“Patrício”Eu continuava sentado naquele restaurante, olhando o mar, sentindo a brisa bater em meu rosto, vendo a tarde azul e tranquila passar, quando ela finalmente chegou. Não que ela tenha demorado, mas eu estava ansioso.- Ah, finalmente! – Me levantei para abraçá-la.- Finalmente digo eu, né, seu palerma! – Melissa colocou a bolsa na cadeira ao lado, se sentou e chamou o garçom. E quando ele se aproximou ela fez um pedido. – Vocês têm aqui aqueles pasteizinhos fritos com a massinha crocante?- Sim, senhorita. – O Garçom sorriu pra ela e mostrou o que ela queria no cardápio.- Ai, que delícia! Traz uma porção de recheios variados pra gente, por favor e um refrigerante de guaraná, com rodelas de laranja e gelo, por favor.- Sim, senhorita. E para o senhor? – O garçom mal tirou os olhos da Melissa, que ainda sorria pra ele com aquela aparência meiga e cativante.- O mesmo que eu já estava bebendo. Obrigado! – O garçom se afastou. – pasteizinhos fritos, Mel?- Ih, cada um com o seu
“Lisandra”O dia no escritório se arrastou e eu não tive nenhuma notícia do Patrício. Eu sentia falta dele, queria saber se ele estava bem e queria acabar logo com essa angústia que eu estava sentindo, ainda que fosse para ele terminar comigo, eu preferia que fosse logo, pois ficar assim sem notícia nenhuma era pior.- Lisa! – Manu entrou em minha sala, ela parecia ansiosa.- Oi, cunhadinha. – Respondi enquanto enviava mais um e-mail.- Será que você pode me dar uma carona? O Flávio vai se atrasar na delegacia. – Manu pediu e eu a encarei.- Claro, eu te levo! Bom que a gente conversa um pouco. – Analisei o seu rosto e ela realmente parecia ansiosa. – Está tudo bem, Manu?- Está, claro que está! Por que?- Sei lá, você parece ansiosa.- Ah, devem ser esses hormônios que eu estou tomando para tentar engravidar, me deixam louca. – Manu estava fazendo um tratamento para engravidar, mas só a Melissa e eu sabíamos. Ela queria surpreender meu irmão e eu achava isso muito lindo.- É, deve se
“Patrício”Depois que a Lisandra chegou, foi como se as coisas se acomodassem. Eu percebi que ela estava entrando numa espiral de ansiedade e eu precisava acalmá-la e foi o que fiz. Fui até ela e a deixei saber que estava tudo bem. Ela não fez nenhuma reclamação, nenhuma exigência, não pediu nenhuma explicação para o meu comportamento deplorável dessa manhã. Apenas me fez uma única pergunta e foi como se ela soubesse de tudo, de todos os meus medos, todos os meus anseios. Deus, não era possível uma mulher ser mais perfeita!Sim, o que eu procurava estava bem na minha frente. Foi por ela que eu procurei a vida inteira, era ela o que eu queria da vida, era ela a mulher com quem eu queria dividir a vida.Eu a mantive dentro do meu abraço e senti que aos poucos ela foi relaxando. Todos nos observavam, embora as conversas continuassem na sala, enquanto estávamos ali de pé apenas nos reconectando. E eu fiquei abraçado a ela e ela a mim até que o Romano avisou que o jantar estava servido.O
“Lisandra”Eu achei tão estranho a tia Lucinda sair da mesa assim que o Patrício se levantou que só podia estar acontecendo alguma coisa e eu fiquei inquieta, mas o jeito que a Melissa observou a situação, era como se ela tivesse percebido algo que eu não vi. Então eu ouvi a voz do Patrício, alta, irada, e uma frase que gelou os meus ossos. “Não me chama de bombom”, foi o que ele disse. Eu me lembrei do dia em sua sala que ele me disse que não gostava de bombons. Isso significava alguma coisa e alguma coisa que eu não queria descobrir, mas precisava.Eu saí da mesa num impulso, nem me preocupei em pedir licença e tampouco dei atenção à minha mãe que ficou me chamando como se me repreendesse. Cheguei à sala e vi aquelas duas mulheres ali, eu não as conhecia, mas as ruiva, ah, essa eu tinha uma boa idéia de quem era. E eu ainda a ouvi dizer que ele a amava e que eles poderiam continuar de onde pararam.Eu senti uma dor lancinante, como se uma navalha cortasse a minha carne, e quando eu
