Gabriel foi levado para o 89º Distrito Policial, no Portal do Morumbi, onde a denúncia foi feita. Conduzido até a sala do delegado Mauro Lopes, ele teve as algemas retiradas por um dos policiais. O traficante tinha deixado a pistola .40 com André ao sair da favela porque desde que passou a ser alvo de investigação, não andava armado fora de Paraisópolis.
No seu celular pessoal, Gabriel não tinha nada comprometedor. Calmo e posturado, ele sentou na cadeira na frente da mesa do delegado de meia idade, alto, magro, cabelos negros e miúdos olhos azuis.
- A sua mãe, a senhora Vanessa Vilela, registrou um boletim de ocorrência na noite de ontem, alegando que foi vítima de violência da sua parte. Você tem direito a um advogado.
Com uma expressão vazia, Gabriel disse secamente:
- Eu não preciso de advogado porque isso não aconteceu, e eu não deveria estar aqui. Aliás, eu nem deveria ter sido abordado de forma tão violenta por uma coisa que eu não fiz. No máximo, uma intimação para depor, esta