3 - Amor De Lobo
3 - Amor De Lobo
Por: Cassandra Branca
Capitulo 1     

Era uma linda tarde de Junho e Sara estava sentada na esplanada de um pequeno café. Onde a maioria das pessoas bebiam a sua bebida fresca e ela bebia um capuccino, só para ser diferente. Sim...diferente.

Estava saturada da vida que levava, não estava a ir a lado nenhum. Tudo bem, naquele momento, quem a visse parecia que ela estava ótima. Mas não podiam estar mais enganados.

A vida de Sara estava um caos. Como se fosse um beco sem saída. Estava divorciada, não tinha emprego, nem carro. O apartamento era alugado e nem amigos tinha. Depois de um casamento, que a fez desacreditar completamente na habilidade dos homens de poderem amar e serem fiéis, perdeu a única coisa que necessitava. Uma carreira profissional e seus amigos da faculdade. Esse casamento custou-lhe a independência financeira, pois deixou-se levar pelo amor e dedicou-se á casa e ao bem-estar do marido quando ainda era muito jovem. Enquanto isso ele dedicava-se á sua bela secretária, loura e com seios de silicone.

Quando casou, Sara pensava que o amor era lindo e que o seu marido cuidaria dela e a iria amar para toda a vida. "Burra, burra, burra! Como podia ter sido tão ingénua."

Para as empresas, uma administrativa de vinte e oito anos sem experiencia não era ideal. Agora o que restava eram trabalhos temporários, sem qualquer futuro, saltando de emprego em emprego ao longo de dois anos, e até mesmo isso, ela já não tinha.

Sentia-se completamente frustrada, ainda que seus pais estivessem sempre presentes na sua vida e a ajudavam constantemente, Sara sentia-se deprimida , carente de atenção e carinho. Tinha chegado á conclusão que era altura de sair dali, ir para longe de tudo o que causava tristeza e lembranças ruins. Como seus pais diziam, precisava de dar uma reviravolta na sua vida. E nada melhor do que começar tudo de novo, noutro lugar, sem conhecer ninguém. Novas caras, um novo local para viver e um novo emprego, era isso mesmo o que ela precisava. Uma mudança radical onde uma nova esperança reavivasse sua mente e corpo

Sara, estava aterrorizada, a palavra certa era... aterrorizada. Na teoria deixar tudo o que ela conhecia para trás e começar de novo era fácil, mas na prática. "Ai! Meu!Deus!"

Embora com o apoio incondicional de seus pais e com a opinião reforçada deles em que realmente devia mudar o rumo de sua vida. Não estava a correr como  esperava, o medo do desconhecido começou a apoderar-se dela.

Encontrava-se num sítio completamente desconhecido com um único mapa na mão e um sentido de orientação que a costumava levar a perder-se até na sua própria casa, e o apartamento não era muito grande. Depois de uma cansativa viagem de avião, Sara ainda tinha pela frente umas horas até chegar á pequena cidade onde tinha decidido viver. Apanhou um táxi e dirigiu se á sua nova vida.

A caminho da cidade começou apreciar a vista através da janela do táxi e os batimentos do seu coração começaram a relaxar. O campo, a natureza, a deixavam em paz. Era uma das razões de ter escolhido aquele lugar. Aquilo sim transmitia-lhe  tranquilidade.  Até já começava a acreditar que tudo iria correr bem e que ia começar com o pé direito. Mas  já devia desconfiar, com o seu karma,  que não poderia começar tudo assim tão bem no inicio. Era sorte... muita sorte.

Logo que a pequena cidade começou a surgir no horizonte, ficou de boca aberta. Quando o táxi parou, ela saiu e olhou ao seu redor, imediatamente começou a ter dificuldades em respirar.

__ Tem a certeza que este é o sítio certo? – Perguntou perplexa.

__ Certeza absoluta, senhorita. - O taxista sorriu com um semblante calmo. __ Não se preocupe, irá se dar muito bem por estes lados.

__ Tem a certeza disso? – Mordeu o lábio duvidando daquelas palavras quando o taxista rodeou o carro, abriu a bagageira e tirou a sua mala .

__ Claro que sim! Até porque não é todos os dias que recebem moças simpáticas e bonitas por aqui. – Ele largou a mala a seus pés.

__ Claro! – Ela disse enquanto abanava a cabeça e suspirava. __ Posso lhe garantir que não consegui ficar mais tranquila com essa afirmação.

Quando Sara reparou que o homem começou a dirigir-se para o carro para se ir embora, entrou em pânico.

__ Espere! Não vai partir já, pois não?- Segurando seu braço ela quase suplicava por algum tipo de ajuda .__ Pelo menos me diga onde posso pedir algumas informações, por favor.

__Tenha calma. -  Ele sorriu amigavelmente. __ Tudo vai correr bem. Só precisa ir á Lanchonete da Marta. Ela conhece tudo e todos. É uma jóia de mulher. Ela ajudará, é só pedir. - Rindo o homem colocou o carro a trabalhar, acenou para ela com um a mão e partiu.

__ Já não há nada a fazer... coragem Sara. - Murmurou para si mesma.

Quando ela se informou sobre a cidade, sabia que era uma pequena cidade do interior, com uma população de uns quinhentos habitantes. Era o ideal, porque procurava um local para viver, onde as pessoas se conhecessem, se preocupassem umas com as outras e fossem unidas. Mas o que se encontrava perante ela era no mínimo assustador.

Do que a vista alcançava, podia ver casas de madeira, tipo chalés, separadas entre si por alguns metros e todas rodeadas por uma pequena cerca. Eram agradáveis á vista e pareciam aconchegantes. Estavam situadas no meio de uma clareira. Á volta da cidade existia uma densa floresta, á excepção da estrada que conduzia até ali, a cidade estava rodeada por enormes árvores.

Mas o problema dela não era as árvores, nem a floresta. O problema era que além de umas poucas lojas, uma estação de correios, uma pastelaria e uma pequena bomba de gasolina, ela não via um modo de subsistência nesta cidade. Como ganhavam a vida por aqui?E onde arranjaria um emprego nessa pequena cidade?  Essa era a sua questão. Ela caminhou em direcção á lanchonete, colocando as preocupações de lado por alguns momentos.

__ Ele tem razão! - Sussurrou, respirando  fundo. __ Eu consigo fazer isto, afinal não tenho mais para onde ir!

Sara pensou em voz alta entrando com o pé direito e exalando  uma boa baforada de ar puro, tentando acreditar em suas próprias palavras,pois aquele era o primeiro dia ...de uma nova vida.

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