NATÁLIA
Eu acordei de repente quando algo tocou meu rosto. Meu corpo inteiro doía como se um cavalo tivesse passado por cima dele.
— Ei! — A voz aveludada dele caiu em meus ouvidos.
Os dedos dele deslizaram sobre minha bochecha. Eu olhei para o teto familiar do meu quarto na casa dele.
Talvez eu estivesse sonhando. Eu nunca saí daqui.
— Amorzinho? — Ele me chamou, suave e cuidadoso.
Meu olhar se fixou em seu rosto e a calma se espalhou por mim.
— Ricardo. — Eu engasguei.
— Eu estou aqui. — Ele assentiu.
Gritos ecoaram em meus ouvidos, fazendo-me fechar os olhos. Era para ser um sonho, um maldito pesadelo. Eu não poderia queimar alguém até as cinzas. Isso não sou eu.
— Não pense nisso. Quanto mais você pensar, mais isso vai assombrá-la.
Meus olhos se abriram lentamente, pousando em seu rosto mais uma vez. A fase de choque havia terminado para mim. Era hora de aceitar isso.
— Como posso não pensar nisso? Eu o matei. — Eu disse.
Meus olhos se apertaram, recordando a expressã