“Ricardo”Eu não estava muito confortável com a saída da Anabel, mas ela não era uma prisioneira e eu não tinha o direito de tirar dela o prazer de se divertir com as amigas. Então eu fiz a única coisa que poderia, pedi para que ela tivesse cuidado e dei ordens aos seguranças para ficarem colados nela.A nossa casa de fato havia se tornado uma fortaleza, com sistema de vigilância que não deixava nem mesmo um mínimo ponto cego na área externa, guarita com seguranças vinte e quatro horas, seguranças em pontos estratégicos em todos os pontos do muro, cerca eletrificada, alarmes, tudo o que um sistema de segurança eficiente requer. Seria impossível entrar ali às escondidas. Isso me tranquilizou e aí eu fui para a casa do patrício.- Ah, olha o tio Rick aí, Marisol! – O Patrício me recebeu com a filha nos braços.Ela deu um sorrisinho fofo em minha direção e agarrou o pescoço do pai. Era uma menininha tão linda, com aqueles grandes olhos negros e o cabelinho cacheado, a pele num tom café c
“Anabel”A loja de decoração em que fomos era linda e eu estava empolgada com tantas opções. A Sam me ajudou a definir uma paleta de cores à partir do terracota, com muito marrom, chocolate e verde oliva pincelados pelos adornos da casa.Eu havia me encantado completamente por uma enorme mesa de madeira maciça, com o tampo em uma madeira clara e brilhante que tinha pelo menos uns quinze centímetro de espessura. Ela tinha pés entalhados com flores e estava cercada por trinta cadeiras de madeira que se diferenciavam pelo padrão dos encostos, cada uma com a sua própria personalidade, não havia nem uma igual a outra.E enquanto as garotas se distraíram discutindo sobre os melhores sofás para combinar com a casa, eu voltei àquela mesa gigante e fiquei imaginando uma família enorme sentada ao redor dela, compartilhando uma refeição quente e muito afeto. Não haveria discussão, eu queria aquela mesa e queria a família grande e amorosa que eu sempre sonhei em volta dela.Mas, de repente, uma m
“Ilana”Depois de pensar muito, eu já sabia o que precisava fazer, o Isidoro me deu a motivação de que eu precisava e eu me livraria de dois problemas de uma vez só. Eu já tinha tudo sob controle, a única coisa que faltava era um novo hacker para me ajudar a jogar os vídeos na rede sem que ninguém descobrisse que fui eu. Talvez a Viviane conhecesse alguém.- Ilana? Menina, o que você está fazendo aqui? Entra! – A Viviane ficou surpresa ao abrir a porta e me ver ali, de pé na porta da sua casa, pois nós sempre tomávamos muito cuidado para não sermos vistas juntas.- Que merda você fez no seu cabelo? – Eu perguntei ao ver o tom de rosa naquele cabelo Chanel quase na altura das orelhas e com uma franja no meio da testa.- Ai, você gostou? Moderno, né! Meu sugar daddy adorou! – A Viviane virou a cabeça de um lado para o outro exibindo aquilo.- Não, eu não gostei não! Isso não se parece em nada com o cabelo da Anabel. – Eu reclamei, isso seria um problema.- Ai, mas pra quê eu vou ficar c
“Ricardo”Eu estava na casa do Patrício, reunido com os meus amigos e os pais quando as garotas chegaram, muito animadas e contando de todas as coisas que já tinham comprado na tal loja em que foram.- Não aconteceu nada de incomum durante esse passeio, moça bonita? Nada com o que eu precise me preocupar? – Eu perguntei para a Ana, eu estava preocupado com o tal utilitário que o Douglas havia visto, mas eu notei a troca de olhares dela com a Melissa.- Nadinha, meu coração! O mais incomum foi a quantidade absurda de dinheiro que eu gastei em uma mesa, mas, Rick, ela é perfeita! – A Anabel respondeu alegremente, mas algo me dizia que eu deveria falar com os seguranças.- E você, Flávio, não tem nada pra contar pra gente não? – A Melissa logo chamou a atenção de todos para o Flávio.- Você sabe que eu tenho, maluca! – O Flávio sorriu pra ela. – Nós pegamos o hacker que repostava os vídeos da Anabel na rede.- Não acredito! Vocês conseguiram? Esses vídeos vão parar de aparecer? – A Anabe
