Acabei saindo mais cedo e fui para uma lanchonete próxima. Pedi algo para comer, mais por hábito do que por fome. Quando me dei conta, estava encarando o nada, completamente absorta.
Foi quando ouvi uma voz familiar.— Você está bem? Está mais distante do que o normal. — Otávio sentou-se à minha frente com aquele olhar preocupado de sempre.— Só estou com a cabeça cheia... pensando em uma proposta que meu chefe me fez. — confessei, baixando o olhar.— Que tipo de proposta?— Uma promoção. Um cargo melhor, mais responsabilidade... mais cobrança. Não sei se estou pronta. Ainda tenho a faculdade, meus horários são apertados. Tenho medo de aceitar e não dar conta. De falhar.Ele me analisou por um segundo antes de responder com calma:— Acho que, no fundo, você já sabe qual é a sua resposta. Só está com medo de seguir em frente.Um sorriso tímido escapou dos meus lábios.— É verdade. Eu só precisava ouvir isso em voz alta. Obrigada, Otávio.— Semp