LUCIEN BLACKWELLSempre que entrava na minha estufa, gostava de colocar música clássica. Tinha ouvido dizer que ajudava muito no crescimento das flores, talvez por isso as rosas floresciam daquela maneira, com tantas pétalas que lhes davam uma aparência esponjosa e de um vermelho escuro, como o sangue venoso.Como eu sabia disso?Porque também como assassino se aprende muito. Não é a mesma coisa cortar a veia jugular que a artéria femoral. A cor, a pressão e o tempo de morte são muito diferentes.Entre minhas rosas, eu era tomado por uma paz que me desconectava do exterior. Comecei a cortar delicadamente, uma por uma, sem parar de pensar em Camille. Hoje ela receberia alta junto com meu filho. Finalmente os teria para mim, minha família. Minha linda mulher e meu querido filho, as duas partes do meu coração, até que Camille decidisse me dar mai

LUCIEN BLACKWELL— As luzes não permitiam ver bem aquele tipo, mas... — Rocío pareceu esforçar-se, franzindo a testa e a boca, vasculhando as suas memórias.— Mas? — perguntei fingindo paciência, na verdade queria agarrá-la pelos ombros e sacudi-la até que me contasse tudo. Para ver se assim ela conseguia organizar as ideias.— Sim, acho... acho que sim... — respondeu ela, balançando a cabeça negativamente. Estava confusa. — Posso dizer que... tenho 60% de certeza de que o homem que acompanhava o seu investigador se parecia com ela.— 60% não me serve — resmunguei, soltando a mão dela e voltando sobre os meus passos. — Vá embora...— Eu posso reconhecê-lo se o vir! — exclamou ela, desesperada, atrás de mim. — Se você me der a chance, se me mostrar esse ca

CAMILLE ASHFORD— Eu ficarei bem... — Foi tudo o que consegui dizer a Damián. Não foi suficiente para acalmar sua ansiedade, mas eu não estava disposta a me afastar de Lucien. Encontraríamos uma maneira de fazer tudo funcionar, eu tinha certeza.Assim, me despedi de Andy, meu irmão e as crianças, com a promessa de que nos veríamos com frequência, que Andy viria nos visitar para me ajudar com o bebê, embora Lucien garantisse que nosso filho não precisaria de nada, enquanto ele e Damián trocavam um olhar silencioso que parecia tenso e, ao mesmo tempo, havia uma espécie de compreensão entre eles difícil de decifrar.— Pánfilo! — exclamei, cumprimentando à distância o motorista de Lucien, que nos esperava tranquilamente encostado no carro. Notei como ele ficou tenso ao ouvir minha voz, mas logo relaxou os ombros

ANDY DAVISApertei os lábios e fiquei em silêncio enquanto mantinha o olhar fixo no advogado.— Foi o que pensei — ele se gabou antes de tentar entrar novamente na minha casa. Eu me afastei sem soltar a maçaneta da porta, hesitando se não fazer nada era a melhor opção. Deixar que eles pegassem as amostras e nos deixassem em paz.— Mamãe? — perguntou leãozinho, e o medo em sua voz me doeu.Uma enxurrada de imagens passou pela minha cabeça, todas mostrando meus filhos em um laboratório, assustados, sem querer cooperar, com os olhinhos cheios de lágrimas e implorando por mim. Eu não podia permitir isso.Não entendo como tive forças para agarrar Meyer pela lapela do paletó com uma mão e empurrá-lo para trás. Ele era um cara que pesava o dobro de mim e, mesmo assim, parecia um boneco de pan

CAMILLE ASHFORDCom o corpo trêmulo e completamente agarrada a ele, ficamos nos olhando por um longo tempo depois de desfrutar do clímax. Eu podia ouvir meu coração batendo forte na minha cabeça enquanto ambos ofegávamos satisfeitos.Com um beijo gentil, selamos nossa pequena travessura no viveiro e eu permaneci abraçada a ele, absorvendo seu calor e seu aroma. Seus braços eram meu refúgio, eu não conseguia explicar como me sentia estando com ele daquela maneira, mas de uma coisa eu tinha certeza: o mundo deixava de importar.— Eu te amo — ele sussurrou, depois beijou minha testa e me fez sorrir como uma boba.Antes que eu pudesse responder, ouvi algumas batidas na porta. Rapidamente, nós dois começamos a arrumar nossas roupas, compartilhando um sorriso, como dois adolescentes prestes a serem descobertos.— Senhor Lucien? — pe