“Melissa”Eu parei em frente a porta da casa e toquei a campainha. Era uma casinha antiga, dessas que têm o muro baixo e o portão nunca fica trancado. Era bem simpática até. A tal Viviane abriu a porta, parecia pronta para sair, mas quando me viu parada ali, parecia que tinha visto uma assombração.- Você? – Ela perguntou surpresa, como se me conhecesse.- Você sabe quem eu sou? – Eu estreitei os meus olhos.- Quem é que frequenta aquele Clube Social e não sabe, Melissa Lascuran? – Ela perguntou e eu sorri.- Ah, então você conhece a minha reputação. Que fofa! – Eu dei um sorriso falso pra ela.- É, dizem que você é meio estourada. – Ela me encarou.- Minha filha, estourada é a pipoca, eu sou doida varrida mesmo! – Eu a empurrei para sair da minha frente e entrei na casa. – Agora vamos nos sentar que eu vou te deixar escolher se você quer ser minha amiga ou se você quer ser a desfigurada do momento.- Você está me ameaçando? Na minha própria casa? – Ela começou a elevar a voz.- Não,
“Melissa”O Flávio e eu estávamos ali, esperando que a cúmplice da Ilana nos entregasse as armações da amiguinha. Ela não era boba, sabia que estava em uma situação delicada e que a Ilana não salvaria a pele dela se fosse o contrário, porque a Ilana era o tipo de pessoa que só se preocupava consigo mesma. A Viviane nos encarou, como se pensasse por um momento no que deveria dizer. Ela hesitou pelo que pareceu uma eternidade, eu já estava a ponto de perder a paciência, então ela olhou de um lado para o outro, respirou fundo e finalmente decidiu falar.- Eu estava lá o tempo todo! Eu transei com um deles... talvez mais de um... droga, a Ilana pagou bem pra fazer o vídeo! – Ela falou como se isso justificasse os seus atos e nos fizesse ter empatia pela causa dela. – Os caras não tocaram na Anabel. Um deles filmou, para que parecesse que era a Anabel com os caras, mas era eu. Eles pesaram a mão no “boa noite cinderela” e ela apagou totalmente, estava como se estivesse morta. Aquele quarto
“Ricardo”Eu entrei no apartamento segurando a mão da Anabel e a puxei para o sofá comigo. Eu queria que ela me contasse o que o pai falou com ela e precisava contá-la o que o meu pai me falou. Era até engraçado.- Você parece preocupado, meu coração. – Ela se sentou e colocou as pernas no meu colo.Ela estava usando um vestido jeans acinturado, com gola de camisa e a saia ia até o meio das coxas e nos pés uma sandália Anabela bem alta. Caía tão bem nela, mas a fazia parecer ainda mais jovem e eu me sentia um senhor de idade nesse momento.- Eu estou preocupado. – Eu confessei, enquanto minhas mãos subiam e desciam por suas lindas pernas.- O que aconteceu? – Ela perguntou e esticou o braço para tocar o meu rosto. Eu fechei os olhos para sentir o seu toque e ela suspirou. – O Douglas te contou.- Contou. Mas porque tem que ter sido o Douglas? Poderia ter sido a Sandra. – Eu abri os olhos e vi um pequeno sorriso nos lábios dela.- Não, a Sandra não me entregaria. – Ela deu um sorriso d
“Anabel”Durante o fim de semana as garotas e eu fizemos compras para a casa nova e decidimos finalmente as cores das paredes. A Sam se encarregou de acompanhar a pintura pra mim e contratou uma empresa que ela já estava acostumada. Aquela mulher era uma design de interiores nata!Os móveis começariam a chegar na quinta, mas nesse dia eu tinha o retorno ao psiquiatra e desde que comecei a trabalhar no Grupo Mellendez meus dias passavam muito rápido, então as garotas se organizaram para me ajudar e nós faríamos um revezamento para receber as coisas na casa. Eu estava animada, a Sam me disse que nós com certeza poderíamos nos mudar no final da semana seguinte.- Vocês dois andam muito caladinhos. – Eu falei com os meus ferozes no carro, durante o percurso até o hospital.- Anabel, nós apenas estamos concentrados em nosso trabalho. – O Douglas respondeu. Desde que eu pedi ele passou a me chamar pelo nome, o que me agradava.Eu me sentei no meio do banco traseiro e enfiei a minha cabeça e