***GAYA MATARAZZO***
Sinto uma mistura de raiva e desespero se apossar de mim ao me depara com a cena na suíte de André. Minhas pernas vacilam, quase ao ponto de ceder.
Queria ser o tipo de pessoa que reage rapidamente, que grita, esbraveja e expulsa seus demônios, mas não é o meu perfil. Sou do tipo que trava em choque e não consegue reagir.
André percebe imediatamente o meu mal-estar. A sensação é de que meu sangue abandonou meu corpo. Logo estou amparada por seus braços e, mesmo que eu não queira que ele me toque, não consigo impedi-lo de me carregar até a poltrona perto da janela.
A expressão dele é de pânico.
— Gaya! Gaya o que houve? Você está tão pálida. Respira, amor, respira!
— André… não… não pode ser! Outra traição… — balbucio com a voz trêmula.
— Amor, o que você está dizendo? Não estou te traindo. — ele afirma, confuso.
O olhar de André alterna entre mim e a mulher em nossa cama, que começa a acordar e esfrega os olhos, sonolenta.
— Ah, André! Não me subestime, por favor