Capitulo VII

Ária Duarte 

Tentei explicar Yan não quis entender, apesar de estar com ele a anos e saber que ele é um homem que díficilmente volta a atrás, desta vez, fui eu que endureci, nada me faria voltar a atrás, sai do haras chateada, enquanto ele a me olhar rancoroso nem mesmo se abalou em vir atrás de mim. Dois dias se passaram olhando ansiosamente para o celular, várias vezes ao dia, foram duas ligações que não recebi, a dele e tampouco a que eu tanto esperava. 

— Se você continuar assim, vai acabar tento um colapso, Ária, talvez você nã seja o perfil de estagiária que eles procurem. — Inspirei fundo, a ira me tomava, mas era a Carol e só com um olhar que lhe dei, ela apenas recuou dando uma mão para mim. — Tudo bem, não estou dizendo que eles não vão te chamar, mas já pensou que isso pode acontecer? 

Sim, eu já havia pensado e uma boa parte de mim acreditava nisto. — Claro que já pensei, Carol, mas... — A vejo lamentar antes de olhar para a tela do computador a sua frente. — Se houvesse me dito, também poderia ter me candidatado a vaga, ao menos uma lá dentro ajudava.

Andei de um lado a outro, por fim neguei. — Não, não seria a mesma coisa. — Nós olhamos por um tempo, até que ela soltou um risada baixa, fraca. — Aquele cara parecia bem atencioso, deviamos ter pego o contato dele, fazer amizade pode ser uma boa para saber dos critérios. 

Joguei-me no sofá baixo branco totalmente acolchoado, deitando-me por completa nele. — Ah ótimo, deveria levar isto em conta estando naquele elevador com o pobre homem e o presidente da empresa, como pôde ser tão grossa com ele? — Revirando os olhos por sua atitude, ouço o ranger dos pés da cadeira, Carol se levanta. — Você não percebeu que ambos os caçadores viram oportunidade para atacar? 

Respiro profundamente, vendo a minha melhor amiga usando seu macacão branco justo ao corpo vir ate mim, se senta no sofá pegando as minhas pernas pondo no seu colo. — Não vi nada demais, Carol, e por falar nisso eu não sei usar as pessoas como você pensa. — Ela ri ao me ouvir. — Não é usar, amor, é apenas... — Ela ri me olhando, enquanto nego. — Mas Ária, eles usam nós mulheres sempre, você já viu quantas vezes este Rodrigo Parlato já esteve envolvido em escandalos com mulheres? 

Lhe observo falando, sem dizer nada, mas a verdade é que presa aos estudos, aos treinos e nisto tudo. — Sei um pouco, ao levantar uma pesquisa sobre ela, não tem como não saber sobre a vida luxuosa dos Parlatos. — Minha amiga abre as mãos ao me ouvir. — Então, meu amor, imagina quantas destas mulheres já foram enganadas, promessas de casamento, relacionamento, a oportunidade de unir-se a um herdeiro de bilhões escapando assim pelos dedos? 

Ergo a sombrancelha ao lhe ouvir, sorrio quando a vejo simular a fortuna a escapar pelos dedos. — E daí? Do que me ajudaria isso? O meu objetivo é a Gilda, não a vida do neto previlegiado dos Parlatos. Além disso pelo que vi nas fotos não sou o tipo dele, ah você soube que ele foi deixado no altar a alguns anos atrás? 

Carol abre a boca me olhando. —O que? — E assim rende a fofoca, conto-lhe o que li na revista, claro que a parte que me interessou não foi o abandono, fora ver Gilda lá presente, usando um vestido vinho na terceira fileira, mais nova, a elegância é o seu sobrenome, o que me deu a entender que o casamento fora aberto para os funcionários, embora a presidência estivesse nas mãos do senhor Diego Parlato. 

— Ah e você soube de tudo isso e não me disse nada? — Dou de ombros. — Estou falando agora — Ela me dá um tapa na coxa. — Sim, então é por isso, claro, Ária será por ter sido abandonado no altar que ele foge de relacionamentos? — Dou de ombros em resposta. — Não sei, mas de lá pra cá,tem sido desgraça sobre desgraça.

— O herdeirinho deve ter ficado traumatizado, o que será que houve pra noiva fugir? — Este foi o assunto da nossa quarta feira, por todas as loiras que passaram pela cama do herdeiro Parlato, o famoso burguesinho, como Carol o nomeou, como quem deixa uma criança de castigo, Yan não ligou, tampouco mandou mensagem por dias. 

Ao chegar no haras na sexta-feira pela manhã, encontrei Sião, o veterinário do Haras o examinou, avaliou, me dando o diagnóstico que todos já me diziam, ele está velho, já não pode competir comigo, deitado sobre o maço de capim, apoiei-me no meu amigo, sentindo o bater do seu coração que embora me disseram que está velho, para mim é tão puro e leve quanto o meu. 

