Capítulo 31 - Parte 2Ananda estava com aquela pulga atrás da orelha fazia tempo — muito por causa dos comentários e piadas de Belinda. Então mandou mensagem para Renato perguntando o que ele tinha para falar. Ele se esquivou, disse que não era nada demais. Ananda pediu para ele dar uma passada na farmácia na hora da janta. Ele disse que ia tentar… mas não foi. Ela ficou esperando à toa, curiosa, depois tentou procurar de novo, sem sucesso. Deixou quieto, imaginando que ele queria aprontar, jogar contra o namoro dela.No dia do curso, Ben a levou e disse que estava planejando uma viagem bate e volta na praia no fim de semana. A galera ia alugar uma casa. Ananda disse que não queria ir — não gostava de sair tanto mesmo. Mas Ben insistiu:— Ah, Nanda, vamos. Vai ser legal. A gente nunca viajou junto.Ela disse que ia pensar. Depois do curso, ficaram no carro, conversando. Estavam namorando, trocando beijos. Ananda perguntou séria:— Tá com pressa?Ben respondeu normalmente:— Não, por q

Capítulo 33 - Parte 2Ela começou a falar que eles tinham que conversar, se esclarecer, ela e o Ben, mas Ananda respondeu que não tinha mais nada para falar com ele, que tinha sido melhor assim. A sogra dele ficou ali mais uns dez minutos, sem muito sucesso, e depois foi embora.Ananda ficou em outra estação, outra vibe, por dias. Nada nunca havia a machucado tanto — nem apanhar do João — porque por ele ela nunca tinha se esforçado em nada, ela mal gostava dele mesmo. Logo fez acordo no trabalho e saiu; como seu rendimento estava péssimo, deram graças a Deus. Com o passar dos dias, Ben parou de ligar e de mandar mensagens. Ananda ficou só esperando ele engatar um relacionamento com a vagabunda grávida — era bem a cara dele. Ela se sentiu no fundo do poço por mais de um mês, não falava com ninguém, não ia para lugar nenhum, nem até o portão.O importante para a mãe era que Ananda desse dinheiro para ela; fazendo isso, era deixada em paz. As colegas chamavam para sair, mas ela não aceit

Capítulo 35 - Parte 2Ananda viu uma pessoa conhecida entrando na área de fumantes. Pensou: “Ah não… não pode ser.”Mas era.Diego se aproximou, cumprimentou-a com um beijo no rosto e perguntou:— O que tá fazendo sozinha aqui?Ela respondeu, sem graça:— Tô esperando uma pessoa.Ele riu.— Pode ser eu?— Não. Você é B.O. Eu não quero dor de cabeça, e eu te daria muito mais dor de cabeça ainda.Ele chegou mais perto, sorrindo cheio de intenção.— Acho que tô disposto a arriscar.Ela riu.— Diego, para de graça. Você vai empatar meu esquema, seu palhaço.Ele riu também, encostou na varanda e começou a mexer no celular. Ananda se afastou alguns passos. O celular dela vibrou.“Seu esquema já chegou!”Ela olhou para Diego, balançou a cabeça rindo. Era o amigo do Ben — o mesmo que tinha dado em cima dela quando ela tinha voltado a sair, o mesmo que estava na praia com o grupo. Só que, naquela época, ele ainda namorava.Ele se aproximou dizendo que queria muito conhecê-la melhor. Foi faland

Capítulo 37 - Parte 2Ela falou:— Quero ir pra casa, você pode me dar uma carona e não falar comigo no caminho?Gustavo respondeu confuso:— Tá, pode ser, você que manda.Ela ficou muito chateada consigo mesma pela bagunça que fez, que papel ridículo que estava fazendo, novamente se humilhando pra homem, se oferecendo.Ele não era o único homem no mundo, sim, ela queria muito tirar o atraso, mas a questão não era essa, era que ela queria que fosse com ele, queria ficar com ele, fazer de tudo e pronto, mas negava pra si mesma isso. Estava se enganando, típico dela.Chegaram na frente de casa, ela falou tchau e desceu. O caminho todo ele não falou nada e ela também não. Assim que deitou mandou uma mensagem pra ele:"Eu queria me desculpar com você, tô muito envergonhada, não sei o que me deu, preciso parar de beber, esquece tudo tá, foi um grande mal entendido! Não vai se repetir."Ele respondeu:— Não tem por que se desculpar, relaxa.Ele chegou a mandar mensagens depois desse dia, co

Capítulo 39 - Parte 2Ela olhou para ele com tanto ódio que os olhos ficaram carregados de lágrimas na hora. Ela balançou a cabeça em negação, como quem diz “não acredito que tô passando por isso”, levantou-se e falou:— Estão juntos? Que ótimo para o filho de vocês.Ela deu as costas e saiu andando. Ficou muito arrasada; tudo voltou bem forte. Ver a outra grávida com ele e imaginar que poderia ser ela. Foi esperar a mãe no estacionamento, mantendo-se travada com um turbilhão de pensamentos, engolindo o choro a seco.Quando chegou em casa, se trancou no quarto. Viu que Ben tinha ligado várias vezes. Ela ligou para Gustavo, falou que estava muito mal e que precisava conversar. Ele topou e passou para pegá-la à noite.Foram tomar sorvete e sentaram em uma praça. Ele perguntou o que tinha acontecido. Ela desabou, contou tudo e chorou bastante. Relembrou o quanto sofreu na época do aborto, de como se humilhava para Benjamin. Ele ouviu, deu ombro amigo, aconselhou. Não havia nada que ele f