ANA MARIA
Atualmente...
— O que você faz aqui a essa hora?
— Posso entrar?
A indecisão pairou sobre mim, mas o coração estava feliz por vê-lo, que decidi ceder. Assim que ele entrou, eu fechei o portão. Por causa do início da madrugada, fazia um vento frio.
— O que o senhor quer? — Proferir essas palavras me doeu.
— Eu fiquei sabendo que a sua filha está doente por sentir minha falta.
Olhei espantada para ele. Quem contou?
— Ela vai ficar bem, não precisava vir.
Seu olhar me sondava frio, nenhum pouco do amor que ele dizia sentir por mim estava lá.
— Posso vê-la?
— Ela está dormindo agora, está melhorando. Não precisava se preocupar, vindo aqui a esse horário.
Por algum tempo ele ficou me sondando em silêncio.
Não queria me martirizar mais, tendo sua presença tão perto e não poder trocá-lo, beijá-lo, abraçá-lo.
Vendo que ele não ia tomar nenhuma atitude eu abri novamente o portão.
— Se o senhor me der licença, eu preciso dormir, para amanhã cuidar da minha filha.
Ele pa