Capitulo II

RODRIGO PARLATO 

Desde o dia do meu não acontecido casamento, três anos se passaram, além da rídicula fama de me tornar o abandonado no altar devido aos rumores da sociedade, houveram também algumas mudanças desde aquele dia, tornei-me um engenheiro conhecido e respeitado no nosso país e fora dele, tornando-me CEO da Parlato construções, mesmo sem a concretização do casamento com a herdeira dos Antares, ainda assim eles aceitaram como CEO da empresa. 

Evidente que jamais iria contrariar a vontade do meu avô, tornei-me responsável por construir e entregar maravilhosos e inovadores edíficios, os famosos arranhas céus, fazendo com que a minha assinatura num projeto valha milhões, a depender do quanto isso me agrega e agrada para o sucesso, não assino qualquer projeto, além de ser díficil ter acesso a mim, não estando disponivel para todos. 

Aprendi muito com a partida de Érica naquela manhã de sábado, e principalmente ao ir a seu encontro naquela noite e não lhe encontrar, fazendo-me entender que ausência também é resposta, o amor não é prioridade na vida de um homem, até pode ser para aqueles que objetivam sucesso na vida, mas daqueles que visam sucesso na carreira profissional, a verdade é que amor é uma distração, coisa feminina, criada para a ocupação das mulheres, elas sim precisam desta baboseira na vida, nós homens não.

E como um bom, Parlato, compreendi que apenas duas coisas na vida devem interessar a um homem, somente estas duas coisas são realmente importante, a primeira, a responsável por fazer dele quem é, o trabalho duro, árduo, fama e riqueza não se conquista de outra maneira, trabalho, e foi a este que me dediquei para ter nome, fazer o meu nome, além de ser o herdeiro Parlato.

Apenas isto não bastava, precisava fazer a minha história partindo de mim mesmo, embora as minhas origens não dificultasse em nada para mim, ser neto de Diego Parlato é como uma escada apenas de subida, sem erros e danos, o segundo é o sexo, apenas estes são o necessário. Essas duas coisas estando em dias, nada pode alterar o seu humor, nada além disso é mais importante, um homem com um ótimo curriculo no que faz, não precisa falar por si, a sua fama faz o suficiente por ele, quanto ao sexo, embora não seja um negócio diretamente. 

Basta trata-lo como um, sem dores de cabeça e sem sofrimento, certamente terá a sua finalidade com sucesso, o prazer para ambos, sem apego e dores de cabeça.  Despertei numa manhã de segunda-feira, olhei em volta, sentindo o peso de uma parte feminina sobre o meu corpo.

Observei lentamente a mulher deitada na cama, enquanto afastei as mechas de fios loiros com a minha mão direita, espalhados na cama ouço um suspiro baixo, até que a mesma vira-se para mim, com um rosto fino e delicado sorri devagar, afasto-me lentamente, em seguida passando a mão esquerda em meu rosto, espantando qualquer resquício de sono que restou em mim. 

Levanto-me sem pressa, a deixando na cama, meio que coberta com os lençois negros de cetim, ao dá as costas para a cama indo em direção ao banheiro, ouço a sua voz manhosa. —  Bom dia gostoso! — O que sai também meio em sussuros como um convite, não a olho, prossigo no meu objetivo. —  Bom dia querida! —  A cumprimento sem deixar de andar. 

Junto ao sorriso, vem a pergunta muito comum. — Hoje a noite nos vemos? —  Indagou, enquanto entrei no banheiro para urinar rapidamente. E de dentro mesmo do banheiro respondo. — Não, tenho reunião. —  O que não era uma mentira, tenho reunião,  ela também já sabe que não saio consecutiva vezes com a mesma mulher.

Enquanto sinto o prazer do esvazimanto da minha bexiga, a persistência não me surpreende, afinal quem não quer ser o mais novo rosto para sair numa dessas revistas. —  Amanhã então? —  Lavo as minhas mãos, sem interesse na conversa, retorno ao quarto, procuro vagamente com os olhos por minhas roupas, dando-lhe tempo para compreender a falta de resposta. 

—  Você me liga então? —  A olho sentada na cama, completamente nua, os cabelos dourados a cobrir parte dos seus seios, os olhos verdes a me observar. —  Hum rum. —  Informo exporadicamente, sem compreender o motivo delas insistirem tanto em querer ser noticia por uma semana ou duas.

 Sorrindo ao me ouvir, mal vi quando pulou da cama, abraçando-me por trás, sinto o seu corpo nu no meu, até aproximar para dar-me um beijo. — Desculpa querida, estou com pressa  .—  Abaixei a cabeça ao dizer, somente para sentir os seus lábios em meu rosto, o que ela esticou para um selinho em meus lábios.  —  Vou esperar hein! —  Diz rindo por fim, saio assim que me visto, indo diretamente para a empresa.

—  Bom dia! —  Cumprimentei os presentes no saguão, indo diretamente ao elevador. Como sempre o movimento já estando em alta por todos os lugares, pessoas trabalhando, pessoas querendo vencer na vida, querendo mostrar o seu valor, é assim em todo os lugares, porque na Parlato seria diferente? Observo a medida que subo através do vidro em cada andar sempre há movimento. 

