“Abigail Zapata Monterrey”Eu ainda estava me deliciando com a diversão que o Martim me proporcionou. Eu não sabia do que tinha gostado mais, do acordo, das câmeras ou dos meus cunhados aqui conosco, porque conhecendo a Pilar, a Magda iria se arrepender dessa ideiazinha estapafúrdia de vir me atormentar.- Ai, Martim, você merece um prêmio! – Eu pulei em seu colo e passei minhas pernas pela sua cintura quando ele trancou a porta do nosso quarto.- Mereço é? – Ele me olhou de um jeito safado, como se já soubesse o que pedir.- Merece. Eu jamais teria pensado em tudo isso! Sinceramente, quando você quer ser mau você é ótimo! – Eu olhei para ele animada.Ele me segurava em seu colo e tinha um sorriso sedutor.- Qualquer coisa por você, coelhinha. – Ele me beijou rapidamente e caminhou comigo até a cama, se sentando e me mantendo presa a ele. – Não se esqueça que temos que falar baixo. – Ele sussurrava em meu ouvido. – Me desculpe por trazer os meus irmãos sem te avisar.- Está brincando?
“Pilar Monterrey”Quando o Martim me ligou no dia anterior explicando que precisava da nossa ajuda para colocar a madrasta insuportável da Abigail pra correr da casa deles, eu nem precisava saber da história toda, eu aceitei ajudar na hora, não só porque eu faria qualquer coisa pelos meus irmãos, mas porque eu também faria qualquer coisa pela Abi, que se tornou como uma irmã. Eu já tinha muitos planos para infernizar aquela criatura.- E então, perua, qual a história? – Eu me debrucei sobre o balcão em frente a tal de Magda.A mulher era uma dessas madames que ficam ricas de uma hora pra outra e se deslumbram com o dinheiro. Ainda eram sete da manhã e ela estava coberta de jóias, maquiada e usava um sapatinho modelo Chanel de salto e um tailleur. Mas essa mulher não tinha lugar nenhum pra ir, passaria o dia todo em casa vestida como se fosse a um evento de caridade da alta roda social.- Sua mãe não te ensinou a ser educada com as pessoas? – Ela me encarou com aqueles frios e pálidos
“Camila Fernandes”Eu precisava ensinar umas coisinhas para a Letícia, ô mulher burra! Eu armava o esquema todo e ela simplesmente brotava no restaurante sem nenhum plano, só se jogando pra cima do Martim. Claro que ia dar ruim! Mas como eu ia fazer aquela lesada entender que assim ela não conseguiria nada? E ainda por cima, quem se deu mal de novo fui eu!Mas, eu também precisava de um aliado naquele escritório e sabia exatamente quem eu deveria recrutar. Aquela recepcionista falsa achava que enganava todo mundo, mas eu sabia reconhecer o tipo, o dia inteiro só lixando as unhas e de olho em tudo.- Malu, querida, como você está? – Eu cheguei sorrindo, com uma simpatia que me custava muito ter, e me encostei no balcão da recepção da construtora.- Está doente, Camila? Geralmente você nem me nota! – A viborazinha não entendia sutilezas, então eu teria que ser direta.- Pois é, mas eu noto os aliados e eu sei que você também não suporta a Abizinha! – Eu fui direto ao ponto com um sorris
“Martim Monterrey”Eu sabia que a Abigail não gostou da idéia de ir para um happy hour com a Camila, mas eu não estava ansioso para chegar em casa, com aquele batalhão que estava hospedado lá, e eu queria conversar um pouco com o meu amigo.- Me explica de novo, Martim, porque você concordou com isso? – A Abigail me perguntou pela segunda vez dentro do carro, enquanto rumávamos para o bar que combinamos.- Abi, se nós quisermos conviver com o Emiliano, que é nosso amigo, fora do escritório, vamos ter que suportar a Camila. Além do mais, vai ser divertido vê-la se esforçar para ser simpática com você só para agradar o amorzinho dela. – Eu tentei dar a Abigail um motivo para ela aproveitar essa saída.- Eu não sei não. Isso tem grandes chances de dar errado. – Ela balançou a cabeça.- Você prefere chegar em casa cedo e aturar a cara da Magda e do Enrico? – Olhei pra ela com um meio sorriso e ela fez uma careta de desagrado. – Como imaginei!- Mas nós não precisávamos incluir a Câmisinha
