Em meio a uma guerra devastadora entre os reinos de Eldoria e Valoria, um casamento arranjado é orquestrado para selar uma paz frágil. A princesa Elara, de Eldoria, é enviada para se casar com o príncipe Adrian, herdeiro de Valoria. No entanto, por trás das festividades e promessas de união, Elara carrega um plano sombrio: sob as ordens de seu pai, ela deve conquistar a confiança de Adrian, engravidar dele e, em seguida, assassiná-lo, garantindo a vitória de seu reino. Mas conforme o casamento se aproxima e Elara conhece melhor o príncipe, ela começa a questionar suas próprias motivações. Adrian, igualmente marcado pela guerra, demonstra um desejo genuíno de paz, plantando sementes de dúvida no coração de Elara. A cada dia, a tensão entre o dever para com seu pai e seu reino, e os sentimentos crescentes por Adrian, torna-se insuportável.
Leer másAs chamas de Valoria cintilavam no horizonte, tingindo o céu com um brilho alaranjado enquanto o sol se punha atrás das montanhas. O príncipe Adrian estava de pé sobre as muralhas do castelo, seus olhos fixos nos campos arruinados além dos muros. As planícies, outrora férteis, agora eram um mar de cinzas e cadáveres. As árvores, que antes abrigavam vida, agora se erguiam como esqueletos carbonizados. O vento frio trazia consigo o cheiro amargo da destruição, um lembrete pungente da guerra que devastava seu reino há tanto tempo.
O príncipe sentiu um peso insuportável no peito. A guerra havia consumido tudo. Valoria estava à beira do colapso, e ele sabia que seu povo sofria mais a cada dia que passava. Homens e mulheres eram recrutados à força, crianças ficavam órfãs, e o desespero se tornava um manto sombrio que cobria toda a nação. A porta da torre se abriu com um ranger, e Adrian se virou para ver seu conselheiro mais leal, Sir Edgar, se aproximando. O cavaleiro estava visivelmente abatido, seus ombros curvados sob o peso da responsabilidade e da angústia. “Meu príncipe,” Edgar começou, sua voz rouca, “a situação no sul é crítica. As forças de Eldoria romperam nossas defesas em Blackridge. Se não tomarmos uma decisão agora, temo que perderemos a fortaleza dentro de dias.” Adrian assentiu, seu rosto se endurecendo. Ele sabia que Eldoria não mostraria misericórdia. A guerra havia começado por orgulho e vingança, mas agora era uma questão de sobrevivência. Valoria estava perdendo, e ele sabia disso. “O que meu pai diz sobre isso?” Adrian perguntou, embora já soubesse a resposta. Seu pai, o rei Aldric, estava há muito tempo doente, física e mentalmente esgotado pela guerra interminável. As decisões eram, na prática, de Adrian, embora ele ainda devesse consultar o rei. “Ele… ele não está em condições de dar conselhos claros, meu senhor. A febre o consome novamente,” Edgar respondeu, sua voz baixa. Havia um silêncio tenso entre os dois, enquanto a realidade da situação se assentava. “Precisamos considerar a proposta de paz, meu príncipe. Talvez seja a única maneira de salvar Valoria.” Adrian olhou para Edgar, seus olhos escuros se estreitando em desconfiança. "Paz? Como podemos confiar neles? A proposta de casamento do rei de Eldoria é uma armadilha, uma jogada desesperada para nos enfraquecer ainda mais." Edgar suspirou profundamente, parecendo ainda mais envelhecido sob a luz do entardecer. "Talvez seja. Mas, Adrian, temos que considerar a possibilidade de que eles estejam tão desesperados quanto nós. Eldoria também está em ruínas. Se essa união for nossa última esperança, não podemos nos dar ao luxo de rejeitá-la sem ponderar." Adrian se afastou das muralhas, caminhando de volta para o interior da torre. O castelo, outrora majestoso, agora estava desgastado, com rachaduras nas paredes e tapeçarias desbotadas. O ar dentro das muralhas parecia denso e pesado, refletindo o desânimo que permeava o reino. O príncipe parou diante de um grande mapa que cobria a parede do salão principal. As marcas e anotações feitas ao longo dos anos mostravam o avanço e o recuo das forças de ambos os lados, uma dança mortal que deixava cicatrizes profundas em toda a terra. "Casar-me com a princesa Elara..." Adrian murmurou, quase para si mesmo. Ele havia ouvido falar dela, é claro. Os relatos variavam: alguns diziam que ela era bela e graciosa, outros que era fria e calculista, uma verdadeira filha de Eldoria. Mas o que era verdade e o que era propaganda de guerra? Ele não sabia. Edgar se aproximou, colocando uma mão reconfortante no ombro de Adrian. "Você não precisa decidir