CALEB

A primeira coisa que fiz quando cheguei na empresa naquele dia foi ligar pra segurança. Eu já tinha pedido pra investigarem o Renato, mas agora eu queria mais. Queria tudo. Quero saber por onde ele anda, com quem fala, se tem família perto, se tá devendo pra alguém… tudo. Depois do que ele fez comigo, eu não duvido que faça pior. E não por mim, mas pela Pamela, pelos meus filhos. Isso me deixa doido.

— Senhor, já estamos rastreando os últimos passos dele — disse o chefe da segurança. — Ele não voltou pra casa. Não foi trabalhar. Sumiu. Estamos analisando câmeras da região.

— Eu quero ele encontrado — respondi. — E quero antes da polícia. Se esse cara teve coragem de me empurrar daquela escada, talvez tenha coragem pra coisa pior. E eu não vou deixar ele chegar perto da minha família.

— Vamos intensificar tudo — ele disse.

Desliguei, mas o estômago ficou embrulhado. Essa sensação de ameaça invisível me consome. Fico imaginando mil cenários na cabeça, mesmo sabendo que isso só me