“Abigail Zapata Monterrey”Ô ideiazinha atravessada foi aquele happy hour com o Emiliano e a lambisgóia venenosa! Eu não via a hora de chegar em casa. Mas o Martim pareceu estar se divertindo e não me custava nada suportar aquela vaca por algumas horas, mas não precisavam ter sido tantas.Quando eu entrei no carro eu me peguei pensando que ver o Emiliano com a Camila já não me incomodava como antes, como me incomodou na praia. Me incomodava mais pelo fato de o Emiliano estar com uma mulher que claramente não o merecia, do que por ele estar com uma mulher que não era eu. E eu percebi justamente porque isso foi o que eu pensei quando me despedi deles, que eu lamentava por ele estar com uma mulher que não o faria feliz. Foi a primeira vez que eu pensei assim e não que ele deveria estar comigo. Foi estranho constatar isso. Mas não foi a única coisa que eu percebi.Eu também estava sentindo uma irritaçãozinha que eu não sabia de onde vinha. Não era nem pela Camila, porque com uma dose cava
“Martim Monterrey”Depois que a Abigail e eu desfrutamos daquele momento perfeito dentro do carro, e quando eu finalmente senti que poderia ficar de pé sobre as minhas pernas outra vez, eu a chamei para entrar. Ela estava toda manhosa e a vontade que eu senti de abaixar o encosto do banco e dormir ali com ela agarrada a mim foi quase impossível de resistir. Mas a noite estava esfriando e eu não queria que ela ficasse resfriada.Depois que eu coloquei a sua lingerie no lugar e abotoei a sua camisa, ela saiu do meu colo relutante, esbarrando na buzina do carro outra vez e nós caímos na risada, como dois adolescentes bobos. Eu me recompus e antes de sair do carro eu a beijei outra vez e suas mãozinhas gananciosas já estavam se espalhando sobre mim.- Melhor entrarmos antes que eu resolva te levar para o banco de trás! – Eu sussurrei em seus lábios e a sua risadinha me fez pensar que ela não se oporia.Nós saímos do carro e entramos em casa rindo, como se estivéssemos chegando em casa for
“Abigail Zapata Monterrey”Eu estava cheia de energia essa manhã! Nem a cara de maracujá engomado da Magda foi capaz de me tirar o sorriso do rosto. Mas a cara dela estava péssima! E o meu sorriso ficou maior.- Bom dia, cobra platinada! Está se divertindo muito na minha casa? – Eu perguntei sabendo que ela estava de péssimo humor, porque eu, infelizmente, conhecia essa criatura do mal.- Isso aqui é um verdadeiro inferno, Abigail! Bem a sua cara mesmo. Só falta um demônio de quatro patas correndo por todos os lados, babando e mordendo tudo. – A Magda realmente estava mal humorada e eu ri.Eu sabia que ela odiava animais de estimação, especialmente cachorros, ela até fez o meu pai dar o meu cachorro para alguém, dizendo que “o Enriquinho era alérgico”. Eu lamentei não ter um cachorro agora.- Ah, golpista geriátrica, não está bom para você não? É só ir embora, queridona, a porta da rua é a serventia da casa. Se quiser eu até chamo o taxi! – Eu sorri e ela fez uma careta.- Tudo o que
“Martim Monterrey”Eu estava bastante feliz naquela manhã, algo que eu não sentia há muito tempo. A Abigail e eu tomamos o café perto do escritório e quando chegamos encontramos o Emiliano logo na recepção.- Bom dia, meu casal favorito! – Meu amigo também parecia de bom humor, ao contrário da Maria Luiza, que estava com a cara tão azeda quanto a da Magda.- Bom dia! – A Abi e eu respondemos juntos.- Bom dia, Marilú! – A Abigail provocou a Maria Luiza, que resmungou qualquer coisa.A Abigail estava especialmente provocadora essa manhã e com um bom humor de fazer inveja nas inimigas, como diziam por aí. Eu me permiti pensar que talvez tivesse alguma coisa a ver com esse bom humor todo.Nós caminhamos para as nossas salas e eu me despedi da minha esposa com um beijo quando chegamos à sua porta. Depois que ela entrou o Emiliano me olhou e eu conhecia aquele olhar, ele queria conversar. Fiz apenas um sinal para ele em direção a minha sala.- Meu amigo, você e a Abi estão com uma cara tão