agora. Mas, se me permite uma opinião, acho que devemos considerar a proposta com seriedade. Se pudermos negociar termos favoráveis, talvez possamos garantir uma paz duradoura. Pense no seu povo, meu príncipe. Eles já sofreram demais." Adrian ficou em silêncio por um longo tempo, seus olhos fixos no mapa. Ele sabia que Edgar estava certo. A guerra estava esgotando não apenas os recursos de Valoria, mas também sua própria alma. A ideia de uma união com Eldoria era repugnante para ele, mas talvez fosse o sacrifício necessário para salvar seu reino. "Envie uma mensagem ao rei de Eldoria," Adrian disse finalmente, sua voz firme. "Aceitarei a proposta de casamento, mas sob as minhas condições. Não vou me curvar a eles sem garantias." ~X~ No grande salão do castelo de Eldoria, o rei Hector sentava-se em seu trono de ferro, observando a figura diante dele com olhos calculistas. A princesa Elara mantinha a cabeça erguida, seus olhos brilhando com determinação, mas havia uma sombra de incerteza neles. Ela sabia qual era o papel que deveria desempenhar, o plano que seu pai havia arquitetado. “Elara,” o rei Hector começou, sua voz firme e fria, “o príncipe Adrian aceitou a proposta. Ele virá para Eldoria em três dias. Tudo está conforme planejado.” Elara respirou fundo, tentando controlar a torrente de emoções dentro de si. Desde criança, fora treinada para ser uma peça estratégica, uma arma nas mãos de seu pai. Ela sabia que sua missão era crucial para o futuro de Eldoria, mas a ideia de trair um homem com quem iria partilhar e gerar um filho era difícil de suportar. “E o plano, pai?” Elara perguntou, tentando manter sua voz estável. “O plano continua,” Hector respondeu, sem hesitação. “Você fará o que for necessário. Este casamento é uma formalidade. Você precisa ganhar a confiança dele, carregar o herdeiro e, quando o momento certo chegar… você sabe o que fazer.” Elara sentiu um arrepio percorrer sua espinha. As palavras de seu pai eram afiados como lâminas. Havia muito em jogo, e qualquer hesitação de sua parte poderia custar não apenas sua vida, mas o futuro de Eldoria. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela se rebelava contra essa missão. “Sim, pai,” ela respondeu, sua voz baixa, mas resoluta. Ela se curvou e deixou a sala, sentindo o peso do destino sobre seus ombros. Enquanto Elara caminhava pelos corredores de pedra fria do castelo, seus pensamentos estavam um turbilhão. O que seria desse casamento? Seria ela capaz de cumprir sua missão sem perder a própria humanidade? E o príncipe Adrian, seria ele um monstro como as histórias o pintavam, ou apenas um homem preso nas mesmas correntes da guerra que a enredavam? Elara entrou em seus aposentos e olhou para o espelho que ocupava uma parede inteira. Seus olhos, os mesmos olhos que tantas vezes encantaram a corte de Eldoria, agora estavam cheios de dúvida. Ela sabia que sua vida estava prestes a mudar para sempre, e que não havia como voltar atrás.Seis anos haviam se passado desde o fim da guerra que quase destruiu dois grandes reinos, e Eldoria e Valoria agora floresciam em uma era de paz e prosperidade. As marcas da guerra, embora ainda visíveis em algumas cicatrizes físicas e emocionais, estavam sendo gradualmente substituídas por crescimento, esperança e união. Sob o governo de Adrian e Elara, ambos os reinos se uniram como nunca antes. As rivalidades antigas foram esquecidas, e o futuro era construído sobre os pilares de um amor que havia resistido ao impossível.Naquele dia, o sol brilhava forte, iluminando os jardins de Eldoria com uma luz dourada. O castelo estava mais animado do que o habitual, com os criados e nobres se preparando para um grande evento. Era o aniversário de seis anos do príncipe Aiden, herdeiro dos dois reinos, e a família real havia organizado uma grande festa para celebrar.Entre os presentes, Lívia, a amiga de infância de Adrian, também estava ali, sorridente. Sua presença era um lembrete de como
O sol brilhava suavemente sobre os campos de Valoria e Eldoria, refletindo o esforço de reconstrução que dominava a paisagem. Os dois reinos, outrora inimigos ferozes, agora trabalhavam lado a lado para erguer das ruínas um novo futuro. Os antigos estandartes de guerra haviam sido retirados e substituídos por bandeiras que simbolizavam a união, a paz e a esperança.Adrian estava em pé na varanda do castelo de Valoria, observando o movimento abaixo. As pessoas iam e vinham, carregando materiais de construção, ajudando umas às outras. Era uma cena que enchia seu coração de alívio e otimismo. As semanas que se seguiram à morte do rei de Valoria haviam sido intensas, mas produtivas. A guerra finalmente terminara, e com o apoio de Elara, ele conseguiu negociar acordos de paz com os reinos estrangeiros que antes haviam apoiado Valoria. Eles reconheciam agora a nova liderança e, mais importante, aceitavam que a guerra não era mais uma solução viável.Enquanto o vento soprava suavemente, o a
