Capítulo 03-1

Joshua Ferrell

Tem alguma coisa nessa garota que me fascina. Percebi isso, desde que a vi naquela festa, na ocasião, eu não conseguia desviar meus olhos dela, depois ela passou a ocupar minha mente quando a via do campus e ultimamente, sem motivo aparente, ela tem estado mais tempo do que eu gostaria em meus pensamentos.

Não esperava vê-la aqui hoje, isso me pegou desprevenido.

Perco a noção observando os traços de seu rosto, que são bem delicados, ela tem um corpo muito bonito, com as curvas nos lugares certos. Ela é toda linda. Tem um quê de inocência que faz com que eu queria ficar olhando em seu semblante tímido e cativante, de querer cuidar e proteger.

"De onde eu tirei tanta baboseira?" 

Balanço a cabeça inconformado. Não me agrada esse tipo de pensamento, eu logo trato de afastá-lo. Quase cometi a insensatez de beijá-la naquela enfermaria. 

Apesar de jovem, tenho certa vivência com mulheres, tanto que até chamou a atenção do meu pai, mas essas com estilo princesinha, muito delicadinha, nunca foram a minha praia.

Geralmente pego as mais experientes e bem resolvidas, que sabem que não terão de mim nada além de sexo. Por isso, saio com Cassandra, às vezes. Ela entende como as coisas funcionam, não alimenta essas ilusões de relacionamento. É tão prática quanto eu.

Pensando nisso, me despeço de todos na lanchonete e vou atrás dela, preciso relaxar. Vou tentar me manter longe de Kate, não estou a fim de encrencas, e ela é uma das grandes.

— Pessoal, vou nessa... — não direciono a palavra especificamente para ninguém.

— Ah cara, fica mais um pouco — meu amigo, Matt, insiste.

— Não dá mesmo. Tenho coisas para resolver — digo, evitando olhar na direção de Kate — E você, mais cuidado por onde anda — passo a mão no cabelo da irmã dela, que fecha a cara, sorrio, faço um gesto com a cabeça para Kate e saio.

Assim que chego à área da piscina, eu vejo Cassandra, em seu biquíni vermelho, com suas roupas em um dos braços e o celular na mão esquerda.

Ela olha para mim e sorrir.

— Estou indo, vamos? — sou direto.

— O que foi? Cansou do jardim de infância? — usa de ironia.

— Não estou a fim de gracinha, Cassandra — digo irritado. — Se começar, eu deixo você aí.

— Não está mais aqui quem falou — aproxima-se, beijando meu pescoço. — Vamos lá para minha casa, meus pais e minha irmã, foram passar o fim de semana na casa da praia. Temos o lugar só para nós — morde minha orelha.

— Sim. Vamos sair daqui... — digo, a segurando pela cintura.

Ela ataca minha boca num beijo faminto. Interrompo a puxando pela mão em direção ao estacionamento do clube.

Antes mesmo de entrarmos no carro, a prenso de encontro à porta, beijo seu pescoço e esfrego nela minha ereção de forma lenta. Ela geme, e se eu quisesse, ela estaria totalmente entregue aqui e agora.

“Melhor não”, penso, chega de encrenca com o Sr. Ferrell.

— Aqui não, venha — abro a porta para ela.

Entramos no carro e sem demora o coloco em movimento. De forma despudorada, ela passa sua mão no meu pau e o aperta. Solto um gemido e seguro sua mão a impedindo de continuar, não quero causar nenhum acidente.

— Calma, logo terá o que você quer — digo sorrindo. Ela dá um sorriso safado e apruma-se no banco.

Assim que chegamos a sua casa, mal descemos do carro e ela vai logo me agarrando, empurro seu corpo contra a parede, puxando sua blusa pela cabeça.

Ela leva sua mão de encontro a cós de minha bermuda, parece ter tanta pressa quanto eu.

— Vamos para meu quarto — diz com a voz rouca.

— Pensei que não tivesse ninguém em casa — digo passando os braços por suas coxas e a levanto para que ela prenda as suas pernas em volta do meu quadril. — Não fica mais excitada com a possibilidade de sermos pegos?

— Não tem, mas algum empregado pode chegar. Não quero nenhum linguarudo me dedurando para meus pais, e com você não preciso de mais nada para me excitar. — fala mordendo meu pescoço. Sorrio e sigo pelo corredor que tanto conheço.

Fecho a porta e a deito na cama, ela começa a despir o restante da roupa, sem desviar dos meus olhos e abre-se toda para mim sem nenhum pudor.

Desde o primeiro momento em que transamos sempre foi assim, ela sabe o que quer e como quer.

Tiro minha roupa e subo na cama, indo de encontro a sua boceta que clama por mim, passo o dedo em seu clitóris, escorregando a mão por sua fenda, e percebo o quanto está molhada e pronta, mas antes quero me deliciar com seu sabor. Vou descendo por seu ventre até chegar à sua entrada. Início com movimentos leves e seus gemidos vão ficando mais altos à medida que vou chupando com mais força, percebo que ela está perto.

— Josh... — ela geme em protesto, quando me afasto.

