Rian
Meus dedos sangraram depois de eu roer demais as unhas e arrancar muito da pele. Mesmo assim, continuei roendo e arrancando. Ardia e doía, mas eu não me importava muito. E eu definitivamente teria trancado a porta do quarto se soubesse que minha irmã tinha chamado artilharia pesada para me fazer sair de casa. Por artilharia pesada, quero dizer o Davi.
Ele entrou no meu quarto de rompante, o cabelo cacheado preso num coque e a bolsa transversal onde carregava sua câmera pendurada num dos ombros.
Me encolhi no lugar quando seus olhos fixaram em mim como o de um demônio que foi invocado com o único propósito de me arrastar diretamente para as profundezas do inferno, que no caso era qualquer lugar fora da minha casa.
“Oi.” — cumprimentei, hesitante.
“Levanta, a gente vai sair.”
Mal-educado, nem me deu oi!
“Não quero.&rd