“Patrício”Eu não ia deixar a Lisandra ir embora, ela não! Eu faria exatamente o que ela disse, afinal eu realmente não queria a Virgínia, nem na minha casa e nem na minha vida.- Virgínia, sai da minha casa. Eu não te amo, Virgínia, o que tinha entre nós acabou! Agora sai daqui, você e a sua amiga. – Ergui os meus olhos para ela, sem soltar a Lisandra, eu não arriscaria soltá-la, ela poderia sair dali.- Patrício, nós precisamos conversar. Você me deve pelo menos isso! – A Virgínia estava de brincadeira? Era muita falta de noção!- Eu não te devo nada! Agora sai daqui! – Falei com ainda mais segurança.- O que é isso, Patrício? Você não tem nenhuma consideração? Me escuta, pelo que vivemos juntos. – A Virgínia havia perdido completamente a razão, não é possível que ela pensasse que eu voltaria para ela.- Mel, por favor, não deixa a Lisandra ir embora. – Olhei para a Melissa e ela concordou.- Vai lá e faz o que precisa fazer, palerma! – Melissa concordou e eu soltei a Lisandra.- Ri
“Lisandra”Enquanto o Patrício levava aquela ruiva para fora, o nervosismo tomou conta de mim. Ele poderia mudar de idéia e perceber que não a queria fora da vida dele. Eu comecei a tremer e a Melissa percebeu. Ela me abraçou e me levou para o sofá, no caminho pediu ao Romano que me trouxesse um copo de água com açúcar. Ela me fez sentar e se sentou ao meu lado e depois me entregou o copo que o Romano trouxe.- Bebe, Lisa, vai ajudar você a se acalmar. – Ela falava com calma. Eu não entendi como água com açúcar me acalmaria, mas eu bebi mesmo assim. – Lisa, me escuta, ele é seu! Para de sofrer!Eu a olhei grata por suas palavras e rezando para que ele realmente fosse meu. Meus lábios tremiam e ela insistia para que eu bebesse a água. Mas o Patrício se aproximou e se ajoelhou ali em minha frente e ele me garantiu que não queria a ex namorada. Então, foram todos embora.Estávamos apenas o Patrício e eu na casa dele e ele me disse que tinha uma surpresa pra mim. Eu estava querendo abraça
“Patrício”Como era bom esse sentimento que a Lisandra me despertava! E era maravilhoso parar de remar contra a corrente, aceitar que eu a amava e poder dizer isso pra ela. Eu nunca havia experimentado nada assim antes, nenhum sentimento tão forte, tão definitivo, que nada poderia mudar. E ela já havia deixado claro há muito tempo o que ela sentia por mim, eu era correspondido na mesma intensidade e ela nunca teve medo de dizer que me amava.Amor! Agora eu dizia que a amava com tanta segurança, porque eu sabia que não eram palavras ditas a esmo ou ditas no calor de uma emoção e nem mesmo no auge da paixão fugaz e passageira. Era amor, aquele que vem, chega sem avisar, assusta demais por causa do seu tamanho, mas não vai embora nunca mais.Eu puxei a Lisandra de volta para dentro do quarto e só me afastei dela por um breve momento, só para fechar a porta e as cortinas. Depois eu a levei para a poltrona e me sentei ali com ela.- Pra você! – Puxei a caixa de presente para perto dela. –
“Lisandra”Eu estava vivendo o maior sonho da minha vida, o Patrício se declarando pra mim, me enchendo de beijos e surpresas. Nem nos meus melhores sonhos tinha sido tão bom, tão lindo, tão perfeito. Mas agora eu estava segurando essa caixinha, um pouco nervosa, sem imaginar o que poderia haver ali que fosse tão especial quanto as nossas fotos. Então eu abri a caixinha e dentro havia um chaveiro com algumas chaves e um controle de portão eletrônico.O chaveiro era lindo, dourado, e tinha um relicário em forma de coração. Abri o relicário e dentro tinha uma foto nossa de um lado e do outro uma gravação que dizia: “Eu preciso de você aqui!”Olhei para o Patrício com a mente em branco, aquilo era tão óbvio, mas ao mesmo tempo tão incrível que eu estava flutuando entre o ver, o entender e o compreender. E o Patrício percebeu isso.- Meu doce, são as chaves dessa casa! Eu quero que você possa ir e vir quando quiser e quero que você se sinta em casa. Mais do que isso, eu quero construir me