APAIXONADA PELO MEU ALGOZ DA MÁFIA
APAIXONADA PELO MEU ALGOZ DA MÁFIA
Por: Aurora Faria
Capítulo - 1

Bruno Castellazzo

Ando pelos corredores da mansão acompanhado por minha noiva, Blanca Montenegro. Estou disposto a me casar para conseguir fechar negócios com os pais dela e com isso ter o meu passaporte para a máfia Colombiana.

Blanca é uma mulher inteligente, empoderada e elegante. Não posso deixar de falar dos seus cabelos ruivos que são encantadores. Contudo, mesmo sendo uma bela mulher, não sinto nada por ela além de atração.

Ela segue cada passo que dou, me acompanhando até o carro, onde o motorista dá partida nos levando para a festa de inauguração da joalheria de um dos meus sócios.

Sou o tipo de homem que precisa tomar cuidado a cada passo que dou. Não posso sob hipótese alguma permitir que desconfiem de quem sou de verdade. Por isso tenho diversas empresas dentro e fora do meu território para disfarçar o meu envolvimento com a máfia. Todos pensam que sou um empresário de sucesso, e bom, isso não deixa de ser verdade, já que os meus negócios são sempre um sucesso.

Desde o falecimento do meu progenitor, Domenico Castellazzo, venho multiplicando toda a minha fortuna. Porém não consigo deixar de pensar no que essa m*****a herança me custou. Não tive infância e nem adolescência. Desde que nasci, fui destinado a assumir o lugar daquele ser desprezível que me deu a vida. Seus ensinamentos foram os mais cruéis possíveis, nunca demonstrando um único resquício de amor.

Depois de um pequeno trajeto em silêncio, o carro para em frente ao Palace Hotel. Descemos de mãos dadas e vários paparazzis nos cercam tirando fotos e tentando fazer perguntas, entre elas quando será o casamento. Não respondo e sigo para o interior do hotel.

Assim que adentro, vou em direção a Henrico. Como sempre, ele está acompanhado de uma bela mulher, não a conheço, afinal a cada festa o homem aparece com uma diferente. O cumprimento e falo:

— Henrico, estive pensando, já que Charles Park não nos deu retorno, vamos pessoalmente a New York fechar o negócio.

— Você tem certeza disso?

— E algum dia tive dúvida sobre as minhas decisões? Marque um horário com o senhor Park e vamos pessoalmente falar com ele.

Enquanto estou tendo uma conversa importante com Henrico, Blanca fica abraçada ao meu pescoço fazendo ceninhas patéticas de romance. Será que ela não percebe que isso aqui não é brincadeira? Irritado a afasto e digo:

— Blanca, por favor vá até o bar beber alguma coisa e me deixe cuidar dos negócios.

Ela faz uma ceninha dizendo:

— Por que você é tão frio comigo?

— Blanca, faça o que eu mandei. Tenho assuntos importantes para tratar aqui e não pretendo fazer isso com você agarrada ao meu pescoço.

Ela me olha irritada e sai. Me volto para Henrico afim de seguir com a nossa conversa:

— Faça o que eu disse, quero viajar o mais rápido possível.

— Tentarei conseguir algum horário com ele senhor.

Após acertarmos tudo sobre a viagem, circulo um pouco mais pelo salão, converso com algumas pessoas importantes e nem percebo o tempo passar.

No final da festa Blanca e eu nos despedimos dos anfitriões e seguimos para o nosso carro.

Durante o trajeto que a levaria para casa, Blanca não parava de falar o que estava me deixando irritado. "Se ela não fosse o único meio para eu expandir os meus negócios, já teria pego a minha arma e dado um tiro bem no meio da sua testa." Sua voz irritante me traz à realidade:

— Amor, vamos nos casar em três meses, certo?

Eu sabia que se não assinasse aqueles malditos papéis, o pai dela nunca permitiria a minha entrada na Colômbia. Então pensando em expandir ainda mais os meus negócios respondo:

— Blanca, pode começar com os preparativos do casamento — escuto os seus gritinhos estéricos no meu ouvido.

— Mal posso esperar para o casamento — ela diz num tom de malícia, dando uma piscadela.

Entendo perfeitamente a que ela se refere, estamos juntos a seis anos e nesse período não tivemos e nem pretendo ter momentos íntimos. Apesar dela me atrair um pouco com os seus longos cabelos, não me sinto preparado para ter outra mulher. Me entregar a alguém novamente seria o mesmo que trair a única pessoa que amei. E quanto a um herdeiro, não sei, talvez fosse bom o nome do maldito do meu progenitor ir para o túmulo comigo.

Depois de alguns minutos deixo Blanca no seu apartamento e sigo em direção ao Casinó Dell'Impero. Preciso relaxar um pouco. Estar perto da minha futura esposa me deixa sufocado. Espero que mude após o casamento ou terei que usar alguns dos meus métodos com ela. Não costumo ser violento com mulheres, exceto quando essas me tiram do sério.

A passos firmes adentro o cassino e vou ao encontro de Enzo e Henrico. Assumo o meu lugar na mesa e peço uma bebida. Antes que eu falasse alguma coisa, Enzo pergunta num tom debochado:

— Cadê a sua noivinha?

— As vezes acredito que você está interessado na ruiva — respondo.

Nesse momento sinto a tensão entre eles seguida de uma troca de olhares. Sempre tive suspeitas de que Enzo está apaixonado por Blanca. Seus olhares indiscretos quando estamos juntos o entrega, mas isso não me incomoda por isso não o matei ainda.

— Claro que não irmão — ele fala num sorriso amarelo.

— Bruno, precisamos conversar sobre a viagem — Henrico de imediato corta o assunto.

— Conseguiu algum horário com o empresário? — Quis saber Enzo.

— O que eu não consigo? — ergueu o copo comemorando. — Não foi fácil, mas um amigo me devia um favor, então ele deu um jeito de sermos recebidos pelo senhor Parker. — Esse é meu garoto, nunca me decepciona.

— Senhores, se me dão licença. — disse Enzo.

O observo se levantar e ir em direção a mesa de poker. Assim que ele se afasta Henrico pergunta:

— Animado para o casamento?

— Você percebe alguma animação no meu rosto?

— Você não precisa fazer isso.

— Se eu não me casar, Luis irá cancelar os negócios — digo irritado.

— Podemos entrar em acordo com eles.

— Está decidido Henrico, vou me casar com a ruiva — digo firme. — Não vamos mais falar nisso, mas para quando está marcada a reunião em New York?

— Segunda-feira às 08 horas.

— Ótimo — digo sorrindo.

Sirvo mais uma dose de uísque e tomo em um único gole. A bebida desceu queimando por minha garganta. O seu gosto amargo faz-me lembrar de como a vida é de verdade.

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