—  Senhor, bom dia! —  Mal cheguei ao meu andar, sou recebido por Analice, surgindo com uma agenda nas mãos, os olhos a fio preso no papel, seguindo a rotina padronizada a anos, não é atoa que é uma das melhores secretária que já tive, odos os dias é a mesma rotina.  —  O que há para mim esta semana? Comece com que tenho pra hoje? —  Pergunto enquanto me segue até a minha sala, sendo informado como o meu dia será longo e sem fim, olhando a pilha de papel a se amontoar na minha mesa caminho em direção a cadeira.

O dia mais uma vez iniciou-se corrido, era mais que meio-dia quando dei uma pausa para uma refeição, desci no elevador até que os recrutadores entraram. —  Nada haver, ela abusa disto... Senhor Parlato. —  Olhei para dois homens a minha frente parando o que presumir ser uma discurssão, para me  cumprimentar. —  Olá  Thiago, Caio —  Pelos papeis nas mãos de Thiago, presumi que era mais um dia daqueles para Gilda, ambos me cumprimentaram.

— Mais um dia daqueles pra a Gilda? — Pergunto observando os dois, o problema de algo ser deste na advogada é que ao chegar na presidência é mais uma bomba para resolver, Thiago torce o nariz ao me escutar, enquanto Caio seu assistente lamenta com os lábios.  —  O que houve com a Gilda? Ela me pareceu bem pela manhã.  —  Insisto curioso, a advogada da empresa é uma das melhores que conheço, com patente suficiente para dizer o que fazer e o que não fazer aqui dentro, sendo amiga do meu avô, com anos de experiência no ramo, se esta deixando a sua equipe preocupada deve ser algo graves. 

— Infelizmente mais uma demissão, a Gilda demitiu pessoalmente a Regina, deixando claro para todos que qualquer deslize é rua para qualquer um também. —  Sorrio fraco, os anos mudaram, mais os métodos antigos com ela pedurará até os ultimos dias. 

Chegou o destino de Thiago, somente eu e Caio permanecemos no elevador, embora quatro pessoas entraram. — Essa Regina era alguém importante?  —  Procuro saber já que ambos parecem estarem mal de repente com a sua demisão, Caio me olha receoso a responder. —  O aviso foi para todos, ela não tirou ninguém ao dizer, olhando para todos naquele andar não descartou ninguém. — Não nego que me surpreendo, afinal Gilda pode ser a caneta quente na empresa, mas ela não é ninguém sem sua equipe.

— Calma, acredito que não seja para tanto, afinal ela precisa de vocês. —  Digo tentando acalma-lo, quando os quatro ultimos a entrar me observam e de repente desviam seus olhares como quem discorda do que acabo de dizer. Ignorando ao redor, por não ser costumeiro seguir a multidão explico.  —  Não posso discordar dela por isto, a nossa empresa sempre quer os melhores, através desta oportunidade selecionamos os melhores para ficar.

Apenas lamentou a meu lado. — Teremos que outra vez esperar por mais um novato a ocupar o cargo, ou seja remanejamento de tarefas, senhor, não é que eu discorde da minha superior, mas a Regina apenas não entregou um relatório que só terá serventia para semana que vem, a doutora Gilda devia ser mais humana. —  Apenas lamento, infelizmente isto é verdade, apesar de muitos não conhecer seu lado pessoal, sei que ela só busca a perfeição por querer ser a melhor sempre, mas não é todos que precisam desta explicação. 

Afinal não foi fácil chegar onde esta hoje, entro em meu carro assim que chego ao estacionamento, em instantes chego em casa, nem mesmo é preciso entrar em casa, vejo o meu avô caminhando após o almoço pelo jardim. — Boa tarde vô, como está? — O surpreendo em meio as flores, fazendo-o olhar para mim. — Rodrigo meu neto, onde esteve? Não o vi em casa esta noite, tampouco esta manhã. 

Sorrio amplamente, como um homem de negócios, ele também sorri ao saber onde estive a noite passada. — Negócios, vovô, apenas negócios! — Gargalha consciente do que falo. — Vim para almoçar, o senhor já almoçou? — Afirma seriamente por fim. — Sim, a algum tempo, o procurei a noite passada, estive sozinho em meu quarto, a sua mãe saiu novamente, acabei revisitando as minhas memórias, lembrando-me da ligação que recebi a três anos, o detetive não o procurou mais? 

Lamento, o meu avô insiste em dizer que a três anos recebera uma ligação, e a voz do outro lado era do seu amigo, seu antigo sócio Adolpho Antares, ele jura com tanta certeza que eu tive que mentir para ele, dizer que contratei um detetive para investigar, o seu amigo morreu num acidente de carro a mais de vinte anos, junto com a sua filha Patrícia Antares, a que seria a minha noiva e talvez esposa, o vendo tão atento a mim, apenas nego, e respiro profundamente. 

— Não vô, não era o Adolpho, infelizmente, seu amigo não está vivo, sei que é doloroso...

Enrolando os dedos ao me ouvir, lamenta profundamente. — Sim, eu sei, talvez seja apenas consciência pesada, filho! — Estendo a mão para o seu ombro, dando-lhe pouco consolo. — Não pense tanto nisso meu avô, o senhor era um ótimo amigo, excelente sócio.  

 

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