“Rafael”
Quanto mais eu ouvia as coisas que a Giovana contava ao Flávio tão facilmente, mais preocupado eu ficava, minha filha havia estado muito perto de se perder e se a Raíssa não tivesse me ligado naquele dia, se a polícia da Irlanda não tivesse agido rápido, se a Rúbia não tivesse largado tudo e ido pra lá, se a Raíssa não tivesse voltado... eram muitos “se” e eu sentia que havia falhado como pai.
- Pai, por favor, já passou! Eu te prometo que eu não vou aprontar nunca mais, eu aprendi a lição. – A Giovana segurou a minha mão.
- Eu me sinto culpado pelo que você passou, Gi. – Eu revelei e ela sorriu.
- Pai, você é culpado pela franja torta que fez em mim quando eu tinha seis anos, mas pelas minhas próprias escolhas, principalmente quando eu estava longe, você não leva crédito nenhum, foi tudo culpa minha e só minha. – Ela sorriu, me lembrando do desastre com o cabelo quando ela era criança e queria uma franja, mas não queria esperar até encontrar um salão para cortar.
- Isso é mu