Cápsulas do tempo
Cápsulas do tempo
Por: Fátima Luiz
CAPÍTULO I - Cristine retorna para sua casa

                                                        CÁPSULAS DO TEMPO

Por alguns segundos os pensamentos de Cristine vagam no passado...

Apesar de tudo está como sempre, ela consegue manter-se calma, a rua esburacada e a poeira que levantava por alguns segundos, trazia Cristine brevemente ao presente.

As lembranças do tempo de criança, as brincadeiras com Dória, Juliete e Niki à fez esboçar um breve sorriso.

As coisas naquele tempo eram bem divertidas, travessuras, brincadeiras e até pequenas maldades, agora era o motivo de lembrar os mínimos detalhes...

Claro tudo agora é passado...o tempo não volta!!!

Só de pensar em reencontra-las já seria algo maravilhoso, uma infância feliz, deixa lembranças boas.

Ao som de sua música favorita, ela dirigiu até a casa da sua mãe, entrando na cidade, Cristine ficou um pouco tensa...

Sua mãe à espera, após um tempo, já aguardava no portão.

— Oi mãezinha!!

— Oi Cristine - disse dona Olga.

Enquanto abraçava sua filha, Cristine-lhe fala o quanto sentiu sua falta.

— Vou ficar bem pertinho de você mãezinha – disse Cristine 

— Entre filha, eu fiz um bolo – disse Olga.

Enquanto cortava o bolo, notou que Cristine andava pela casa, e que seu pensamento estava vagando no passado, olhando fixamente cada móvel, cada objeto de sua casa.

Uma vida que ficou no passado, mas por alguns segundos a fazia relembrar com emoção que ainda permanecia.

Olga estava preparando a mesa para o café da tarde, ela não sabia como iria contar para Cristine as coisas que surgiram depois que ela saiu da cidade. Tais coisas que fugiram do conhecimento de todos que ali viviam.

— Venha filha – dona Olga interrompe aquele momento nostálgico e trazendo sua filha para o momento presente. 

— Estou indo mãe – respondeu Cristine.

— Você sabe que seu pai esteve doente? – disse dona Olga.

— Sim mãe, eu sei!

— Que cheiro bom, vem da cozinha, estava fazendo bolo? – disse a mesma

— Sim. – respondeu Olga.

— Que bom, eu já estava com saudade do seu bolo. – disse Cristine. 

— Então vamos até a cozinha esperar o bolo ficar pronto, enquanto isso você me fala sobre sua vida na casa de sua avó. – disse Olga.

— Nada mudou por aqui né mãe? 

— Quase nada minha filha! – retruca Olga.

— Porquê? – pergunta Cristine.

— Eles têm achado algumas coisas estranhas, que vem não sei de onde, objetos esquisitos. – diz Olga.

— Objetos esquisitos? Como assim? – indagou Cristine. 

— Aparece do nada, são levados para o museu, se você quiser te levo lá depois. – diz Olga.

— Sim, eu gostaria de ver, mais agora eu quero mais um abraço apertado da senhora – diz Cristine.

Ao abraçar sua mãe, Cristine ficou pensando sobre os tais objetos que estariam sendo encontrados e pergunta então onde esses objetos eram encontrados. Olga respondeu que seria em um campo, ou seja, em uma grande área aberta. 

— Mãe, me diz uma coisa, a senhora tem visto minhas amigas, Dória, Niki e a Juliete? – pergunta Cristine. 

— Elas saíram da cidade assim que você foi para a casa da sua avó, eu nunca mais tive notícias delas. – disse Olga. 

— Sério? – pergunta Cristine.

— Sim!! – respondeu Olga. 

Então Cristine ficou pensando onde elas estariam agora...

— Mãe e os pais delas, a senhora tem visto? – volta a perguntar Cristine.

— Não, a casa está para alugar, porquê sempre as pessoas mudam de lá e são sempre pessoas novas que vejo. – diz Olga.

— É verdade isso mãe? – pergunta Cristine.

— Sim filha, porquê? O que você acha de estranho nisso filha? – responde Olga.

— Nada. – Murmura Cristine.

— Eu vou te servir uma fatia de bolo e depois irei até à casa de uma amiga, você quer vir comigo? – pergunta Olga.

— Não mãe, vou ficar por aqui e descansar. – Responde Cristine.

Cristine ficou pensando sobre as amigas, e como poderia encontra-las, já que elas haviam se mudado. Entrou em seu antigo quarto, e viu tudo perfeitamente arrumado, sua mãe realmente deixava tudo em perfeito estado. 

Ela lembrava dos banhos de rio, das brincadeiras na chuva e até dos perigos que passou quando mexia com cachorro e saia correndo com suas amigas, subiam em uma árvore que já estava estrategicamente pronta com uma tábua e uns galhos, que permitia que elas subissem rápido, e assim escapavam do cachorro.

Sem querer ser sentimental, Cristine deixou escorrer uma pequena gota de lágrima, num instante ela se deu conta que já era grande o suficiente para ficar pensando muito nos tempos de criança.

Ela pensou que agora é hora de fazer novos amigos e recomeçar a vida novamente em sua cidade, não adiantava viver de passado. Também sabia que a vida tinha que seguir em frente, e o passado talvez seria apenas para ficar nas nossas lembranças e nada mais.

Após algumas horas de descanso Cristine decide arrumar a casa, depois toma um banho, e então sai dar uma volta na cidade.

São poucas pessoas conhecidas que passa e lembra dela e a cumprimenta, outras só olham para Cristine e não diz nada.

Cristine vai até uma grande ponte e volta as lembranças de quando ela ficava atirando pedrinhas na água, ela abaixa e pega algumas pedrinhas para fazer aquele pequeno ritual divertido de sempre, logo à mesma percebe que está pensando no passado novamente, então descarta as pedrinhas para um lado.

Ao olhar para um canto da ponte, ela percebe que não está sozinha, um rapaz a observa atentamente, com um sorriso sarcástico, ele então diz:

— Você continua bonita como sempre.

— Você me conhece? Quero dizer nos conhecemos? – pergunta Cristine.

— Sim e não – responde o rapaz.

Cristine irritada volta a perguntar:

— Quem é você? 

O rapaz então responde: 

— Ninguém importante.

— Mas, você disse que talvez nos conhecemos. Você sabe meu nome? – perguntou Cristine.

— Sei sim, você é a cabelo de milho. – respondeu o rapaz.

— Esse é meu apelido de infância, mas você deve saber meu nome suponho? – retruca Cristine.

— Você é a Cristine! – responde o rapaz.

— Quem é você então? Se sabe meu nome, meu apelido de infância, você deve ser algum amigo meu do passado. – diz Cristine.

— Ora, ora!! Seu amigo de infância, não me faça rir. – O rapaz responde com sarcasmo.

— Eu realmente não sei quem é você ou não estou me lembrando. – diz Cristine.

O rapaz então se aproxima dela, o suficiente para sentir sua respiração e então disse-lhe:

— Você terá tempo para se lembrar quem sou eu...

Então o mesmo arrasta Cristine para sua caminhonete, amarrando seus braços e suas pernas. Em seguida ele sai com o carro em disparada, Cristine desesperada tenta gritar, mais sem sucesso, pois o tal rapaz colocou uma fita em sua boca.

Após algumas horas, o carro para e Cristine percebe que tinha sido vítima de um sequestro, porém não sabia qual era o motivo.

O rapaz então abre a porta e tira Cristine do carro, segurando-a pelas mãos, após retira as amarras dos pés.

O local era isolado, parecia ter sido construído para aquela finalidade, esconder pessoas...

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