— Calma — digo e pego a bermuda, tirando do bolso um preservativo, que rapidamente é retirado da minha mão, ela rasga a embalagem com os dentes e com um sorriso sacana, coloca no meu pau. Posiciono-me em sua entrada e empurro de uma única vez. Solto um gemido quando já estou todo dentro dela. Inclino-me abocanhando seu seio, sugando com força. Entre gemidos e com a voz entrecortada ela fala:

— Mais rápido... Ahhhh...

Não temos calma. Meto com força, aumentado cada vez mais o ritmo, enquanto ela geme ensandecida, sinto quando ela chega ao orgasmo e também me entrego, gozando em seguida. Saio de dentro dela, me levantando, caminho em direção ao banheiro. Ouço quando Cassandra fala:

— Aonde vai?

— Vou tomar um banho rápido. Preciso voltar para casa, tenho um documento importante para analisar antes de entrar de férias.

— Pensei que almoçaria comigo e que passaríamos o dia juntos — diz contrariada, vestindo um robe.

— Não temos esse tipo de relação, Cassandra, sabe disso. Sempre fui claro quanto a isso. 

— Pensei que talvez pudéssemos avançar um pouco em nossa relação, afinal, estamos juntos há algum tempo já.

— Está muito enganada, não estamos juntos, e não existe relação nenhuma, nós ficamos, transamos, é diferente. E se você começar com essas cobranças sem sentido, nem isso haverá mais. Sabe muito bem que não pretendo ter nenhum tipo de relação que não seja sexo — digo sério, deixando claro minha posição.

— Tudo bem, não estou cobrando nada... Eu só pensei que...

— Pensou errado — digo cortando qualquer coisa que ela queria falar, pego minhas roupas do chão e em seguida entro no banheiro.

"Essa agora foi boa..."

A caminho de casa, ligo o som do carro e a melodia tranquila invade o ambiente, levando meus pensamentos mais uma vez para onde não deve. Kate!

Não sei por que toda hora algo me lembra de algum detalhe sobre ela. Nem mesmo depois de estar com outra mulher consegui esquecer o cheiro doce de flores.

— Droga! — Solto a imprecação por ter passado a marcha errada, isso que dá ficar pensando besteiras. Balanço a cabeça e acelero, como se isso fosse me ajudar...

_______________

Katellyn Welsh

O restante do dia transcorreu tranquilamente. Logo após o almoço, Nick foi embora, alegando que ajudaria tia Melanie, sua mãe, numa surpresa para tio Otávio. 

Eu continuei no quarto, evitando um contato direto com a minha mãe, para não ter que responder às suas infinitas perguntas sobre ocorrido no clube. O que não a impediu de vir a minha procura em meu quarto...

— Filha! — ouço uma batida na porta. — Está acordada?

— Sim, mamãe, pode entrar — digo.

Ela entra e aproxima-se de minha cama, sentando-se na beirada. Passa a mão de leve na colcha, depois na manta rosa e em seguida olha para mim.

— Não quer dizer-me o que aconteceu no clube hoje, mais cedo? — pergunta com a voz suave.

— Não há nada a ser dito sobre isso mamãe, é o que Nina falou. Ela já contou tudo. — digo-lhe.

— E seu amigo...

— Não tem amigo nenhum — interrompo. — Só o conhecia de vista, até hoje, formos apresentados uma vez, mas foi só isso, não temos contato. Essa foi a primeira vez que conversou comigo, e mesmo assim, apenas para levar a Clhoe na enfermaria.

"E quase me beijou." — acrescento em pensamento, sinto meu rosto quente e tenho certeza que corei.

Ela olha-me atentamente.

— Mas, ele lhes pagou um lanche... — diz observando minha reação.

— Sim, por que sua filha esfomeada, disse estar "morrendo" de fome — faço um gesto de aspas com as mãos.

Não gosto nem de lembrar, que vergonha.

— Tudo bem, meu amor — fala alisando minha não. — Vai descer para ajudar com o jantar? — pergunta já se levantando.

— Sim — digo. — Desço em um minuto.

Ela abre a porta para sair e eu a chamo.

— Mamãe... — ela vira-se para mim e eu pigarreio. — Sobre o passeio de formatura...

— Já falamos sobre isso, Kate — corta-me.

— Não falamos não, a senhora simplesmente disse não e pronto. Nem ao menos considerou meu pedido — digo chateada.

— Não é NÃO!!! — fala taxativa. Abre a porta na intenção de sair.

— Mas mãe, todo mundo vai...

Sento na cama, com as penas para fora.

— Quantas vezes terei que dizer que você não é todo mundo? — diz enfática. — Agora chega desse assunto, desça para me ajudar.

— Não pode proteger-me de tudo e de todos a vida inteira dona Isabelle — digo malcriada, levantando-me em seguida. — Não é porque foi enganada que o mesmo acontecerá comigo — completo. 

Arrependo-me na mesma hora em que ouço as palavras que saíram de minha boca.

Ela volta-se para mim com um olhar contrariado e magoado. Nada diz, apenas sai e fecha a porta atrás de si. 

"Que droga, eu e minha boca grande, agora que não vou mesmo e ainda magoei minha mãe."

Jogo-me na cama. Ferrei tudo.

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