“Melissa”O Flávio e eu estávamos ali, esperando que a cúmplice da Ilana nos entregasse as armações da amiguinha. Ela não era boba, sabia que estava em uma situação delicada e que a Ilana não salvaria a pele dela se fosse o contrário, porque a Ilana era o tipo de pessoa que só se preocupava consigo mesma. A Viviane nos encarou, como se pensasse por um momento no que deveria dizer. Ela hesitou pelo que pareceu uma eternidade, eu já estava a ponto de perder a paciência, então ela olhou de um lado para o outro, respirou fundo e finalmente decidiu falar.- Eu estava lá o tempo todo! Eu transei com um deles... talvez mais de um... droga, a Ilana pagou bem pra fazer o vídeo! – Ela falou como se isso justificasse os seus atos e nos fizesse ter empatia pela causa dela. – Os caras não tocaram na Anabel. Um deles filmou, para que parecesse que era a Anabel com os caras, mas era eu. Eles pesaram a mão no “boa noite cinderela” e ela apagou totalmente, estava como se estivesse morta. Aquele quarto
“Ricardo”Eu entrei no apartamento segurando a mão da Anabel e a puxei para o sofá comigo. Eu queria que ela me contasse o que o pai falou com ela e precisava contá-la o que o meu pai me falou. Era até engraçado.- Você parece preocupado, meu coração. – Ela se sentou e colocou as pernas no meu colo.Ela estava usando um vestido jeans acinturado, com gola de camisa e a saia ia até o meio das coxas e nos pés uma sandália Anabela bem alta. Caía tão bem nela, mas a fazia parecer ainda mais jovem e eu me sentia um senhor de idade nesse momento.- Eu estou preocupado. – Eu confessei, enquanto minhas mãos subiam e desciam por suas lindas pernas.- O que aconteceu? – Ela perguntou e esticou o braço para tocar o meu rosto. Eu fechei os olhos para sentir o seu toque e ela suspirou. – O Douglas te contou.- Contou. Mas porque tem que ter sido o Douglas? Poderia ter sido a Sandra. – Eu abri os olhos e vi um pequeno sorriso nos lábios dela.- Não, a Sandra não me entregaria. – Ela deu um sorriso d
“Anabel”Durante o fim de semana as garotas e eu fizemos compras para a casa nova e decidimos finalmente as cores das paredes. A Sam se encarregou de acompanhar a pintura pra mim e contratou uma empresa que ela já estava acostumada. Aquela mulher era uma design de interiores nata!Os móveis começariam a chegar na quinta, mas nesse dia eu tinha o retorno ao psiquiatra e desde que comecei a trabalhar no Grupo Mellendez meus dias passavam muito rápido, então as garotas se organizaram para me ajudar e nós faríamos um revezamento para receber as coisas na casa. Eu estava animada, a Sam me disse que nós com certeza poderíamos nos mudar no final da semana seguinte.- Vocês dois andam muito caladinhos. – Eu falei com os meus ferozes no carro, durante o percurso até o hospital.- Anabel, nós apenas estamos concentrados em nosso trabalho. – O Douglas respondeu. Desde que eu pedi ele passou a me chamar pelo nome, o que me agradava.Eu me sentei no meio do banco traseiro e enfiei a minha cabeça e
“Ilana”É hoje que eu mato os meus dois coelhinhos! Quer dizer, mato um, o outro eu vou só colocar na gaiola. A Viviane até foi útil dessa vez, aquele hacker que ela me apresentou é bem melhor do que o nerd do Vladimir. O cara conseguiu resolver meu problema na faculdade e invadiu o sistema da Lancaster rapidinho, fiquei até impressionada, ele era profissional, inclusive me arrumou um celular bomba só pra gravar o meu filminho. Uma pena que não caiu no meu charme e eu tive que pagar um bom dinheiro pelo serviço e pagar adiantado pela distribuição do meu novo filme. Mas ele garantiu que o vídeo vai ser um sucesso, vai viralizar, então eu estou considerando como um investimento.- Anda, Viviane! – Eu chamei pela terceira vez.O chato do Isidoro já tinha me mandado três mensagens. Aquele cretino estava abusando da sorte, me ligou ontem dizendo que era pra eu dar uma boa desculpa em casa para dormir fora hoje, porque ele queria aproveitar a sexta feira. Que horror! Um velho tarado. Aliás,
“Anabel”Eu estava muito nervosa, não sabia se estava mais nervosa pelo que a Ilana ia aprontar ou se era porque eu estava entrando no Clube Social de novo. Eu não queria ir para lá, mas a Melissa me convenceu que era o lugar perfeito, cheio de câmeras, segurança, com pessoas que poderiam ser facilmente encontradas e cujos depoimentos teriam credibilidade indiscutível.A Mel havia se encarregado de tudo, fez a reserva, convidou todos os amigos, o Don, o Alencar e a Mariana, a Madeleine, irmã do Rick, e os pais do Patrício e do Rick. Logo depois do expediente nós fomos do escritório para o Clube Social, ocupamos uma mesa grande e as conversas estavam animadas e nem parecia que estávamos ali para que eu estivesse protegida contra uma armação. Mesmo assim, eu ainda estava tensa. E fiquei ainda mais tensa quando vi, por volta das oito da noite, aquela mulher entrar no salão, acompanhada da filha e do marido.- O que foi, moça bonita? – O Rick notou minha inquietação e quis saber qual era
“Anabel”A Melissa encarou a Joyce e a Rosana por um momento e depois olhou para o meu braço. As marcas das unhas da Rosana estavam ali, cheias de sangue. Eu olhei e não pude deixar de pensar que essas unhas de gel que estavam tão na moda eram verdadeiras armas, podiam cortar como uma navalha!- Vamos, eu vou pedir para uma enfermeira limpar isso lá na mesa mesmo. – A Melissa passou o braço pelo meu ombro e me tirou dali. – Desculpe, Ana, eu não imaginei que essas duas iam aprontar logo hoje.- Elas sempre aprontam, por que hoje seria diferente? – Eu perguntei.- Menina, você não sabe? A Joyce vai ficar noiva, por isso a família está toda garbosa, ela fisgou um herdeiro do mercado financeiro. – A Melissa contou e eu ficava pensando em como ela sabia de tanta coisa, as coisas mais importantes e as mais aleatórias, ela sempre sabia.Nós voltamos para a mesa e a Melissa pediu a um funcionário do clube que trouxesse uma enfermeira.- O que aconteceu? – O Rick se levantou já avaliando o me
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque