98. Entre o medo e o desejo
Alice
O silêncio se arrasta por segundos que parecem uma eternidade. Meus olhos buscam algum traço de humanidade naquele rosto, algo que me diga que isso é um pesadelo, que há uma explicação. Mas tudo o que encontro é uma enorme incógnita.
PG inclina a cabeça, analisando minha reação. Seus olhos brilham na penumbra, divertidos, como se estivesse se deliciando com meu choque.
— O que foi, princesa? — Ele dá um passo à frente, e meu corpo se encolhe instintivamente.
Meu coração bate tão forte que parece ecoar nas paredes. O ar no pequeno cômodo pesa sobre mim. Tento falar, perguntar, gritar, mas minha garganta está seca.
— Você está... brincando, né? — Minha voz sai frágil, quase implorando por uma resposta que faça sentido.
PG sorri, um sorriso lento e cruel.
— Parece que a brincadeira só está começando.
Ele dá mais um passo, e a luz da porta revela algo em sua mão.
Um pequeno canivete.
Meu estômago se revira. Meu corpo entra em alerta máximo.
— Vamos nos divertir um pouco, não acha?
A