Luana olhou para Alana com um sorriso de superioridade, esperando para ver como ela responderia.Alana, então, apontou para Gael e disse:— Dr. Gael é um psicólogo com doutorado recém-retornado ao país. Ele possui inúmeros feitos e escreveu várias teorias e artigos renomados. Eu sou psicóloga, então, naturalmente, tenho muito interesse no trabalho do Dr. Gael.O Gael, ao ouvir seu nome, sorriu levemente e, com elegância, levantou-se e estendeu a mão para Alana:— Srta. Alana, muito prazer.Alana também estendeu a mão:— Dr. Gael, desculpe pelo constrangimento.Telma, então, segurou o braço de Diego e disse com um tom suave:— Não vamos falar sobre isso agora. Além disso, foi eu quem convidou a Srta. Alana. O que realmente me importa são as fotos do casamento e a certidão rasgada.Telma colocou a primeira foto sobre a mesa e, logo em seguida, tirou a segunda. Esta era ainda pior: nela, os olhos haviam sido pintados de preto e a boca marcada com um grande "X" feito de batom.Luana, indig
— Seis horas em ponto! Foi exatamente às seis! — Disse Telma com firmeza.— Você está enganada. Eu fui ao banheiro às seis e dez. — Respondeu Alana com seriedade.Telma olhou para ela, incrédula:— Como assim? Isso é impossível! O garçom me disse que você saiu da mesa exatamente às seis.Isadora, nervosa, interrompeu:— Cunhada, talvez o garçom tenha se confundido com o horário? Mas, de qualquer forma, quando você foi ao banheiro, ela deve ter aproveitado para ir à sua sala de descanso.Telma lançou um olhar pesado para Isadora. "Essa mulher não tem cérebro nenhum", pensou, mas já era tarde para corrigir. Com um suspiro profundo, ela apertou os punhos e respondeu:— Srta. Alana, eu não posso afirmar o horário exato. Afinal, quem vai ao banheiro e fica olhando o relógio?Alana assentiu calmamente:— De fato, ninguém faria isso. Mas hoje é o seu casamento, e a sua maquiadora parece se lembrar muito bem dos horários, não é?— Talvez o garçom tenha se confundido com o horário, mas é certo
Diego e Telma lançaram um olhar furioso para Isadora. Então, tinha sido ela quem disse que Alana estava ali.— Lana, reservei uma mesa no Hotel Palmeira. Os pratos daqui parecem péssimos, só de olhar já perco o apetite. Vamos? — Disse Murilo, estendendo a mão para Alana.Alana segurou a mão dele sem hesitar.— Vocês não podem ir embora! Essa situação ainda não foi esclarecida! — Isadora gritou desesperada.Ela correu para impedir Murilo e Alana de saírem, ignorando completamente os olhares ao redor.Murilo e Alana olharam para ela com desdém, e Murilo perguntou friamente:— Você não deveria estar em um hospital psiquiátrico?Os olhos de Isadora faiscaram de raiva, mas ela se forçou a sorrir e respondeu:— Sr. Murilo, hoje é o casamento do meu irmão e da minha cunhada. Que tal ficar para o jantar?Ela ajeitou os cabelos atrás da orelha, revelando um par de brincos brilhantes que refletiam a luz diretamente no rosto dele."Sr. Murilo, o que você está fazendo ao lado dessa vadia? Venha co
— Lana!— Srta. Alana, olá.Luiza e Roberto cumprimentaram Alana enquanto Ayla, sem perder tempo, segurou Alana pela mão e a empurrou direto para o banco do carona no carro de Murilo. Ayla, por outro lado, entrou correndo no carro de Roberto.Enquanto os carros seguiam pela estrada, Roberto acelerou e passou na frente, com Ayla abaixando o vidro para acenar em direção a Alana.— Alana! Não queremos atrapalhar o momento de vocês dois! — Gritou Ayla, rindo.Luiza se juntou à brincadeira e gritou também:— Eu só fiquei sabendo disso agora! Como você não me contou? Nunca vou te perdoar!Alana balançou a cabeça, rindo sem acreditar. Luiza já tinha enviado dezenas de mensagens para ela, todas cheias de reclamações:[Alana, você me trocou por um homem!][Você está com o Sr. Murilo e não me contou? Você está perdida comigo!][Eu sou de escorpião! Eu guardo rancor para sempre!][Da última vez você se machucou e não me contou, agora também me esconde isso? Estou de mal com você por um dia inteir
Alana recolhia diferentes tipos de frutos do mar: estrelas-do-mar, caranguejos e até mesmo búzios. Murilo caminhava até ela segurando o balde com uma mão. Quando parou à sua frente, abriu os lábios de forma calma e disse:— Estenda a mão.— O quê? — Alana olhou para ele, confusa.— Estenda a mão. — Murilo repetiu.Alana levantou a mão com hesitação, pronta para recolhê-la a qualquer momento. Murilo fechou o punho e o colocou sobre a palma dela. Algo frio caiu na sua mão. Era uma concha.— Achei. — Disse Murilo.Alana olhou para a concha. Era um pequeno exemplar com ondulações em rosa pastel.— É bonita. — Respondeu ela, colocando a concha no bolso.Não muito longe, Ayla observava a cena. De longe, ela via Murilo e Alana juntos. Os dois estavam na beira do mar, com o céu tingido pelas luzes alaranjadas do pôr do sol que banhavam os dois em um tom quente. Ayla então se lembrou de várias cenas românticas descritas nos livros que já havia lido. Tudo parecia exatamente como o que estava à s
Murilo ficou em silêncio por um momento, mas seu olhar era sério como nunca antes:— Lana, eu não me importo. Você sabe que isso não faz diferença para mim.Alana continuou:— Não estou chateada por causa da Telma. O problema é que o mundo carrega uma enorme maldade contra as mulheres. Ontem, no casamento, a primeira reação de todo mundo quando me viu foi me rotular como "a ex-esposa de Diego". Para eles, a minha presença automaticamente significava que eu estava lá para causar problemas, para estragar tudo. Mas ninguém se lembrou que o protagonista daquele casamento era o Diego. Ninguém o chamou de "o ex-marido da Alana". Baseados apenas em preconceitos e estereótipos, eles jogaram toda a sujeira em cima de mim, sem sequer pensarem duas vezes.Murilo a puxou para seus braços, envolvendo-a num abraço firme:— Lana, eu vou te proteger.— Eu sei. — Respondeu Alana, com um olhar mais suave.Murilo era o único que não apenas dizia que a protegeria, mas também demonstrava isso com ações.—
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de