Capítulo 147
ANA

Seria uma noite?

Duas noites?

Uma semana?

Um mês?

Um ano?

Eu não conseguia dizer quanto tempo havia se passado. O silêncio ensurdecedor e a dificuldade de respirar faziam minha mente girar em ansiedade e naquele sentimento que raramente experimentava e admitia: o terror.

O terror sempre fora o primeiro passo para a derrota - uma derrota excepcionalmente humilhante. Eu odiava perder. Contudo, naquele instante, tudo o que eu fazia era, de certa forma, me entregar à perda. Perdida contra mim mesma, contra a escuridão que me envolvia, contra as memórias horripilantes que se desenrolavam diante dos meus olhos…

Jamais pensei que imploraria por algo. Talvez eu o fizesse por Natália ou por Diana, mas jamais por mim - nunca por mim.

Havia me fortalecido para nunca mais implorar pela minha vida ou por alívio do meu sofrimento. Mas acabei implorando. Implorei por um longo tempo, enquanto meus pulmões ardiam e eu tentava me mover, sem conseguir.

Era como se eu estivesse num túmulo - um túmulo
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