Meus passos ecoam pelo corredor do hotel, cada um pesado com a ressaca emocional da noite passada. A luz do dia parece demasiado brilhante, e eu me encolho dentro do meu casaco, desejando invisibilidade. Mas a invisibilidade é uma benção que me é negada hoje, pois ali está Ursula, um borrão de estampa de onça e arrogância.
— Olha, Nina querida, dormiu aqui?— ela pergunta, sua voz gotejando com falsidade.
Forço um sorriso, um movimento dos lábios que não chega aos olhos.
— Sim. — Minha resposta é curta, uma tentativa de encerrar a conversa antes que comece.
Ela ri, um som que me faz franzir a testa em desgosto.
— Com seu marido? — Ela debocha, e posso sentir o julgamento em cada sílaba.
Escolho a dignidade sobre a discórdia, ignorando-a e continuando meu caminho. Não vou permitir que ela, ou qualquer outra pessoa, manche a doçura secreta daquelas horas roubadas com Matteo. Com cada passo que me afasto, sinto uma determinação crescente. Ursula não vai estragar meu dia. Hoje, eu escolho