POV do Calvin
Fazia dez minutos que eu estava encarando o endereço dela no celular, tentando reunir coragem para sair do carro. Era ridículo. Já enfrentei aquisições corporativas e emboscadas em salas de reunião sem pestanejar. Mas isso? Isso parecia mais difícil.
O prédio da Stevie se erguia diante de mim, bem diferente do mundo elegante e polido ao qual estou acostumado. Não era chamativo, mas era a cara dela. Honesto. Real. Como tudo o que ela faz, era autenticamente genuíno, sem pedir desculpas por isso.
Eu não tinha um grande plano, nem um discurso ensaiado. Tudo o que eu sabia era que não podia continuar assistindo de longe, esperando que as coisas se resolvessem sozinhas. Eu precisava dizer algo.
Não. Eu precisava dizer tudo.
O corredor cheirava levemente a carpete velho e comida para viagem. Um lembrete de que o mundo da Stevie não era isolado pelo luxo como o meu. A porta dela era pintada de um bege sem graça, com um número de latão ligeiramente torto acima da abertura do olho