Capítulo 7
Num piscar de olhos, o ambiente ficou completamente em silêncio.

O rosto de Daniela ficou imediatamente pálido como cera.

Camila, por outro lado, se levantou com dificuldade, quase esquecendo que, desde o último incidente em que Daniela a havia enredado de forma intencional, temendo que isso se repetisse, ela havia embutido um microcâmera em seu brinco.

Ela enxugou as lágrimas que ainda estavam em seu rosto e rapidamente retirou o brinco com a câmera, jogando-o sobre o grande telão.

A imagem mostrou claramente que, quando Daniela se virou para ela, aproveitou a oportunidade para pendurar aquele colar em sua saia de tule.

E todas as provocações maliciosas também foram expostas.

A opinião no salão mudou de imediato, com todos olhando para Daniela com expressões de desprezo e repulsa.

Camila, com os cabelos soltos, tremendo, pegou o celular e ligou para a polícia, com um olhar firme em seu rosto.

— Polícia? Alguém aqui está tentando me incriminar...

As palavras de Camila fizeram Daniela se estremecer de medo, e ela começou a chorar desesperadamente.

— Eu não fiz de propósito! Eu só queria fazer uma brincadeira com a irmã, só isso! Irmã, por que você está tão séria?

Ao ver Daniela chorando, os três membros da família Gomes e António se apressaram em limpar suas lágrimas, olhando com desdém para a Camila, com expressões claramente insatisfeitas.

— Daniela disse que era só uma brincadeira, por que você não consegue perdoá-la?

— Ela é tão boa e inocente, como poderia fazer algo tão vil? A autenticidade do vídeo ainda é duvidosa!

— Chega! Vamos terminar com essa palhaçada. Por que chamar a polícia por algo tão insignificante? Você não se envergonha?

Enquanto diziam essas palavras, eles cercaram Daniela e saíram rapidamente da sala.

Observando-os se afastando apressadamente, Camila sentiu, de forma intensa e dolorosa, a traição e indiferença de sua própria família e amigos.

Ela deu uma risada silenciosa, o corpo gelado, tremendo incontrolavelmente.

Nos dias seguintes, Camila se isolou em seu quarto, esperando apenas que o dia de seu casamento chegasse logo.

Nunca imaginou que, um dia, a casa que um dia lhe ofereceu tanto carinho, agora seria o lugar de onde ela mais desejaria fugir.

Nesse dia, ela estava arrumando suas malas quando, de repente, ouviu um grande barulho vindo de fora da mansão.

Abriu a janela e viu, no amplo jardim, Daniela dirigindo um carro, com António ao seu lado, no banco do passageiro, sorrindo alegremente enquanto a ensinava.

Pedro estava parado na beira da estrada, dando instruções com suavidade enquanto ela manobrava para estacionar.

Ao ver a cena calorosa e feliz dos três, um leve lampejo de nostalgia surgiu nos olhos de Camila.

Quando ela aprendeu a dirigir, foram exatamente eles dois quem a ensinaram. Naquela época, era inverno, o frio cortante dominava o ar.

António, com todo o carinho, sempre se preocupava para que ela não se resfriasse. Sempre que terminavam uma volta, ele segurava suas mãos e as aquecia, colocando-as contra o peito, protegendo-a do frio.

Pedro, por sua vez, mesmo com o vento gelado, tinha o gesto carinhoso de gravar os vídeos e passava noites organizando as observações e as dicas para ajudá-la.

Mas isso parecia uma eternidade atrás.

Camila baixou os olhos, escondendo a ironia que se formava em seu olhar.

À tarde, ela havia combinado de se despedir de alguns amigos. Terminou de arrumar as coisas e se preparou para sair.

No entanto, mal colocou os pés para fora, e uma carroça a atingiu com força, jogando-a no chão.

Ela foi arremessada a vários metros de distância, caindo de forma brusca sobre o chão de pedras.

O impacto foi tão forte que ela começou a cuspir sangue, sentindo todo o seu corpo se despedaçar. A dor, intensa e implacável, percorria suas fibras nervosas como uma agonia insuportável.

Meio atordoada, ela viu Daniela descer do carro, sorrindo como se nada tivesse acontecido.

— Irmã, desculpa, viu? Eu acabei de aprender a dirigir e confundi o pedal do freio com o acelerador. Acabei te atropelando sem querer. Olha só, você está toda coberta de sangue, deve ter machucado muito, né? Está doendo horrores, aposto. Eu preciso correr e ligar para a ambulância. Ai, qual é o número da ambulância mesmo? Será que eu ligo para todos os números de emergência? Mas isso vai demorar... Irmã, você precisa se segurar, tá?
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