Hunter Knoefel
Wayne me olhava como se eu tivesse perdido completamente o juízo, como se fosse um lunático sem salvação. E o pior é que, depois que ele começou a falar, uma parte de mim começou a dar razão a ele. Ele arrancou o carro com pressa, saindo das proximidades da casa onde Maitê estava.
— E aí, você vai até a delegacia dizer: "Olha, a minha mulher se afogou em Connecticut, a mãe dela viu ela cair no mar, e agora, dois meses depois, ela aparece aqui no Novo México. Ela não lembra de mim, tem traços físicos diferentes, uma mãe e um pai que eu nunca vi, mas eu juro, é a minha mulher." — Ele falava com ironia, sem tirar os olhos da estrada.
— Mas é ela! Eu tenho certeza! E essa história de pai e mãe pode até ser real... já que ela é adotada! — insisti, sentindo meu coração disparar.
— Meu Deus, Hunter, cada vez que você fala mais, a lógica desaparece. Me explica por que, em sã consciência, a Maitê se afastaria do próprio filho e fingiria não te conhecer?
— EU NÃO SEI, POMBAS! — g