriga aparecesse. E depois de um mês, casou com Thomas no cartório, agora ela faria a sua família ao lado do homem da sua vida. Seria como nos livros agora, o fim do capítulo final, onde o casal vive feliz para sempre, mas o para sempre estava mais para o início de um epílogo de: A ruína de um feliz que devia ser para sempre na vida de Cristina mas não foi.Parecia que depois que casaram, seu agora marido Thomas, chegava tarde todas as noites. Evitava conversar com ela, e com a barriga surgindo, evitava ser visto ao seu lado. Ela, pela fragilidade do momento, ainda tentava entender as mudanças do comportamento do seu marido. Com tudo, nada poderia ser mais cruel com uma alma amorosa, o que vinha a seguir. Quando chegou com oito meses de gestação dos seus gêmeos, era um casal por sinal, os dois viviam brigando. Com direito a xingamentos, Cristina es
As duas mulheres o acompanharam, Cristina queria somente ter contato com hospital, quando seus bebês nascessem no mês seguinte. Ao entrarem sentaram-se, e o doutor Marcos sentou-se e começou a contar:— Bem, senhora Cristina. O seu esposo, o Thomas, se envolveu em acidente, colidindo com outro carro que vinha na pista contrária. — Ele está bem doutor? — Cristina agarrava com força sua mãe pelo braço com força, que nem percebia que fazia isso.— Eu peço que você seja forte, vejo que está grávida...— Diga logo doutor, por favor! — Gritou Cristina dentro da sala, nunca gostou de surpresas em sua vida.— Tem coisas nessa vida senhora que nos pega de surpresa....— Doutor não enrole, como está o meu marido? — Lágrimas brotavam em seu rosto, tinha que escutar o que já gritava em seu cérebro a resposta.— Eu sinto muito, mas infelizmente o seu esposo faleceu antes mesmo de chegar aqui no hospital.A cabeça da Cristina girou, parecia um filme de terror, onde agora seu pior pesadelo se torn
O príncipe encantado, lindo, gentil que Cristina amava com toda a sua alma, somente existia em sua cabeça, durante anos ele a enganava, e o pior, todos juntos escondiam isso dela. Todo seu lado mulher ferida pela traição recém descoberta, o amor que achou que viveu foi uma completo mentira, seu marido era um traidor.Cristina, olhava para todos enquanto a mulher falava, e todos abaixaram a cabeça de vergonha, somente os seus familiares pareciam tão chocados quanto ela. Deu um passo próximo do caixão para olhar mais um vez, agora no rosto pálido de Thomas. Os pais dele, somente repetiam olhando para ela:— Nós realmente sentimos muito Cristina, queríamos lhe contar mas nosso filho não nos permitiu, fique calma.Cristina, lembrou de como Thomas havia mudado de um tempo para cá, de como estava frio e até gritando com ela estava fazendo. Sua ficha começou a cair naquele momento, tudo fez sentido, e num ato de fúria, sem aviso prévio gritou com a voz carregada de raiva e mágoa:— Pois bem,
— Olha quem chegou na casa da vovó. — Silvia, agarrou Ângelo e Sofia, e vendo sua filha, deu um beijo em Cristina. — E você meu amor, está bem?— Sim mãe, papai já foi trabalhar?— Saiu daqui às seis, vamos tomar um café? Fiz um bolo de cenoura maravilhoso.— Nós já comemos algo, eu vou tomar somente aquele café preto que somente a senhora sabe fazer. Eu tento fazer igual, mas é impossível mãe!— A mãe de Cristina riu:— É os anos de experiência minha filha. E vocês, pequenos, querem o bolo da vovó?— Queremos! — Tudo era uma festa para eles, e como gêmeos, mesmo sendo diferentes, sempre respondiam juntos algumas frases sem ao menos combinar um com o outro.— Cristina, hoje você irá demorar para chegar?— Acho que não mãe, tenho uma reunião com um possível arquiteto lá na empresa, mas acho que até às seis da tarde eu chego.— Tudo bem então, vem que a mãe fará aquele frango assado que você ama.Mesmo com tudo que viveu, sua carreira profissional deslanchou. Abriu sua empresa de cosmé
Cristina, mesmo sendo quem é hoje em dia, quis fugir dali nesse exato momento. Fernando ainda não sabia o efeito que causava nela. Ela, fingiu não ouvi-lo, tinha que focar no que vieram fazer ali. Seu lado profissional tinha que ser o seu objetivo. Não podia quebrar a sua promessa!— Bem, Miguel me informou que você tem algumas ideias para me mostrar. Quero ver se a sua ideia combina com a que já possuo.— Claro. — Com um sorriso ele tirando da sua bolsa, ele jogou sobre a mesa vários papéis com o design da loja como se já estivesse pronta. Cristina ficou encantada, parecia que ele havia tirado suas ideias de tudo que sonhava para a sua loja. Ele, ao vê-la passando a mão nos desenhos, percebeu que tinha acertado o gosto dela, realmente os estudos prévios que havia feito, tinha o ajudado. Não podia perder esse trabalho por vários motivos, porém ele não queria deixar de estar ao lado de Cristina. Ele sentia que atrás daquela postura fechada, algo dizia para ele que no fundo ela era do