— Eu nunca vou me desfazer de você, Sião, não irei deixar ninguém te tirá daqui. — Alisei o seu pelo tão escuro e brilhante, lhe vendo quieto a ouvir as minhas palavras. Me comprometi a cuidar dele até o seu ou meu ultimo dia de vida, e embora soubesse que ele já não pode competir por causa da idade, passei boa parte da manhã com Sião no cercado, o nosso percursso de fato diminuiu. 

Mas para mim, ele continuará o melhor para sempre, já estava cansado havia anos em exercício, ao passar das dez da manhã, desci do seu lombo pulando como sempre no chão, acariciei seu rosto enconstando o meu no seu, alisando o seu pelo, até que afastou de mim, levantando o pescoço ao alto, em seguida pondo a sua cabeça em minhas costas, me deixando estar perto do seu pescoço, rente ao seu abraço.

A nossa conexão se vinculava como sempre, estar com Sião de qualquer maneira é me sentir em casa, o nosso abraço me dá paz, o que faz-me fechar os olhos. — Eu vou precisar muito dos seus ouvidos, caso não seja chamada pra este estágio, Sião. — Avisei-o ciente do que poderia estar por vir, para mim seria ela desistindo de mim pela segunda vez. 

O tempo passou, vendo o cansaço que ignorei por meses, levei Sião para a baía coloquei água fresca e capim fresco para ele, asistir enquanto comia vagarosamente, seus dentes já não sendo como antes, o que me tirou do silêncio observador foram as vozes vindo do outro lado. — Não acho que seja o certo, tem certeza que a sua noivinha não vai causar com isso? 

A voz de Liz veio até os meus ouvidos, atrás da porteira olhei para ver quem a acompanhava. — Não se preocupe com a Ária, Liz, neste momento ela está ocupada demais para pensar nisto. — Nem mesmo precisava ver, para saber pelos passos pesados sabia que era ele, Yan andando em direção a uma baía. 

— Se você diz...— A mulher mediana morena estendeu as mãos para cima, até que ele a olhou de lado. — Tudo bem...— Lhe ouço dizer, enquanto ele  ri de lado, demorando a desviar os olhos. — A preciosa é uma  boa égua, bem treinada. 

Vendo a sua ex lhe devorando de olhos, ele nem mesmo desvia os olhos, demora ali a observando. — Ah é? E quem treinou?— Seria capaz de acreditar que ele estaria a lhe dá espaço para isto. — Ela ficou um tempo comigo, mas já veio treinada, você vai gostar Liz, mas lembre-se... — As suas palavras foram interrompidas, quando Liz avançou sobre ele, tomando o seu rosto dando-lhe um beijo em sua boca, observei a cena a distância de ambos, em torno de dez a quinze segundos depois que ele a afastou com um braço somente.

— Para, para Liz... — Mas a mulher mais baixa que ele,que eu, cabelos castanhos cheio preso num rabo de cavalo insistiu novamente a lhe beijar, sentindo as pernas formigar e o ar desaparecer dos meus pulmões, eu assistir ao beijo deles, quando o meu noivo a segurou pela cintura mais fina tomando a posição de dominar, virando-a contra a madeira da divisa fez-me engolir em seco, quantas vezes isto aconteceu? 

Ela sempre está em seu calcanhar, falta de aviso não foi, Carol me avisou tanto. Ambos beijavasse sem controle, as mãos de Eliz passando por todo o corpo sabendo para onde ir e vir, não era novidade alguma, lágrimas vieram de onde eu não sabia que viria, desceram e como quem iria explodir, já não suportei, abrir a porteira saindo apressada da baía em seguida. 

— Ária? Ária— A sua voz forte, firme atrás de mim a chamar já não importava, era estranho para mim tudo aquilo, mal me dei conta quando os seus braços me seguraram. — Me solta, me larga Yan! — Não foi apenas um aviso, um grito saiu da minha garganta enquanto me debati saindo do seu abraço. — Ária, Ária meu amor,por favor para! 

As lágrimas desciam sem parar, foram anos juntos,ele era o noivo perfeito, o genro dos sonhos, presa nos braços fortes, vi quando Liz parou a metros de distancia cruzandos os braços a nos olhar, o seu cabelo desfeito, fios a solta, deu-me nojo de ambos, era pior que uma facada, talvez, nunca havia levado uma, mal pensei e nem ouvi o que ele dizia. — Me solta Yan. — O empurrei para longe de mim. 

— Ária por favor! — O seu pedido só me fez enoja-me mais, todos por ali vendo e falando entre si, arranquei a aliança do meu dedo, lhe vendo negar. — Ária não, por favor me deixa explicar, foi um erro, você... você... tem se comportado como uma criança mimada, por favor. — Ainda por cima querer colocar a culpa em mim. 

— Não coloque sobre os meus ombros, o peso das suas falhas, seus erros Yan. — Atirei a aliança contra o homem que eu jurava ser para casar. — Ária! — Sai andando lhe vendo tentar pegar a aliança na grama, andei em direção ao vestiário, havia raiva, ódio, tudo em mim. 

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