No Baile da Condessa

-Essa Condessa sabe mesmo dar uma festa. - Disse Gustavo impressionado quando entrou no salão principal com Lane.

-Ei, não esquece que eu trabalho com isso, vou ficar enciumada…se bem que pensando bem (Lane lembrou que as duas haviam trabalhado juntas para esse evento, mas Gustavo ainda não sabia sobre Patrícia então decidiu desconversar)…ah, deixa pra lá, que tal uma dança?

Será um prazer dançar com a mulher mais linda da festa. - disse paquerando Lane.

Agora sim! Vamos la.

Eles começaram a dançar e depois de um tempo esbarraram um casal, o que era normal para Gustavo, que estava se dedicando nas aulas de dança mas parecia ter dois pés esquerdos. Lane rindo foi se desculpar e então percebeu quem era:

-Alana? Você está no Brasil! Que boa notícia.

-Oi Lane, faz tempo, não é mesmo? - Alana olhou para Nicholas e agradeceu a dança, depois saiu com Lane para falar sobre os assuntos da Patrícia, os dois rapazes ficaram parados meio sem reação.

-É, então… eu sou o Gustavo.

-O das indústrias Brown?

-Sim, você me conhece? Desculpe, não estou lembrando de você.

-Melhor sairmos da pista, riu Nick depois de Gustavo quase ser atropelado por outro casal dançando.

-Tem razão, riu também Gustavo.

-A propósito, sou Nicholas Azevedo.

-Claro! Como não me lembrei antes, você é daquela empresa de negócios imobiliários que está muito em alta e na imprensa ultimamente.

-Sim, foi um ano muito bom para nós, mas a Brown também não está nada mal.

-Verdade, está crescendo bastante ultimamente, a fusão com os americanos foi uma boa jogada.

-Ei, aí está você, eu estava te procurando.

-Mas foi você quem me deixou no meio da pista de dança, quase fui atropelado lá, sabia?

-É verdade, eu presenciei, riu Nicholas.

-Lane, esse é o Nicholas Azevedo da K.A.N.I.

-Prazer, K.A.N. I. ? é alguma agência secreta?

Nick estava tomando um Martini e quase se afogou dando risada. Lane e Gustavo também riram.

-Brincadeiras a parte, você me parece muito familiar.

-Também te achei familiar, parecida com alguém que conheço, será que de repente estudamos juntos? Parecemos ter idade próxima.

Creio que não pois a Lane não cresceu aqui em Minas. - Se antecipou Gustavo.- a propósito, eu te disse que ela é minha noiva?

É mesmo? Meus parabéns aos dois, fazem um belo casal.

Obrigada- disse Lane simpática, mas depois olhou para Gustavo em desaprovação, ela achava desnecessária aquela atitude.

.

… no escritório…

.

-Então você é a Condessa

-Sim

-Vai me explicar isso? Como é que Dom Luiz deixou a herança para você depois de você acabar com os negócios dele?

-Esse é outro assunto complicado, prefiro que você mesmo leia a carta que ele me deixou.

-Tudo bem, onde está?

-Aqui - disse pegando a carta em uma gaveta e entregando a Kevin que leu propositadamente em voz alta para poder estudar as reações de Patrícia.

.

.

"Mia Bambina Patricia,

Sinto ter partido sem termos conversado pessoalmente, mas saiba que eu entendi o que você fez e o porque fez, estava preservando aqueles que ama e entendo isso melhor do que você pode imaginar.

Eu nem sempre fui este homem que hoje assusta as pessoas, sem amor ou compaixão, para que você entenda o que vou te pedir, preciso antes que entenda minha história, que entenda que eu também amei alguém e que este amor do meu passado foi o que preservou uma única parte boa dentro de mim e que por causa desta parte eu morri feliz.

Aos vinte anos me apaixonei por uma mulher muito poderosa, foi ela quem me ajudou a ter meu primeiro negócio na Itália, juntos nós construímos um pequeno império e acredite, tudo isso trabalhando honestamente. O problema é que ela era muito rica e eu estava apenas começando a enriquecer, e a família dela não aprovava nosso relacionamento por isso escondemos durante cinco anos, depois fomos descobertos e então fugimos por mais cinco anos, foi quando ela engravidou.

O nome dela era Catarina, estávamos muito felizes de começar nossa família e acabamos nos descuidando, a família dela nos encontrou e a levou embora, quando voltei para casa aquela tarde, só encontrei esta metade do medalhão que ela usava, a mesma que estava no envelope que te entregaram, ela havia deixado para trás para que eu soubesse que havia sido levada a força. Ela desapareceu, então comecei a me envolver com as pessoas que mais tinham informações no país, a máfia.

Para me iniciar neste novo mundo eu precisei cometer pequenos delitos, e aos poucos me envolver com coisas maiores, até que estava a frente de um negócio de narcóticos. Eu já tinha algum poder na época, então mandei sequestrar os pais de Catarina para saber onde ela estava e descobri que haviam mandado ela para o Brasil. Eu estava muito perdido, mas decidi então ir para o Brasil também e expandir meus negócios lá até encontrar Catarina.

