Voltamos para casa em carros separados: eu conduzindo, com dedos firmes no volante novo, e o Matt no dele, acompanhando atrás, protetor até no retrovisor. Estacionei na minha vaga e fiquei um minuto com as mãos paradas, ouvindo o motor silenciar. O cheiro de carro novo me cercou. Sorri sozinha, passando a mão no painel.

No apartamento, a rotina correu simples: banho rápido, pijama macio, a cozinha arrumada por cima para não sobrar louça na pia, as janelas entreabertas deixando entrar o ruído baixo da cidade. A cama chamou de novo. Matt entrou do banheiro, o cabelo úmido, a barba cheirando a sabonete.

— Margo — ele sussurrou quando já estávamos deitados, a luz apagada.

— Oi.

— Quer que eu pegue alguma coisa na cozinha?

— Não — me virei para ele, sentindo a distância se diminuir. — É que…

— Fala — ele pediu, a mão encontrando meu rosto. Mesmo no escuro, eu via o brilho dos olhos.

— Acho que tô com medo. — confessei, a voz um pouco rala, mas firme.

— Do quê, meu amor? — ele me abraçou, p