(Renata Pellegrini)
Fico a encarar o objeto nas suas mãos, eu não sei o porquê, mas o meu coração aperta, não faço ideia do que terá do outro lado e por alguma razão inexplicável eu sinto... medo? Mas eu já estou na merda mesmo. Pego o porta-retrato e o viro, trovo o maxilar ao reconhecer a figura masculina na foto... é o meu pai... ele segura um bebê e ao seu lado tem uma mulher, sinto o meu coração bater mais rápido, é como se eu estivesse a olhar-me num espelho...
— Essa mulher... — Começo a falar, mas Vicenzo interrompe-me.
— Marieta Martinelli, a principessa della famiglia Martinelli. — Ele diz. — A sua mãe deu a vida por você.
— I-isso não pode ser verdade. — Falo nervosa. — Eu sou brasileira, nasci e cresci no Brasil, eu...
— Você é italiana, nasceu aqui, na Itália, o teu padre fugiu com você para o Brasil.
— Isso não pode ser verdade... — Falo ainda encarando o porta-retrato nas minhas mãos.
— Nunca achou estranho o fato do nome do seu pai nas constar nos seus documento