Quando a encontrei foi tarde demais, ela tinha morrido no parto e haviam dado meu bebê para a adoção, segundo a parteira ela não usava mais o cordão com o medalhão, havia pedido que desse ao bebe assim que ele nascesse.

Fiquei arrasado e iniciei uma busca pela criança que não teve fim, isso me deixou amargurado e a única coisa que amenizou minha dor foi eu decidir adotar uma criança também, assim adotei Hector, o filho da minha empregada.

Alguns anos depois descobri que Catarina na verdade estava viva e que havia se casado com outro homem obrigada por seus pais, tentei procurá-la para conversar mas ela já não era a mesma, disse que não me amava mais, perguntei sobre a criança e ela disse que tudo o que sabia é que era uma menina, eu fiquei enfurecido por ter perdido o amor da minha vida e uma noite quando a vi com seu marido, acabei tirando a vida dele, foi por isso que nunca mais pisei na Itália. Catarina nunca mais falou comigo, mais tarde ela se tornou a Condessa de Montebello.

Sabendo que eu tinha uma filha, eu a procurei por muitos anos. Quando finalmente a encontrei ela tinha doze anos e era muito feliz com sua família adotiva, decidi apenas observá-la até que tive a ideia de me aproximar, mas de uma forma que ela não saberia de nada. Cuidei dela de perto por alguns anos, mas quando a perdi de vista, também perdi o controle sobre o que acontecia com ela e ela acabou sofrendo muito, nunca me perdoei por tê-la colocado naquela situação, então por alguns anos eu me afastei.

Um dia eu vi uma notícia a respeito dela e decidi que era hora de trazê-la de volta para casa, mesmo que ela não soubesse quem eu era, eu a queria perto de mim, usei de todos os artifícios que pude, mas foi o dia mais feliz da minha vida quando ela voltou para casa.

Sinto muito mia bambina, queria ter tido a coragem de dizer que eu era realmente seu pai, me perdoe por ter feito Hector se aproximar de você, na época pareceu uma boa ideia, voce seria da minha família sem saber quem eu era, também não se envolveria nos negócios sujos, mas eu não imaginava o mal caráter que Hector era e como te faria sofrer.

Você deve estar furiosa e confusa, pode ser que esteja se perguntando sobre Catarina, ela morreu no ano passado, deixando o título de condessa para a nossa filha que deverá realizar um teste de DNA para comprovar sua identidade.

Patricia, quero te pedir que faça o teste de DNA, desta forma você poderá desfrutar do Título de Condessa de Montebello.

Poderá receber também a sua parte na herança como minha filha legítima se quiser, mas isso vai depender de como você vai lidar com essas revelações e vou entender se optar por deixar as coisas como estão.

Mas o que tenho para te pedir diz respeito à única outra pessoa que amei além de você e Catarina, o Giovanni. Com a prisão de Hector e a minha morte ele ficará perdido, a minha sobrinha abriu mão da guarda dele quando ele ainda era um bebê então Giovanni não tem mais ninguém no mundo. Sei que não tenho o direito de te pedir isso, mas eu gostaria que você e o Vinicius fossem os tutores dele.

Sim, eu sei que você ama o Vinicius e que cedo ou tarde acabarão juntos, dava para saber desde que eram apenas crianças em um concurso de dança. Então se ele aceitar façam isso pelo Giovanni, ele merece ser criado por pessoas boas.

Tinha muito mais que eu gostaria de falar mas só posso dizer mais uma vez que sinto muito mia bambina."

.

.

Kevin ficou em silêncio por um tempo, enquanto isso, analisou as reações de Patrícia à carta, depois de uns minutos começaram as perguntas.

-certo, esse menino o…

-Giovanni?

-Sim, onde está?

-Em uma escola para supedotados na Europa.

-Hum. A proteção que você precisa se estende a ele?

-Não será necessário- disse Patrícia lembrando que era praticamente uma escola de espionagem onde Giovanni estava

-Certo, e o Vinicius?

-Creio que não esteja em perigo.

-Não não, quero saber da relação de vocês.

-não acho que seja relevante

-Acredite, faz toda a diferença, você logo vai entender, te incomoda falar dele?

-De forma alguma.

-então me responda a pergunta

-Não precisa ser estúpido

-Não imaginava que você era tão sensível, está visivelmente abalada, você ainda o ama? Dom Luiz acreditava que fosse um amor eterno, quem sabe você também ache.

-NÃO! O problema é que eu confiei nele, tá bom? Depois do Hector eu não confiava em mais ninguém, mas ele conseguiu se aproximar de mim por ser um amigo antigo e eu confiei…mas não deu certo, ok?

-Tudo bem, não precisa se exaltar Patrícia, já entendi.

Ela continuou falando sem parar

-E se você quer mesmo saber, nós nem nos falamos, ele vê as crianças na casa da minha mãe, não temos nenhum contato, nenhuma chance de voltarmos se é o que te preocupa.

-Entendi, ótimo, Fica bem mais simples nosso acordo.

-E que acordo seria esse exatamente?

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