36. Em um quarto de Hotel

Vinicius, o irmão de Letícia, estava deitado na cama, acordado, mas ainda de olhos fechados, esperando, preguiçosamente, que o despertador tocasse para, enfim se levantar e tomar banho. Sentia saudades dos pais e custava a se adaptar àquela nova vida cheia de horários, regras e sanções. Não que os pais fossem muito amorosos ou atenciosos, mas, da forma deles, estavam sempre presentes. Chorou um pouco, como fazia quase todas as manhãs e acabou pegando no sono. Acordou suando, sem entender o motivo de o quarto estar tão quente, logo cedo. Chutou as cobertas para longe do corpo e, estendendo o braço melado de suor, procurou o celular, na tentativa de descobrir o horário, mas, tateando a cômoda vazia, lembrou-se, xingando baixinho:

- Cacete, meu celular ainda tá confiscado...

A constatação de que o aparelho não estava no quarto e, portanto, não iria despertar às seis horas da manhã, como de costume, veio com um arrepio na espinha. A preguiça desapareceu, como num passe d

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