Capítulo 01

9 anos e sete meses depois. 

Porque Matthews precisava se esconder nesse fim de mundo eu não sei, mas após ignorar todos os meus advogados, eu decidi que eu mesma conseguirei aquela assinatura. A placar bem-vindo a Cordonelia estava cheia de lama, imagino que o prefeito nem se dá ao trabalho de melhorar a aparência do lugar para os turistas. Meus advogados me informaram que Matthews é sócio de uma empresa de construção aqui, é apenas isso o segura aqui, mas para um bilionário uma empresa de construção é troco de bala, não faz sentido Matthews a esconder aqui, ao menos que tenha mulher no meio.

Parei meu carro de frente ao rancho onde dizem que Matthews mora, vejo de longe uma casa grande e muito moderna para a região, havia apenas uma porteira, mas não havia ninguém para abri-la, olhei para os meus pés e o scarpin da gucci não merece ter esse tratamento. Mas minha outra opção é descer descalço, ou esperar alguém ver meu carro e abrir, mas isso pode demorar horas, e pretendo sair dessa cidade o mais rápido possível, preciso apenas da assinatura de Matthews, com os papéis em mãos eu nunca mais precisarei vê-lo. E sacrificar um gucci por isso é necessário, puxei o ar e abri a porta, mas recolhi meus pés, o fim daquele ícone é um sacrifício doloroso demais, fechei os olhos e decidi que era insuportável demais para mim, o chão estava lamacento, imagino que devido à chuva de ontem, então decidir que prefiro ficar com os pés cheios de lama a estragar essa obra de artes que está em meus pés e se não fosse tão raro de se encontrar esse modelo eu abriria mão dele com mais facilidade.

Coloquei meus pés no chão lamacento, o toque gelado e nojento me fez querer correr de volta pro carro, mas não o fiz, respirei fundo, não era o caminho é curto, e por sorte escolhi vir de vestido na medida do joelho, imagino o estrago que essa lama não faria. Retirar o pino da porteira, direi a Mathews que ele deve ao menos contratar alguém para isso, onde já se viu as visitas ter que fazer esse tipo de trabalho? E não é como se ele estivesse indo à falência, pelo que fiquei sabendo ele construiu sua própria fortuna e acredito que isso que mais enfureceu seu pai, Matthews se negou a aceitar o dinheiro da sua família, deixando claro que seus rendimentos devem vir direto para mim, algo que devo admitir foi muito bem-vindo já que meu pai nos deixou na miséria e devendo a todos.

Olhei para os meus pés, a lama estava até meus tornozelos, voltar a ver Matthews dessa maneira é no mínimo humilhante. Mas nada vai me atrapalhar, eu vou voltar com assinatura dele e por fim vou me livrar dos Belmontes de uma vez por todas, ao menos das comemorações anuais, porque Matthews me largou com família louca e controladora dele, e minha mãe simplesmente tinha dificuldade de dizer não aos convites.

“ Você é o mais próximo de uma filha que eles têm, seu marido não dá as caras anos, e o melhor é que agrade seus sogros”

A mesma ladainha todos os anos, e eu preferia ir do que ouvir minha mãe reclamando no meu ouvido.

“ Eles que te bancam Vanessa se não fosse o dinheiro deles onde você estaria?”

Há eu estaria em paz, porque carregar o sobrenome deles era um peso enorme, o dinheiro tem suas responsabilidades, e quando Matthews se foi todas as deles caíram sobre mim, fora ter virado a chacota da sociedade após saberem que fui abandonada na noite de núpcias.

“O casamento foi consumado?”

Foi a primeira pergunta que precisei responder quando seus pais perceberam que o filho não voltaria, e eu confirmei com a cabeça, a mentira se mantém até hoje, eles esperam ansiosos por minha menstruação, a esperança de um herdeiro era algo que os mantinham esperançosos como se eu fosse uma viúva. Não sei ao certo porque eles mesmo não foram atrás de Matthews, nunca entendi o que mantinha os Belmontes tão calmos, eles agiam como se Matthews estivesse morto, e eu não fiz questão de revivê-lo até um ano atrás. O contrato diz dez anos e se em dez anos não tivemos filhos a empresa será dividida igualmente para ambos, e com 50% da maior empresa de cosmético do país, a minha vida está feita e eu não vou precisar casar com nenhum velho rico para manter o meu padrão de vida, e não terei mais o peso do sobrenome dos Belmontes.

Dirigir até a entrada da casa, alguns dos peões apareceram, um senhor baixinho e já de idade avançada se aproxima do meu carro, ele tira o chapéu quando se aproxima.

— Boa tarde moça! — Ele fala de maneira cordial. — Essa propriedade é dos (Oliveiras), a senhorita deve ter errado a porteira.

— Oliveiras? — Algum advogado falou esse sobrenome tão comum. 

— Sim, a não ser que seja amiga da menina Leila, essas que ela fez em Paris….

Ele sorriu, parecendo que entendeu tudo e então deu de ombros. 

— É amiga de Leila?

— Na verdade, eu busco por Matthews. — O homem abre um sorriso. 

— Há sim, o menino Mathews está lá dentro, venha comigo, a família toda está reunida hoje. — O homem fala de bom humor, achei sua abordagem calorosa e pouco profissional, já que ele estava me levando para casa sem nem ao menos perguntar meu nome, então olha para os meus pés. — Mil perdões, eu que fico na porteira, mas como não esperávamos visitas, decidimos almoçar cedo, estava com fome sabe, e o menino que troca comigo, está doente.

— Não tem problemas, se tiver um lugar para ….

E ele já estava batendo na porta. 

— Alguém irá atendê-la, eu vou cuidar das minhas coisas. — Ele estende sua mão suja para mim, me senti constrangida de  não pegar e então estendi a minha rezando que tenha algum lugar para poder lavar a mão depressa.

A porta se abriu e uma mulher exuberante abriu, ela parece que saiu de alguma capa de revista, ela sorrir, seus cabelos negros caem sobre seu ombro, seus olhos são de um verde vivo.

— Como posso ajudá-la? — Olhei para meus pés, eu não poderia aparecer assim, não quando Matthews está com uma mulher dessa, me senti constrangida, mas também não posso sair dali sem sua assinatura. 

— Eu poderia falar com Matthews Belmonte ? — A mulher me olha pensativa e então sorri.

— Então esse é sobrenome daquele cretino, pode entrar talvez possa nos dizer alguma verdade sobre esse mentiroso. — Ela abre mais a porta e quando caminho um pouco pelo corredor me deparei com uma sala cheia de gente, puxei o ar e arrumei minha postura, não é uma lama nos pés que vai me fazer perder a classe.

— Vanessa?! — Matthews pergunta confuso, posso sentir o choque em seus olhos. 

— Mudei tanto assim? — Ele tinha mudado muito, agora estava com músculos e seus cabelos que antes eram rebeldes, estavam devidamente penteados, Matthews agora é um homem, e está longe da aparência do moleque que me abandonou a nove anos atrás.. — Me perdoem por interromper essa reunião de família, mas soube que meu marido estava aqui.

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