Ela continuou, entre soluços, dizendo:
— Eu sou filha da família Pereira, tive uma vida boa, mas a mãe do meu namorado me fez de barriga de aluguel. Madrinha, se isso vazar, o que as pessoas vão pensar de mim? As palavras delas podem me matar!
Juliana olhou para Vera, tão desolada, sentindo tanto pena dela quanto raiva por ela ter escondido a verdade.
Ela respondeu lentamente:
— Vera, eu entendo as suas dificuldades, mas você não deveria ter escondido a verdade sobre os filhos para mim.
Ela realmente a tratava como sua filha de coração.
Vera, com dor, cobriu o rosto com as mãos e disse, entre soluços:
— Madrinha, eu nunca quis revelar esse segredo. Eu sofro, e tenho medo que os filhos também sofram no futuro.
Juliana suspirou, e com um toque suave no ombro de Vera, disse, com uma pitada de impotência:
— Levanta, minha filha, como eu posso te repreender?
Vera, de joelhos, abraçou as pernas de Juliana e chorou alto, como se aquela dor, guardada por tanto tempo, finalmente estivesse saind