As trombetas de guerra ecoavam pela planície, os sons metálicos das armaduras e espadas vibrando como um aviso sombrio. O exército de Eldoria, liderado por Adrian, marchava em direção a Valoria com uma determinação inabalável. Os soldados sabiam que aquela seria a batalha final — a luta que decidiria o futuro dos dois reinos.Os portões de Valoria estavam bem defendidos, com soldados de armaduras reluzentes e espadas afiadas esperando o ataque. O estandarte negro de Valoria tremulava alto, mas o medo era palpável. O povo já não apoiava o rei como antes. A crueldade e obsessão do rei com o poder e a guerra tinham desgastado a confiança e o respeito que os cidadãos tinham por ele.Adrian estava à frente de seu exército, montado em seu cavalo de guerra, com o rosto marcado pela fúria e a dor acumulada. O peso do que estava por vir caía sobre seus ombros, mas ele estava determinado. Elara, sua esposa e rainha, havia sofrido o inimaginável nas mãos de seu próprio pai. Ele não iria descansa
O vento cortava a pele de Elara enquanto cavalgava desesperadamente, tentando manter o controle do cavalo e o ritmo acelerado. O peso da fuga, da perseguição e do ferimento recente em suas costas a deixava exausta, mas sua determinação de sobreviver e proteger seu filho, Aiden, era maior que qualquer dor que sentia. O cavalo, também cansado, avançava rapidamente pela estrada que se estendia pelas terras do reino estrangeiro, com Elara agarrando-se firmemente às rédeas, tentando ignorar o sangue que escorria pelo seu corpo, encharcando suas roupas.Atrás dela, soldados de Valoria continuavam a persegui-la com determinação. Seu próprio pai, o rei de Valoria, havia disparado a flecha que ainda estava encravada em suas costas. O choque desse ato, a frieza com que ele a caçava, partiu seu coração, mas Elara sabia que não tinha tempo para processar aquilo. Ela só podia pensar em como salvar a si mesma e a seu filho.O castelo ficava cada vez mais distante, mas ela sabia que não estava a sal
A noite estava escura e silenciosa, quebrada apenas pelo som dos passos rápidos de Elara enquanto ela se movia pelas sombras do castelo. Seu coração batia acelerado, a respiração irregular enquanto avançava com Aiden nos braços, protegendo-o com todo o cuidado. Ela sabia que a segurança de seu filho era a única coisa que importava agora. Cada curva que dobrava a aproximava mais da saída do castelo, mas também a lançava em uma corrida contra o tempo.O som de vozes e passos apressados começou a ecoar pelos corredores. Os guardas finalmente perceberam sua fuga e estavam em alerta total. Elara sabia que o rei de Valoria não hesitaria em caçá-la. Seu próprio pai, alguém que deveria protegê-la, agora era a maior ameaça. Ele faria de tudo para impedir que ela escapasse e usaria Aiden como um peão em seus planos.Elara ajustou a posição de Aiden em seus braços, mantendo-o seguro enquanto acelerava o passo. O peso do pequeno corpo adormecido em seus braços parecia nada comparado ao fardo emoc
Elara correu pelos corredores escuros e úmidos do castelo estrangeiro, o som de seus próprios passos ecoando pelas paredes de pedra. O pequeno Aiden, envolto em mantos para protegê-lo do frio da noite, dormia em seus braços, alheio ao caos que envolvia sua mãe. Cada batida de seu coração parecia acelerar enquanto ela fazia de tudo para encontrar uma saída.A fuga da torre havia sido mais fácil do que ela imaginava, graças à sua determinação, porém, ela sabia que a verdadeira dificuldade estava à sua frente: escapar do castelo e encontrar um caminho seguro para fora daquele território hostil. O rei de Valoria estava cada vez mais desesperado em manter o controle, e ela sabia que sua ira seria implacável assim que ele descobrisse sua fuga."Eu não posso falhar. Aiden depende de mim."Elara pensava repetidamente enquanto caminhava pelas sombras. Cada escolha parecia arriscada, cada movimento cuidadosamente planejado para não atrair atenção. O castelo estrangeiro onde estava presa era gran
Último capítulo